Brusque cai 19 posições e fica em 82ª lugar no Ranking de Competitividade dos Municípios

Dados foram apresentados ao Executivo pelo CLP nesta semana

Brusque cai 19 posições e fica em 82ª lugar no Ranking de Competitividade dos Municípios

Dados foram apresentados ao Executivo pelo CLP nesta semana

Membros do Centro de Liderança Pública (CLP) estiveram em Brusque no fim de janeiro para apresentar dados ao Executivo do Ranking de Competitividade dos Municípios de 2023. No ranking, Brusque caiu 19 posições e ocupa a 82ª posição entre as 410 cidades brasileiras avaliadas, tratando-se dos municípios mais populosos do país, com mais de 80 mil habitantes.

O diretor-presidente do CLP, Tadeu Barros, destaca que a visita ao município tinha como objetivo apresentar um raio-x de como Brusque se encontra diante do Brasil, do ponto de vista de políticas públicas. Ou seja, abrange temas como saúde, comunicação, segurança, solidez fiscal, entre outros.

Ele aponta que o objetivo do CLP é apoiar a melhoria e modernização da gestão pública. Portanto, as visitas aos municípios por todo o país para apresentar o estudo visam incentivar as prefeituras a utilizarem os dados para aprimorar a gestão pública.

“A gente quer um país melhor, com serviços públicos melhores para a população. Um dos pilares, que acreditamos ser essencial para alcançar essa missão, é a política pública baseada em dados e evidências. Assim, temos os chamados Rankings de Competitividade, que são uma grande plataforma de consolidação de indicadores de todos os aspectos de políticas públicas, para estados e municípios”, defende.

Sobre o ranking de 2023, o gerente de relações governamentais e competitividade do CLP, Lucas Cepeda, destaca que a maioria dos dados é referente a 2021 e 2022. Ou seja, ele aponta que as informações mostram o cenário da gestão anterior.

“Brusque perdeu 19 posições em relação ao ranking anterior. Mas o mais interessante é que, dos 17 municípios de Santa Catarina, Brusque ficou em 12º. Assim, se por um lado vemos como positivo estar no top 100 nacionalmente, ao olharmos para o estado, o município ficou um pouco abaixo”, detalha Lucas. Florianópolis, inclusive, ficou em 1º lugar no país.

O trabalho do CLP é realizado anualmente, e o ranking de 2024 deve ser lançado na última semana de agosto.

Números

Conforme o CLP, a partir da análise do conjunto de três dimensões, 13 pilares e 65 indicadores, o Ranking fornece uma visão sistêmica da gestão pública municipal. “Procuramos ser o mais plural possível em termos de gestão pública”, detalha Lucas.

Na região Sul, Brusque é a 24ª cidade mais competitiva, em um total de 67 avaliadas.

Nacionalmente, o município se destaca na dimensão Sociedade, ocupando a 74ª posição, resultado influenciado, em parte, pelos pilares de Acesso à Saúde (27º) e Qualidade da Saúde (39º). Na dimensão Instituições, ocupa a 91ª colocação, impulsionado pelos pilares de Funcionamento da Máquina (73°) e Sustentabilidade Fiscal (179°). Na dimensão Economia, Brusque figura na 131ª posição, refletindo seu desempenho nos pilares de Inserção Econômica (13º) e Inovação e Dinamismo Econômico (79º).

Detalhes do ranking

Lucas detalha os pontos em que Brusque se destaca. Entre os aspectos positivos, estão ligados à questão econômica e à saúde. “A questão do tempo de abertura de empresas, que destacamos na reunião, é uma das menores do Brasil, com uma média de nove horas, muito abaixo da média da região Sul, que está em 30 horas”, continua.

Por outro lado, aspectos negativos também se destacam, como a questão do esgoto sanitário. Atualmente, o Executivo atua na concessão do serviço. “De fato, os indicadores são muito ruins, olhando tanto para a cobertura da coleta e tratamento, é praticamente zero”, continua Lucas.

“Além disso, outros pontos valem ser mencionados, como questões relacionadas ao ensino, como a baixa cobertura do ensino integral. Olhando para o capital humano, os cursos profissionalizantes têm um número mais baixo em comparação aos números da região”, complementa.

O Executivo, ao receber as informações da organização, destacou que grande parte dos projetos da gestão visa resolver os problemas indicados pelo ranking.

Avaliação do Executivo

O secretário de Fazenda e Gestão Estratégica, José Henrique Nascimento, reforça que os números mostram indicadores de um passado recente, mas que refletem no presente. Ele defende que, em 2025, o ranking mostrará os resultados das ações realizadas no último ano.

“Com os dados apresentados, percebemos de uma maneira muito explícita que o esgoto é um problema grave e que derruba Brusque nos indicadores nacionais. Assim como a educação, principalmente no nível fundamentam e médio. O que nos exige, também na questão do capital humano, a formação e a capacitação dos profissionais brusquense. O que tem uma relação direta da nossa capacidade com a Prefeitura de se atricular com o governo estadual, institutos e curso profissionalizantes, para capacitar ainda mais o nosso profissional e garantir uma melhoria nestes números”, avalia.

Outro indicador que se destaca negativamente é o da mortalidade no trânsito. “Estamos entre os piores municípios do Brasil avaliados. Já estamos promovendo mudanças e estratégias para diminuir esses índices, que assolam e atrapalham muitas famílias”, completa.

Ranking de Competitividade

O Ranking de Competitividade dos Municípios, lançado desde 2020 pelo CLP em parceria com a GOVE, é uma ferramenta que busca orientar a atuação dos líderes públicos brasileiros na melhoria da competitividade de seus municípios. Assim, traz um diagnóstico de como está a performance do município em relação às políticas públicas.

“As bases de dados, hoje no país, ainda são passíveis de erros. Então, fazemos testes dentro do CLP para ver como ter o maior número de indicadores possível, que sejam fiéis, fidedignos e abrangentes. A partir destes testes, vemos que, hoje, a maturidade do país é para olhar os municípios com mais de 80 mil habitantes”, explica Tadeu.

Conforme o diretor-presidente do CLP, o ranking tem uma visão ampla, focando no território. Portanto, a organização também visa mostrar as necessidades de melhorias na relação entre prefeituras e esferas superiores.

Captação de dados

Tadeu explica que o trabalho de captação de dados é feito por meio de diversas fontes abertas. Assim, são minerados dados em plataformas, sem buscar dados diretamente com os municípios. Em seguida, é feita uma normalização com pesos, a fim de ranquear os municípios. “O CLP não cria nem desenvolve nenhum indicador, para não gerar viés”, ressalta.

“A gente tem, do ponto de vista constitucional, a divisão de responsabilidades do federalismo: União, estados e municípios. Algumas políticas públicas são de outras esferas, mas as colocamos também, mesmo que não seja de responsabilidade do Município, pois a prefeitura é o ente mais próximo do cidadão”, finaliza.


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