João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Campanha da fraternidade: ecologia integral

João José Leal

Promotor de Justiça, professor aposentado e membro da Academia Catarinense de Letras - [email protected]

Campanha da fraternidade: ecologia integral

João José Leal

Nesta quarta-feira de cinzas, como acontece desde o ano de 1962, a igreja católica está iniciando a Campanha da Fraternidade. A data coincide com o começo da quaresma que, segundo a igreja, deve ser um período de preparo espiritual para o grande evento da sexta-feira da paixão e da Páscoa.

Como se sabe, os temas das campanhas não têm sido apenas religiosos. Ao contrário, como nos mostra a CNBB, a grande maioria deles tem tratado dos diversos problemas econômicos, políticos e sociais que afligem a sociedade humana. E diversas foram as campanhas comprometidas com a defesa do ambiente ecologicamente sustentável. Neste ano, com o tema Fraternidade e Ecologia Integral, não foi diferente.

Conforme esclareceu a Conferência Nacional dos Bispos, a escolha do tema pretende homenagear Francisco de Assis, o santo retratado pela igreja sempre com pássaros nas mãos e nos braços. Na verdade, com a CF-2025, a igreja pretende relembrar o Cântico das Criaturas por ele escrito há 800 anos.

Nesse poema, que pode ser considerado como a primeira manifestação em defesa do ambiente e da natureza, o santo católico faz uma louvação a Deus por ter criado “o belo, radiante e esplendoroso irmão sol”, que nos brinda com a luz que ilumina os nossos dias. Louva também e agradece a criação da “irmã lua e das estrelas que, claras, preciosas e belas brilham no infinito do espaço celestial”.

No seu cântico ou poema ecológico, São Francisco não esquece de louvar ao Senhor pela existência “do irmão vento”, das nuvens e do ar que respiramos todo o tempo. Finalmente e de forma mais especial, agradece ao senhor pela criação da “nossa irmã terra”, que produz o alimento que nos sustenta.

Como se vê, as palavras e preocupações de Francisco de Assis continuam atuais. Por isso, é considerado o padroeiro da ecologia e protetor dos animais. E, em sua homenagem, a CF-2025 aborda mais uma vez a temática ambiental.

Para os bispos brasileiros, o planeta está em perigo. Se não mudarmos o nosso comportamento diante da natureza, poderemos causar “um colapso planetário”, cujo prenúncio já pode ser sentido “nas grandes catástrofes que assolam o nosso país”. É preciso acontecer uma “urgente conversão ecológica”, capaz de substituir a prática meramente extrativista, “que contempla a Terra como um reservatório sem fim de recursos”, por uma atividade econômica de respeito à natureza e à Terra-Mãe, diz grave e solenemente o texto-base da CF.

Sem dúvida é oportuno o chamado da igreja católica para que todos, independentemente de credo, se engajem nessa cruzada preservacionista em defesa do nosso planeta. Todos estão convocados e cada um tem o dever de fazer a sua parte, por mais simples que seja a sua ação.

 

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