Balança comercial: Brusque registra queda na exportação e alta na importação em 2023; confira números

Setor metalmecânico foi o que mais exportou no último ano; já na importação, quem desponta é a indústria têxtil

Balança comercial: Brusque registra queda na exportação e alta na importação em 2023; confira números

Setor metalmecânico foi o que mais exportou no último ano; já na importação, quem desponta é a indústria têxtil

Brusque importou 391,43 milhões de dólares e exportou 65,4 milhões em 2023. Portanto, a balança comercial do município registrou déficit de 326,03 milhões de dólares no ano. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Em comparação com 2022, quando a cidade importou 377,21 milhões de dólares, Brusque registrou aumento de 3,8% nas importações. Já nas exportações, a cidade movimentou 76,24 milhões de dólares em 2022. Portanto, registrou diminuição de 14,2% nas exportações de um ano para o outro.

Segundo os dados, quem exportou mais foi a indústria metalmecânica, com a venda de máquinas e aparelhos, material elétrico e suas partes, o que movimentou 54 milhões de dólares do total.

A empresária Rita Cassia Conti, vice-presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr) e 1ª vice-presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), explica que o setor metalmecânico consegue se sobressair, por serem vendidos componentes específicos.

“A cadeia deles é ligada a automóveis e acessórios, e eles conseguem bons acordos comercias. Como o dólar está estável, economistas estão falando entre 4,80 até 5,20, isso favorece a venda ao exterior de componentes eletrônicos. O que é diferente de quem vende o produto pronto, na cadeia final, que aí compete com a China, Indonésia e outros países”, salienta.

Já quem importou mais foi a indústria têxtil com a compra de matérias e outros produtos, o que movimentou 167 milhões de dólares do total.

Rita ressalta que existe um incentivo muito grande para as empresas têxteis locais exportarem. Contudo, ela afirma que muitas delas não conseguem vender para fora.

“O mercado têxtil é muito competitivo globalmente, o que dificulta industrias locais a se impor como fabricante no exterior. A gente briga muito com produtos asiáticos, com mão de obra, e a questão da tributação, ou seja, são grandes concorrências”, explica.

“Como a nossa cadeia é muito longa, principalmente o têxtil do modo geral, ele não se torna tão competitivo para exportar. Quem ainda exporta alguma coisa, vende toalhas, felpas, falando desta indústria”, continua.

Segundo Rita, pela cadeia da indústria têxtil ser longa, há um incremento na importação. A empresária detalha que, normalmente, se importa muito fios sintéticos. São poliamidas, poliéster e viscose.

Porém, ela destaca que muitas empresas trazem produtos novos, com todo o design brasileiro. Além de outros materiais, como corantes.

Visão geral dos produtos

Exportados

1) Máquinas e aparelhos, material elétrico e suas partes; aparelhos de gravação ou reprodução de som, aparelhos de gravação ou reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios: 54 milhões de dólares (83%)

2) Matérias têxteis e suas obras: 6,28 milhões de dólares (9,6%)

3) Mercadorias e produtos diversos: 1,26 milhão de dólares (1,9%)

Importados

1) Matérias têxteis e suas obras: 167 milhões de dólares (43%)

2) Máquinas e aparelhos, material elétrico e suas partes; aparelhos de gravação ou reprodução de som, aparelhos de gravação ou reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios: 70,9 milhões de dólares (18%)

3) Animais vivos e produtos do reino animal: 37,3 milhões de dólares (9,5%)

Confira dados:

Perspectiva

Rita adianta que a tendência do valor de exportação no setor têxtil é diminuir ainda mais. “A gente quer fazer um trabalho com as federações, pois a exportação traz um dinheiro dolarizado para nós. É ótimo, pois quanto tu exportas você ganha know-how e desafios. Mas o setor é muito competitivo, sem contar a incidência do e-commerce e lojas como a Shein”, aponta.

Em compras locais, a empresária aponta que a venda destes concorrentes de fora, como a própria Shein, deu uma diminuída após os estados taxarem o ICMS. “Aí não fica tão desigual com a nossa indústria brasileira”, pondera.

Entretanto, a expectativa é que o cenário local se mantenha em 2024, segundo Rita. “Se o dólar continuar nessa pegada, a importação continuará aumentando ou equilibrar, já a exportação nem tanto. Será um ano de muito trabalho”, finaliza.


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