Se antes eram os pais que apresentavam as descobertas do mundo para os filhos, hoje esse papel se inverteu. Cada vez mais conectados, muitas vezes, os filhos acabam incentivando e até mesmo ensinando os pais a entrarem no envolvente mundo da tecnologia.
O computador e o smartphone à primeira vista podem ser vistos com desconfiança pelos pais, principalmente aqueles com mais idade, mas ao mesmo tempo, podem se transformar em uma boa ferramenta para aproximar as gerações.
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Foi principalmente pelo incentivo dos filhos que Valério de Souza, 69 anos, Armando Vicente Sassi, 79 anos, e Altair Gustavo Kuhn, o Nego Kuhn, 80 anos, começaram a descobrir a internet.
“Se eles não me incentivassem eu não estaria aqui hoje aprendendo”, diz Valério de Souza, pai de três filhos e padrasto de dois enteados, que recentemente começou a frequentar as aulas do curso Idoso Empreendedor, do Sesc, que conta com oficinas de informática para os maiores de 60 anos.
Souza diz que trabalhou por algum tempo em frente ao computador, mas fazia somente o necessário para desenvolver sua função. Aposentado há 18 anos, nunca mais mexeu na máquina e, aos poucos, está aprendendo a usar a internet e viajar para muitos lugares, sem sair de Brusque.
O mesmo acontece com Armando Sassi. No começo, ele ficou bastante relutante em frequentar as aulas e aprender a mexer no computador. As filhas incentivaram ele e a esposa a se matricularem no curso do Sesc. A esposa atendeu ao pedido das filhas com mais facilidade, já seu Armando relutou um pouco, até decidir acompanhar a esposa todas as tardes de segunda-feira nas aulas. “As filhas estão sempre com o celular na mão, então, como eu já tinha que vir trazer a esposa, resolvi fazer a vontade delas e participar também”.
Altair Gustavo Kuhn, o Nego Kuhn, ganhou o curso de presente de uma das filhas, Jaqueline. “Foi ela que fez tudo, entrou em contato com o Sesc, fez a matrícula. No começo foi difícil, mas agora já estou me adaptando”, conta.
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Viúvo, Kuhn mora sozinho e este foi um fator determinante para que a filha decidisse inserir o pai no mundo da tecnologia. “Os meus dois netos vivem mexendo no computador, celular. Às vezes a gente até acha que está errado. Mas tudo mudou muito, e a gente começa a se sentir isolado porque não consegue acompanhar”.
Kuhn ainda não tem computador em casa, mas conforme for seu desempenho no curso, já pensa em comprar um para, quem sabe, entrar no mundo das redes sociais. “Vamos ver como vou me sair, quem sabe”, diz.
Por enquanto, os papais que estão engatinhando no mundo da tecnologia aprendem a mexer somente no computador. Mas logo quando desenvolverem suas habilidades, poderão testar as imensas possibilidades dos smartphones que hoje, diferente dos aparelhos dos filhos, cumprem a função de apenas fazer ligações.