Botuverá pode receber título de capital nacional da cultura bergamasca pela Câmara dos Deputados

Pedido para deputado apresentar projeto de lei partiu da prefeitura e da Câmara de Vereadores

Botuverá pode receber título de capital nacional da cultura bergamasca pela Câmara dos Deputados

Pedido para deputado apresentar projeto de lei partiu da prefeitura e da Câmara de Vereadores

Um projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados pode transformar Botuverá na capital nacional da cultura bergamasca. A proposta do deputado federal Rafael Pezenti (MDB-SC) foi apresentada no dia 4 de outubro. O texto deve passar por três comissões do Legislativo federal.

Somente dois artigos constam no projeto de lei. No primeiro, está escrito que “fica conferido ao município de Botuverá, no estado de Santa Catarina, o título de capital nacional da cultura bergamasca”. O segundo artigo prevê que a lei entre em vigor na data de publicação.

No dia seguinte à apresentação da proposta, o projeto de lei foi enviado à Comissão de Cultura. A relatoria, definida no dia 31 de outubro, está a cargo da deputada federal Roseana Sarney (MDB-MA).

Pedido de comitiva de Botuverá

Em agosto, a prefeitura e a Câmara de Botuverá encaminharam em conjunto um ofício a Pezenti solicitando a apresentação de um projeto de lei que conceda o título ao município. “O reconhecimento possibilitará ainda mais os intercâmbios entre os brasileiros e os ítalos-bergamascos europeus”, escreveram.

O ofício foi assinado pelo presidente da Câmara, vereador Vanderson Betinelli (MDB); pelos vereadores Alesc Sandro Venzon (MDB) e Valdecir José Lamim (MDB); e pelo assessor de Planejamento da prefeitura, Fábio Maestri Bagio.

Fábio e os vereadores estiveram em Brasília no final de agosto. O objetivo da ida à capital foi o encontro com deputados, senadores e visitas aos ministérios em busca de recursos para o município. Quando visitaram Pezenti, fizeram o pedido para elaboração do projeto de lei.

De acordo com o assessor de Planejamento, o deputado acatou a solicitação da comitiva de Botuverá e informou que encaminharia a demanda à consultoria legislativa da Mesa Diretora da Câmara dos Deputados. Posteriormente, o projeto foi apresentado e começou a tramitar.

“Nós encaminhamos o pedido para mostrar internacionalmente o trabalho que Botuverá faz. Acredito que a cidade de Botuverá ficará ainda mais conhecida perante à comunidade internacional. Vejo que é importante esta divulgação”, celebra Fábio.

Nas justificativas do documento do projeto de lei, Pezenti destaca os eventos culturais que Botuverá possui com objetivo de celebrar as tradições bergamascas. Além disso, o deputado comenta que os eventos atraem visitantes de diversas regiões do Brasil.

“A concessão deste título não apenas honraria a herança cultural específica da região, mas também impulsionaria o turismo cultural, proporcionando benefícios econômicos. Trata-se de um justo reconhecimento, que dará ainda mais força para o desenvolvimento local”, afirma.

Pezenti menciona ainda que a cidade abriga o museu do Imigrante, criado para lembrar o legado dos colonizadores. Os recursos destinados a esta finalidade, avalia o deputado, possuem um papel importante para que as pessoas conheçam a história da comunidade.

Prefeito comemora proposta

O prefeito de Botuverá, Alcir Merizio (MDB), celebra a proposta e crê que a ação é benéfica para o município. O chefe do Executivo avalia que o título vai ajudar na preservação das tradições bergamascas na cidade.

“O deputado Pezenti foi muito feliz na propositura deste projeto. Descendente de italiano e conhecedor da região e da nossa cidade, sabe muito bem a importância da preservação dos nossos costumes”, elogia o prefeito.

Alcir considera Botuverá um município rico quando se trata da preservação da cultura e das tradições dos imigrantes. O prefeito menciona a gastronomia e os jogos típicos bergamascos, como môra e briscola, entre as formas de Botuverá preservar os costumes.

O município, colonizado por italianos da região de Bérgamo no final do século XIX, possui forte influência da cultura bergamasca até os dias atuais. Há moradores de Botuverá que falam o dialeto bergamasco rotineiramente em casa, no mercado, na loja e em outros lugares.

Além das formas de conservação mencionadas pelo prefeito, outras iniciativas também preservam as tradições bergamascas do município, como a Festa Bergamasca e a missa celebrada em bergamasco.

Há pais em Botuverá que incentivam os filhos a aprender o dialeto. Já ocorreram ainda tentativas de implantar o bergamasco nas escolas. A cidade possui também o coral Giuseppe Verdì, o único coral bergamasco do mundo.

Série documental sobre dialeto

O jornal O Município produziu uma série documental sobre o dialeto bergamasco falado no município. São dez episódios, divulgados gradativamente nas redes sociais do jornal e em omunicipio.com.br/terradosbergamascos.

A produção da série documental percorreu Botuverá em busca de moradores que preservam o dialeto e também de ações que mostram a valorização da “língua local” na prática. O primeiro episódio foi divulgado no dia 9 de junho, data do aniversário de Botuverá.

Cada episódio conta sobre uma característica específica da preservação do dialeto na cidade. Declínio do uso do dialeto na rotina, nova geração de bergamascos, idosos que só falavam bergamasco na infância e outros diversos temas são abordados.


Assista agora mesmo!

Nova geração de bergamascos é esperança para manter dialeto vivo em Botuverá:


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