Marilena Mattioli dos Santos Paiva, a Piluca, 52 anos, tem uma longa história com o esporte em Brusque. Ela começou no vôlei ainda menina, e chegou até a ser convocada para a seleção infanto-juvenil da modalidade.
Porém, não foi a quadra que ganhou o seu coração, e sim, a areia. Foi em uma brincadeira despretensiosa na casa de uma amiga em Navegantes que Piluca tomou gosto pelo vôlei de praia.
“Esse dia na casa da minha amiga Sandra foi o primeiro contato que eu tive em dupla no vôlei. Joguei de brincadeira com uma outra amiga minha, a Cátia, que ainda hoje mora em Florianópolis, e nos acertamos muito bem. Isso bastou pra eu não querer mais parar de jogar vôlei de praia”, lembra.
Piluca recorda que a amiga começou a convidá-la para participar de competições em Florianópolis e outras cidades do litoral e ela sempre aceitou, até que migrou para a areia.
“Eu comecei a gostar. Sempre fui muito fominha de bola, sempre gostei de estar com a bola. Em dupla você está em contato com a bola direto, precisa estar com o físico e o psicológico bem porque a bola está sempre contigo. Em uma quadra, entre seis, nem sempre você pega na bola”, diz.
Com o passar do tempo, Piluca foi se especializando na modalidade. Foi ela a responsável por trazer o vôlei de praia para Brusque, há quase 30 anos. “Sou a pioneira no vôlei de praia de Brusque. Desde lá só pratico essa modalidade. Já representei Brusque diversas vezes nos Jogos Abertos, fui duas vezes vice-campeã e conquistei três medalhas de bronze”, destaca.
Em mais de 30 anos jogando pelas praias da região, Piluca fez muitas amizades e sempre precisou conciliar o esporte com outras atividades. Técnica de enfermagem, Piluca trabalha em uma unidade básica de saúde e no tempo livre joga vôlei. “Fui mãe aos 19 anos, mas mesmo assim continuei jogando. Joguei profissionalmente por três anos, sempre tive que conciliar o trabalho, os estudos, a família. Às vezes era 22 horas e eu estava fazendo o serviço de casa”.
Entretanto, a rotina puxada nunca a incomodou. Pensar em parar? Jamais. Somente hoje, aos 52 anos, que ela começa a sentir mais o peso da vida de atleta.
“Hoje está pesando um pouco. Sempre dei conta, sempre gostei, sempre tive energia e vontade para fazer tudo. Hoje vejo que não sobra esse tempo todo, mas continuo firme”.
A veterana recebe o auxílio da prefeitura com o bolsa-atleta, porém, o valor não cobre toda a despesa que a brusquense tem para participar de campeonatos e torneios. “Graças a esse apoio que posso continuar na modalidade. A bolsa não supre tudo, praticamente pago para jogar, a despesa é bem maior do que ganho de bolsa, mas continuo. Tudo pelo amor ao esporte”.
Também é o amor pelo vôlei de praia que a impede de parar de jogar. Pelo menos por mais dois anos Piluca pretende continuar dando show nas areias da região. “Já era pra eu ter parado, mas sou teimosa. Enquanto eu tiver saúde, quero continuar jogando. Meus dois joelhos já estão detonados, não tenho mais cartilagem, tudo doi, mas ainda estou dando conta do recado. Continuo jogando porque a coisa que eu mais amo fazer na minha é jogar vôlei”.
Você está lendo: Conheça Piluca, pioneira do vôlei de praia em Brusque
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