Brusque tem gasolina mais cara do que Itajaí e Blumenau
Litro do combustível chega a R$ 4,36 no município; pagamento em cartão de crédito chega a elevar o preço para além de R$ 4,50
Litro do combustível chega a R$ 4,36 no município; pagamento em cartão de crédito chega a elevar o preço para além de R$ 4,50
Postos de combustíveis de Brusque têm exercido preços para a gasolina comum que ultrapassam a faixa dos R$ 4,30 o litro. Os valores são recordes no município em condições normais, sem levar em consideração os aumentos repentinos durante as paralisações dos caminhoneiros de 2018. Entre os motivos, estão os frequentes aumentos no preço da gasolina A nas refinarias. Em 2018, o preço médio mais alto do litro do combustível foi registrado em outubro: R$ 4,28.
O Município verificou os preços da gasolina comum em cinco postos de diferentes bairros em Brusque, Itajaí e Blumenau. Todos os postos contatados constam na pesquisa de preço da Agência Nacional do Petróleo (ANP) de 21 a 27 de abril de 2019. E quem paga mais caro pela gasolina são os brusquenses. Três dos cinco postos vendiam o litro da gasolina a R$ 4,36. Para pagamento em cartão de crédito, o preço chegou a R$ 4,55.
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Entre os três municípios, Itajaí foi o que registrou menor preço nos cinco postos. Estabelecimentos do Centro itajaiense chegam a vender o litro da gasolina a R$ 4,07. No cartão de crédito, o custo máximo do litro registrado foi R$ 4,39. Em Blumenau, a diferença é menor, chegando a R$ 4,28 à vista.
Gerente da rede WDCom, Ivan Walendowsky elenca alguns motivos para a diferença entre as três cidades, como tamanho, repasse de reajuste e margem de lucro. “O tamanho do município influencia na questão do frete. Alguns postos podem ainda não ter repassado. A demanda tem sido fraca. Atualmente, a margem de lucro praticamente não existe. Existem postos fechando, tem sido difícil administrar na situação atual.”
Walendowsky destaca um aumento de 6,6% na gasolina, levando em conta os aumentos das duas últimas semanas da gasolina A e do álcool anidro, que compõem, respectivamente, 73% e 27% do produto que chega ao consumidor. Na prática, para os postos, o aumento tem sido repassado.
“De qualquer forma, há regiões do país em que o preço tem chegado a R$ 5. Aumentar não nos interessa, a margem de lucro tem sido mínima, tem gente próxima da falência. O assalariado tem um valor específico para gastar com combustível. O combustível segue aumentando, ele para de andar de carro, vai para uma moto, por exemplo, consome menos, e assim sucessivamente, até parar.”
Livre concorrência
O secretário-executivo do Sindicato do Comércio Varejista e Derivados de Petróleo do Litoral Catarinense e região (Sincombustíveis), Cesar Ferreira, não imagina um futuro próximo mais agradável em relação aos preços exercidos.
“A gasolina chegou a um preço altíssimo. Só de 1º de fevereiro a 16 de março, subiu R$ 0,33 em refinaria, a Gasolina A, 73% da gasolina que chega à bomba. Desde então, já houve vários outros aumentos. Recentemente, houve mais 3% na refinaria.”
O sindicato deixa claro que não tem influência sobre preços que chegam ao consumidor final e reitera a liberdade para estipular preços, desde que não sejam abusivos. “Cada empresário, revendedor, tem sua característica. Pequenos, médios, grandes, podem pagar aluguel, podem trabalhar 24h. Quando falamos de livre concorrência, estes postos podem colocar o preço que julgarem justo, de acordo com suas realidades.”
Responsabilidades do Procon
O diretor do Procon de Brusque, Volnei Montibeller, explica que a entidade não tem nenhuma ação a tomar sobre preços exercidos por postos de combustíveis. A responsabilidade neste quesito fica por conta da ANP, enquanto o Procon age em casos nos quais se suspeita da qualidade do combustível. Há também a questão dos preços abusivos, vista com frequência nas paralisações de caminhoneiros ocorridas entre maio e junho de 2018, por exemplo.
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“Qualquer um coloca o preço que quer. Decréscimos em refinarias, por exemplo, não obrigam os proprietários dos postos a abaixarem os preços. Quando há aumento no preço da gasolina que o posto compra, costuma haver aumento imediato porque o proprietário quer evitar o prejuízo, a queda na margem de lucro. O Procon não pode intervir, não tem essa”, explica.
Fiscalizações nas quais o Procon age, às vezes em conjunto com a ANP, são referentes à qualidade da gasolina, não ao preço. “A ANP faz sua parte, de regulamentação de preço, e o Procon faz testes nas bombas, na gasolina, verifica alvarás”, encerra Montibeller.