Após experiências no exterior, hematologista Brigitte Brandes retornou para Brusque, onde construiu longa história na Medicina

Ela é formada há mais de 40 anos e também atua como geriatra e clínica geral

Após experiências no exterior, hematologista Brigitte Brandes retornou para Brusque, onde construiu longa história na Medicina

Ela é formada há mais de 40 anos e também atua como geriatra e clínica geral

A médica hematologista, geriatra e clínica geral Brigitte Brandes, 66 anos, se formou em 1982 e, desde 1992, trabalha em Brusque. Ela segue com uma rotina intensa de atendimentos em seu consultório particular e também na Unimed, além de lecionar aulas práticas no Hospital Azambuja, sempre com muita satisfação em contribuir para a saúde das pessoas com o seu trabalho.

Brigitte é uma das profissionais da cidade com registro no Conselho Regional de Medicina (CRM) há mais tempo. Ela nasceu em Blumenau, mas se mudou para Brusque aos 8 anos de idade, onde já tinha familiares maternos – seu bisavô era Carlos Appel e sua avó, Maria D’Ávila Appel, foi professora do Feliciano Pires.

Médica nasceu em Blumenau, mas se mudou para Brusque aos 8 anos | Foto: Bruno da Silva/O Município

De volta para Brusque

Ela começou a faculdade em 1977, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), único curso de Medicina de Santa Catarina na época. Brigitte se formou em 1982 e fez residência (especialização) em clínica médica no Hospital Celso Ramos. Em 1985, foi para o Rio de Janeiro fazer especialização em hematologia e hemoterapia no Instituto Hemorio.

Brigitte em sua colação de grau em Medicina no auditório da reitoria da Ufsc, em 19 de dezembro de 1982 | Foto: Arquivo pessoal

Quando terminou, passou em concurso para trabalhar neste mesmo hospital, onde ficou por mais cinco anos. “Recebi nesse período uma bolsa de estudo para o MD Anderson, no Texas, nos Estados Unidos, para estudar transplantes de medula óssea, e também fiz um estágio em Jerusalém, em Israel. Foram experiências muito interessantes”, conta.

Quando retornou dos Estados Unidos, preocupada com a violência no Rio de Janeiro, onde morava com a mãe e a filha, aceitou uma proposta para trabalhar em Brusque.

“Acabei recebendo um convite do Osvaldo Quirino de Souza, na época secretário de Saúde, quando vim passar férias em Brusque, para abrir o novo banco de sangue no Hospital Azambuja e também para o ambulatório da prefeitura. Me mudei em junho de 1992”, lembra.

Em 1994, a agência transfusional do Azambuja, onde trabalhou por 25 anos, foi aberta. Inicialmente, funcionava também como posto de coleta em convênio com o Hospital Santa Isabel, de Blumenau.

Brigitte também trabalhou por um tempo como médica responsável do Laboratório Verner Willrich, no posto de saúde do Santa Luzia/Zantão, por cerca de dez anos, e também no INSS, onde acabou se aposentando por tempo de serviço. Ela, porém, não parou por aí. Em 2005, por exemplo, iniciou pós-graduação em Geriatria na Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio Grande do Sul.

“Acho muito difícil se aposentar, a gente acaba se sentindo mal. Sempre gostei muito de todos os lugares em que trabalhei. Em alguns momentos, trabalhei em três vínculos, com uma rotina bastante corrida. Agora, me dou ao luxo de fazer o que eu gosto. Estou no consultório durante à tarde, dou aula prática para a sexta fase do curso de Medicina da Unifebe no Hospital Azambuja e atendo três dias na Unimed. Assim, também tenho de participar de congressos. Na Medicina, sempre temos algo a aprender”, destaca.

Brigitte guarda em seu consultório homenagem que recebeu quando deixou de trabalhar em unidade de saúde de Brusque | Foto: Bruno da Silva/O Município

Mãe e avó como inspirações

Brigitte foi a primeira médica da família, mas o contato que teve com vários profissionais da cidade por causa do trabalho de sua mãe acabou a inspirando.

“Minha mãe, a Odete Appel Brandes, era formada em Administração e trabalhava no antigo Samdu. Por isso, conheci e tinha amizade com vários médicos antigos de Brusque, Germano Hoffmann, Carlos Moritz e João Antônio Schaefer, que trabalhavam junto com ela. Ela morava na esquina entre a João Bauer e a Felipe Schmidt. Nas férias, eu acompanhava os médicos em alguns procedimentos e pequenas cirurgias. E meu avô paterno, apesar de eu não ter conhecido, era farmacêutico e eu o admirava”.

Já o seu interesse em Hematologia começou devido à sua avó, que tinha anemia. Durante anos, ela acompanhou o seu tratamento.

“Minha avó tinha uma anemia que ninguém conseguia entender bem o motivo e eu às vezes acompanhava ela em consultas. Hoje, sabemos que é mielodisplasia, hoje tem alguns medicamentos, mas na época não tinha muitos. Essa doença pode se transformar em leucemia, que foi o caso dela. Quando ela foi para o Rio de Janeiro fazer tratamento, eu estava no segundo grau e acompanhava em algumas consultas quando ia ao Hemorio, onde depois eu trabalhei. Ela sempre me inspirou muito e tínhamos uma afinidade muito grande”.

A filha única de Brigitte, Danielle Brandes Zakon, acabou seguindo os passos dela na Medicina. Ela é oncologista e trabalha em Florianópolis.

“Por coincidência, ela fez doutorado no mesmo complexo de hospitais que eu estudei, no MD Anderson, nos EUA. Desde pequena, ela queria ir junto ao hospital comigo para me acompanhar ao Pronto Socorro no sábado à noite”, lembra.

Filha única de Brigitte, Danielle também se tornou médica | Foto: Arquivo pessoal

“É sempre necessário se atualizar”

Em mais de quatro décadas de Medicina, Brigitte viu muitas mudanças na sua profissão, mas destaca que o contato com o paciente segue sendo essencial.

“Acho que é sempre necessário se atualizar. As doenças são as mesmas, mas os testes e tratamentos evoluíram muito, além da parte preventiva. Muitas doenças hoje são controladas e antes não eram. A população está envelhecendo e com muita qualidade de vida, vemos muito mais idosos muito bem. Tenho pacientes de mais de 80, 90 anos, com uma vida produtiva. Mas o que insisto com meus alunos é a importância de examinar os pacientes. Os exames são complementares, para afastar ou confirmar hipóteses, é preciso colocar a mão no paciente, não importa a especialidade”.

Médica faz questão de participar de congressos de Medicina | Foto: Arquivo pessoal

Pela experiência e expertise que tem, Brigitte recebe muitos encaminhamentos de outros colegas, não só de Brusque, mas de outras cidades da região. A relação que cria com eles dura, às vezes, décadas.

“Recebo muitos encaminhamentos de outros colegas e indicações não só de Brusque, mas de várias cidades da região, principalmente para tratar anemias, mas também tromboses e alteração de glóbulos brancos e outras doenças. Mas também atendo idosos em geral e pacientes gerais. Alguns têm algum problema hematológico e depois continuo acompanhando, tenho alguns há mais de 20 anos”.


Assista agora mesmo!

Brusquense, Ivete Appel foi escolhida Brotinho do Mês do Carlinhos Bar nos anos 60:


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