João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Aos meus leitores, bom Natal!

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Aos meus leitores, bom Natal!

João José Leal

Tenho aproveitado a última crônica de cada ano, para falar sobre o Natal. Afinal, independentemente, do seu caráter cristão e religioso, é uma data comemorada em todo o mundo ocidental. Portanto, é assunto que sempre merece uma palavra de reflexão. Para as famílias, ninguém desconhece, é um forte motivo, um chamado irrecusável ao reencontro, todos sentados em volta da mesa, a reverenciar a matriarca, idosa, cabelos brancos da desvaidade feminina, já cansada dessa vida, que consegue aglutinar gente da tribo portadora de um DNA comum.

Na Europa, embaixo de frio, muitas vezes, de neve de mais de palmo, todos param para a festa natalina. Diferentemente daqui, lá, o Natal não marca o começo das férias escolares, que começa em junho e vai até setembro de cada ano. É uma debandada geral, em busca do ócio, do lazer e de novos ares, de preferência, ares praianos, em lugares desconhecidos. Nenhum trabalhador europeu abre mão dos seus 30 dias de descanso anual, nesse período de verão e calor, num continente onde o frio gélido predomina no resto do ano.

Além disso, nenhum europeu é de ferro e, chegado dezembro, não abrem mão de um bom recesso natalino, com ou sem neve caindo sobre as casas, ruas e árvores. Até a véspera do Natal, que vai perdendo seu sentido religioso, a figura comercializada, mercantilizada do Papai-Noel, embarcado em sua carruagem dourada do consumismo sem crença religiosa, comanda o frenético espetáculo das compras sem limites. Depois da ceia da tradição cristã, o merecido descanso para o recomeço no próximo ano.

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Como se vê, aqui não é diferente. Nem poderia ser. Afinal, pensamos e nos comportamos como europeus. Nossos presépios, são concebidos e montados à imagem e semelhança dos que lá são feitos para enfeitar casas e igrejas do tempo medieval. Nossas árvores, agora produzidas em material sintético, porque respeitar o ambiente é preciso, são decoradas com algodão ou qualquer espuma que lembre a branca neve das frias paisagens europeias. Sem dúvida, queremos ser europeus, mesmo que nossos irmãos, americanos do norte e, nós mesmos, possamos fazer prodígios em nossas terras.

E, assim, transplantamos para esta terra tropical, a cultura e o modo de ser europeu. Inclusive, a forma de festejar o Natal, com Papai Noel, com São Nicolau e, até, com Pelznickel, embora sem frio e sem neve. Apenas, um detalhe. Aqui, o Natal é festa que marca as férias escolares e de muita outra gente trabalhadora. Então, depois da esperada ceia familiar, vem a debandada geral, a revoada de gente transformada em turista pés-de-rodas, rumo ao ócio, ao descanso e ao nada fazer.

Outra diferença. Aqui, a vida de trabalho pra valer só começa depois do carnaval.
Aos meus fieis leitores, desejo um Bom Natal e ótimas férias!

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