Com apenas 18 anos, a brusquense Ana Vitória Tomasi não se intimidou diante de um esporte predominantemente masculino e começou a competir no Gaiola Cross. O ano era 2017 e, desde então, a paixão pelo mundo off-road só cresceu.

Ana já está em seu quarto ano disputando provas de gaiola e, em cada prova, mostra a força e a determinação das mulheres dentro e fora das pistas pelo Brasil.

A piloto começou sua história no Gaiola Cross depois de acompanhar o irmão, que participou de uma prova pela primeira vez em 2015. “Depois da primeira prova que ele disputou eu comecei a gostar do esporte e a pensar na possibilidade de correr também”, conta.

Ana Vitória percorre o país todo competindo no gaiola cross | Foto: Arquivo pessoal

Dois anos depois, ela fez sua estreia em uma prova do Campeonato Catarinense da modalidade, em Imbuia, no Alto Vale do Itajaí. E não parou mais.

Hoje, a brusquense disputa o Campeonato Brasileiro da modalidade na categoria Aspirados, a mais concorrida, ao lado do irmão e também do namorado. Ela é a única mulher nesta categoria.

“Quando eu comecei, corria na categoria Baton do Campeonato Catarinense, que era só para mulheres. Mas no Brasileiro não tem essa divisão. Homens e mulheres correm juntos”, explica.

Em cada prova, Ana desafia os próprios limites em busca dos melhores resultados, mas sobretudo, igualdade. O objetivo sempre é conseguir se classificar entre os 10 melhores, que vão para a final de cada etapa.

“Não são todas as provas, porque cada uma é diferente, mas quando eu consigo me classificar entre os 10 melhores eu fico muito feliz por mostrar que eu também posso estar lá, que eu consigo fazer o mesmo que eles”.

Brusquense disputa a categoria Aspirados | Foto: Arquivo pessoal

A brusquense sempre teve o apoio da família, desde o seu início no esporte. Além do irmão, o namorado também participa das disputas e divide a mesma gaiola com ela. “Meu irmão sempre está na ponta, entre os primeiros. Meu namorado também vai bem, e sempre tem aquela rivalidade, pois competimos todos na mesma categoria”.

Apesar de toda a ajuda do irmão, Ana conta que aprendeu a pilotar a gaiola na prática. No começo foi difícil, até superar o medo, mas depois que pegou o jeito, é só alegrias. “Explicar de fora é diferente de estar dentro das pistas. Às vezes até hoje ele chega me passa alguns conselhos, mas quando você está na gaiola acaba esquecendo tudo e faz do seu jeito, por isso, aprende na prática”.

Neste ano, Ana pretende disputar as sete etapas do Campeonato Brasileiro. A primeira será neste fim de semana, em Horizontina, no Rio Grande do Sul. Para ela, estar dentro da gaiola é uma emoção indescritível. “É uma emoção que eu não sei nem descrever. Participar da Fenajeep, então, é maravilhoso. É o maior evento off-road. É uma sensação maravilhosa”.

O desejo de Ana é que mais mulheres se encorajem e entrem no mundo da gaiola cross, assim como ela. “É um esporte que ainda tem um número reduzido de mulheres e eu digo que podemos fazer o que a gente quiser, independente do que os outros pensem ou falem. Se tem vontade, tem que fazer, e deixar de lado a opinião das outras pessoas”.


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