Viver em época de transição é viver sem entender a lógica
das coisas. Raciocine comigo: para que serve um trailer? Até onde o bom senso
explica, ele é um vídeo de divulgação de uma obra audiovisual, não é? Filmes,
séries e correlatos lançam trailers para aguçar a curiosidade do público e
prepará-lo para consumir a história.

O que pensar quando a empresa que assina a obra… retira
metodicamente o trailer do YouTube, alegando quebra de direitos autorais? Só
posso creditar a orelhada à total falta de noção do departamento responsável
por caçar pirataria online, que não consegue diferenciar ladrão de arauto. Uma
burrice antipática e burocrática.

E foi assim que, democraticamente, blogs pequenos e grandes
portais ficaram com buracos negros, links quebrados e avisos hostis. Tudo
porque mostraram o trailer de
The Carrie Diaries. A série, que deve estrear nos
próximos meses, é prequel de Sex and The City, ou seja, é passada antes da
história que acompanhamos por seis temporadas. Veremos – quando nos permitirem
– uma Carrie Bradshaw saindo da adolescência, nos anos 80, chegando a Nova
York. 

AnnaSophia Robb (a Violet do remake de A Fantástica Fábrica de Chocolate, mostrando que o tempo passa rápido quando a gente não está prestando atenção!) é a jovem Carrie.


Tem tudo para ser interessante. Mas essa palhaçada de
impedir a divulgação do trailer faz nascer uma torcida contra o sucesso da
série, sinto muito.

Ok. Para desestressar, um vídeo que não foi sequestrado: a cover
de
Let’s Dance, do Bowie, captada no Sónar – Festival Internacional de Música Avançada e New Media Art – em São Paulo, há duas semanas. 

Cee Lo Green,
o dono de um daqueles improváveis clássicos pop contemporâneos, Fuck You, é
competente e esperto. E tem bom gosto.