Após um ano, relembre caso de mulher assassinada em casa enquanto dormia em Brusque

Feminicídio aconteceu no dia 30 de dezembro de 2020, no bairro Dom Joaquim

Após um ano, relembre caso de mulher assassinada em casa enquanto dormia em Brusque

Feminicídio aconteceu no dia 30 de dezembro de 2020, no bairro Dom Joaquim

No dia 30 de dezembro de 2020, há pouco mais de um ano, Rosangela Aparecida de Oliveira, de 34 anos, foi morta a facadas pelo companheiro no bairro Dom Joaquim, em Brusque. O crime ocorreu na casa da mulher, localizada na rua Augusto Ries, enquanto a vítima estava dormindo.

De acordo com a investigação da polícia, Rosangela foi esfaqueada duas vezes. No momento do crime, o filho dela acordou e presenciou a cena. Conforme divulgado por O Município à época, o adolescente tentou salvar a mãe. Ele chamou os vizinhos, que ligaram para a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. Quando chegaram no local da ocorrência, a vítima já estava sem vida.

Após um ano do crime, o autor já foi condenado pelo Tribunal do Júri a 16 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. O julgamento aconteceu em setembro. A acusação se refere ao uso de recurso que dificultou ou impediu a defesa da vítima, além de feminicídio. O condenado já tinha passagem pela polícia por posse de drogas e agressão contra uma vizinha.

Em entrevista ao jornal O Município dias após o assassinato, o delegado Matusalem Júnior de Moraes Machado, da Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso (Dpcami) de Brusque, informou que, no interrogatório, o autor do crime agiu de forma totalmente fria. “Ele falou que nem sabia que ela tinha morrido, e que fazia muito tempo que não a via”, destacou.

O crime

De acordo com informações obtidas pela polícia, Rosangela estava em uma casa noturna acompanhada de amigos, em Brusque. Ela ficou no local até por volta de 4h. Eles procuraram algo para comer, mas não encontraram e foram para casa.

A vítima enviou uma mensagem para um amigo por volta de 5h10, dizendo “apanhei do doido de novo”. O amigo que recebeu a mensagem informou que a encontrou na casa noturna naquela madrugada.

Rosangela chegou a pedir que o amigo ficasse perto dela, pois o então companheiro a estava perseguindo, e ela não queria contato. Segundo a testemunha, a última vez que o homem foi visto foi por volta de 4h, visivelmente embriagado.

Segundo o delegado, o homem teria pulado o muro da casa da vítima e quebrado o carro dela para encontrar a chave da casa. No entanto, ele não achou e arrombou a porta. A polícia conseguiu imagens de câmeras de segurança do homem indo até o local do crime sem camisa e utilizando um tênis azul.

Tentativa do filho em salvar a mãe

Ainda de acordo com a investigação, o filho de Rosangela ouviu barulhos em casa, quando encontrou o agressor em cima da mãe, já esfaqueada, dando socos nela. O menino de 14 anos partiu para cima do autor, que teria dado um soco nele. O adolescente bateu no autor de volta, que fugiu do local em seguida.

Segundo o filho da vítima, sempre que o homem bebia, ele agredia a Rosangela. O delegado informou ainda que a mulher nunca registrou boletim de ocorrência pelas agressões sofridas.

Motivação

De acordo com o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC), o autor teria matado a mulher por acreditar que ela havia incendiado a casa dele naquela mesma data. Segundo do delegado Matusalem, no entanto, não é possível confirmar que ela teria cometido o crime.

A residência, localizada no bairro Souza Cruz, foi destruída por um incêndio durante a madrugada. À época, a reportagem também noticiou que, segundo a PM, vizinhos relataram que não viram a mulher ateando fogo. O delegado destacou que a alegação de que a vítima incendiou a casa do autor não justifica a atitude dele.


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