Beach tennis: brusquense é o mais jovem a figurar entre os 100 melhores no atual ranking mundial

Aos 16 anos, André Caetano ganha espaço no esporte; conheça sua trajetória

Beach tennis: brusquense é o mais jovem a figurar entre os 100 melhores no atual ranking mundial

Aos 16 anos, André Caetano ganha espaço no esporte; conheça sua trajetória

Troféus, convocações às seleções brasileiras de base e bons desempenhos nos torneios profissionais vêm sendo acumulados por André Caetano, de 16 anos, para estar despontando como uma grande promessa do beach tennis brusquense e brasileiro. Conterrâneo de André Baran, que é ex-número 1 do mundo e o melhor brasileiro no ranking da Federação Internacional de Tênis (ITF), o garoto dá sequência à tradição que uma cidade sem praia tem criado em um esporte com praia (beach) no nome.

Nas categorias de base, André Caetano venceu o Pan-Americano de beach tennis em 2021, ano em que completou 13 anos, nas categorias masculina e mista. Também já acumulou conquistas na categoria avançado, anterior à profissional, e integrou a seleção mundial Sub-18. Acumula cinco títulos Pan-Americanos.

Nos profissionais, já ganhou três BT10 e foi vice-campeão de quatro BT50. Mas foi no BT400 de Balneário Camboriú, no fim de março, em que o brusquense mais conquistou pontos para o ranking mundial.

Ao lado do paranaense Mateus Yuji, chegou às quartas de final, eliminando duplas com adversários que estavam entre os 15 melhores do mundo. A campanha neste torneio, onde estavam vários dos principais jogadores, rendeu 85 pontos no ranking.

Atual número 96 do mundo, André é o mais jovem atleta a figurar entre os 100 melhores do mundo no ranking atualizado da ITF, que tem também jogadores como André Baran (3) e Mateus Buemo (43) representando Brusque.

“[Fui campeão de] três BT10, que é a classe mais baixa dos campeonatos profissionais. O campeão leva 10 pontos. Para comparar: cheguei às quartas de final num BT400 e ganhei 85 pontos. Então a diferença é bem grande. (…) A pontuação varia conforme a categoria do torneio: o BT50 vale 50 pontos ao campeão, por exemplo.”

“Foi uma batalha, digo que foi mais mental do que do que técnica e tática, porque a gente teve que superar uma dupla que tá entre as os 20 melhores do mundo. (…) E para mim, foram minhas duas maiores vitórias em questão de ranking, pontuação. Porque é uma diferença muito grande. Quando que eu iria imaginar ganhar de duas duplas assim, né? Então foi muito especial”, celebra.

No mesmo fim de semana, André conquistou mais um título nas categorias de base: o BTJ100, também em Balneário Camboriú.

“Foi complicado porque eu e meu parceiro estávamos exaustos do campeonato profissional. A gente já tinha jogado no sábado e ainda tivemos quartas, semi e final… Mas conseguimos sair com o título. Mesmo sendo os cabeças de chave número 1, tivemos que batalhar muito com o cansaço físico. Foram oito jogos em cinco dias. Mas deu tudo certo no final.”

Origens

André Caetano, ou Dé, como também é conhecido, começou a jogar beach tennis por influência da família. Os primeiros contatos com o tênis tradicional foram já aos 4 anos, mas a modalidade de praia começou a ser mais frequente a partir dos 12, na Sociedade Esportiva Bandeirante, um de seus locais de treino até hoje.

“Chegou a pandemia em 2020, e como não podia ter muito contato com as pessoas, o beach tennis ajudou bastante a suprir essa falta de esporte. Então eu peguei gosto e comecei a treinar. Em 2021, comecei a competir, e até hoje sigo nessa caminhada”, explica.

André Caetano
Vinícius Imhof/O Município

Entre os profissionais

A estreia nos torneios profissionais foi cedo, aos 14 anos. André completa 17 anos em 2025, é seu terceiro ano competindo profissionalmente.

O começo tão jovem entre adversários profissionais e mais experientes trouxe frustrações com as quais o jovem brusquense teve que aprender. “No começo, a gente é obrigado a se acostumar com a derrota, né? Então, ali nos primeiros campeonatos eu perdi. Algumas vezes tomei 6-0, 6-0… 6-0, 6-1. Mas são essas derrotas que ficam martelando na cabeça e fazem a gente treinar mais, ter mais disciplina para, na próxima, ganhar.

“Foram alguns meses bem difíceis, com mais derrotas do que vitórias. Mas, para amadurecimento, é a melhor coisa que existe”, completa.

A escolha por uma carreira precoce no beach tennis torna a rotina do adolescente mais corrida, trazendo também algumas renúncias na vida pessoal e até na escola.

“A gente acaba abrindo mão de várias coisas. Viagem de formatura, festa, sair com os amigos, com a namorada… Mas é por uma boa causa. Quase todas as tardes eu treino, menos na quarta que tenho aula o dia inteiro. Perco bastante conteúdo do colégio, então tenho que correr atrás depois. Quero até agradecer ao Colégio São Luiz, que me ajuda bastante com provas, segunda chamada… Sem esse apoio eu acabaria reprovado. Mas eles me dão um suporte importante.”

A distância da família também é algo com que André ainda está se acostumando. “Muitas vezes tô do outro lado do país, ou até fora, e geralmente viajo sozinho. É difícil ficar longe de quem é minha base e meu suporte. Mas aos poucos tô aprendendo a lidar com isso. A internet ajuda, então eles acompanham mesmo de longe. Mas é um grande desafio, com certeza.”

Referência

Brusque vem construindo uma tradição no beach tennis, muito puxada por André Baran. O atual número 3 do mundo já ocupou o lugar mais alto do ranking da ITF e é o brasileiro de maior destaque na modalidade nos últimos anos.

O xará mais novo, André Caetano, busca seguir os passos de perto. “A gente é bem próximo. Muita gente me chama de “filho do Baran”, porque temos o mesmo nome, da mesma cidade… Ele sempre me ajudou muito, principalmente com patrocínio — fazendo ponte com empresas.”

“Ele também foi meu treinador por um tempo, entre 2020 e 2021, quando eu tinha 11, 12 anos. E também no final de 2022 eu consegui treinar um pouquinho com ele, enquanto ele ainda morava em Brusque, acho que foram entre quatro e seis meses, 4, 6 meses… Foi um período de bastante evolução pra mim”, completa.

André Caetano
Vinícius Imhof/O Município

Palavra de treinador

Gustavo Bado é o mais recente treinador de André Caetano em Brusque, desde o início de abril. Eles se conheceram num grupo de beach tennis no Bandeirante.

“O Dé é muito habilidoso, sempre foi, desde que começou a treinar com a gente, lá no início quando tinha 13, 14 anos. Sempre foi bem diferente em sua faixa etária. Sempre teve muita força, é muito forte fisicamente. É uma diferença bem importante para ele se destacar cada vez mais.”

“Não tem limites, o potencial dele é enorme. Tanto que, em categoria Sub-16, Sub-18, ele está nas cabeças”, completa.


Assista agora mesmo!

Como o atentado de 11 de setembro quase afetou abertura do Alivia Cuca, famoso bar de Brusque:


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