Por Eliz Haacke
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Há quase dois anos Adriana Schlindwein Tachini tentava engravidar. Ela já estava com 34 anos e não queria esperar muito tempo para não correr risco de não conseguir. Ela passou por uma série de exames, que nunca apontaram nenhum problema nela ou no esposo Roberto Tachini.

Mesmo assim, as inúmeras tentativas não davam certo. Os moradores do bairro Imigrantes em Guabiruba, ouviram de diversas pessoas que não conseguia engravidar devido ao nervosismo e ansiedade. O casal consultou especialistas, fez tratamentos com medicamentos, dietas específicas com nutricionista, e muitos exames.

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Em um dos exames eles diagnosticaram que o útero de Adriana formava uma barreira e matava todos os espermatozoides. O médico então recomendou a inseminação artificial ou a fertilização in vitro, dois procedimentos caros. Mas antes de optarem por essas alternativas, eles realizaram uma série de simpatias, novenas, chás e acupuntura.

Cansados de tantas tentativas, eles decidiram investir nos tratamentos recomendados pelo médico. Em 2017, a inseminação artificial custaria pouco mais de R$ 7 mil e a fertilização in vitro (FIV) estava próxima dos R$ 22 mil. Eles consultaram alguns especialistas e decidiram iniciar com a inseminação. O tratamento também dependia de aplicações de injeções diárias, que Adriana precisou aprender a fazer. Eles realizaram o procedimento, mas não deu certo.

Bernardo ao lado da mãe Adriana, que estava grávida de Henrique, e do pai Roberto | Foto: Arquivo pessoal

Como a FIV apresentava uma alta taxa de eficácia, de 70%, o casal decidiu optar pelo procedimento. A professora precisou ficar de repouso por 15 dias e, ao final do período, Adriana teria que fazer o teste de gravidez, mas no meio do caminho ela teve a menstruação. O casal ficou muito abalado com o ocorrido, pois além de todo investimento financeiro, eles haviam criado altas expectativas, que foram frustradas mais uma vez.

Não obstante, quando Adriana voltou a trabalhar precisou lidar com os olhares tristes dos colegas de trabalho, ficando ainda mais desmotivada. “Era muito cansativo, estressante e uma correria. Todo tratamento era em Blumenau. Eu não conseguia acreditar como alguém conseguiria ter um filho com toda aquela correria. No fim do ano nós decidimos que era hora de parar”.

Como forma de superar toda a situação, a professora começou a escrever um livro sobre a história das tentativas. Cansados de toda situação, o casal cogitou a adoção e iniciaram a entrada na papelada. Em fevereiro de 2018 eles começaram a reunir a documentação e apresentaram no Fórum. Adriana e o marido ainda teriam que passar pelo curso de adoção, que não tinha data marcada.

Em meados de junho Adriana foi vestir uma calça, mas o item não fechava. Ao fazer as contas, descobriu que não havia menstruado naquele mês. Ela comentou com o marido, que sugeriu fazer o teste, mas ela se negou devido ao trauma de todas as tentativas.

Apesar de todas as dificuldades, Adriana e Roberto conquistaram o sonho de serem pais | Foto: Arquivo pessoal

Após alguns dias, ainda sem a menstruação, Adriana deu o braço a torcer e fez o teste. “Foram os dois risquinhos mais vermelhos que eu já tinha visto num teste”, conta emotiva.

Após quatro anos e oito meses o casal estava esperando o primeiro filho. O médico que acompanhou toda a história ficou em choque ao descobrir a gravidez. “Ele conta o nosso caso para todo mundo”, diz. Bernardo nasceu quando Adriana estava com 39 anos, em março de 2019.

Com o sonho realizado, Adriana começou a tomar anticoncepcional, mas em vários dias esquecia do medicamento. Por toda dificuldade enfrentada, ela não imaginou que conseguiria engravidar novamente.

Mas aos 41 anos ela foi surpreendida e descobriu que estava grávida do segundo filho. O pequeno Henrique nasceu em 27 setembro de 2021, sete dias depois do aniversário de Roberto e três dias antes de Adriana. “Sou uma mãe realizada: tenho uma família linda, dois filhos incríveis e que se adoram”.

Aos 43 anos e com o sonho alcançado, Adriana incentiva outras mulheres que estão passando por uma situação semelhante. “Não desista, é um caminho difícil e complicado. Após ter o filho também será complicado, a maternidade tem seus altos e baixos e exige muito de você, mas é super recompensador. Eu não pensaria em outro tipo de vida. Procure outras maneiras, outras formas, mas não desista”.

Arquivo pessoal


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