CEI atua há 15 anos em projeto de conscientização contra a dengue
Crianças visitam semanalmente o cemitério da localidade de Ribeirão do Mafra para fiscalizar
Crianças visitam semanalmente o cemitério da localidade de Ribeirão do Mafra para fiscalizar
Os dois casos de dengue e os dez focos confirmados, além do registro de 13 pessoas com suspeita, colocaram Brusque em estado de alerta. Alguns moradores buscam alternativas para conscientizar o restante da população e para minimizar as chances de proliferação do mosquito Aedes Aegypti.
Capitaneadas pela diretora Neusa Sapeli Teixeira, 22 crianças do Centro de Educação Infantil (CEI) de Ribeirão do Mafra são exemplos de brusquenses que atuam contra a doença. Semanalmente, os alunos se dirigem ao cemitério da localidade para fiscalizar o espaço e para remover a água acumulada em recipientes.
No entanto, o projeto “Como acabar com o mosquito da dengue” não é recente. Existe desde 18 de fevereiro de 2002 e foi criado pela própria diretora, que atua no CEI há 29 anos. Na data de início dos trabalhos, o centro ainda era uma escola de séries iniciais com 18 alunos de sete a 11 anos. Apenas no ano passado, o espaço educacional virou CEI, com alunos de dois a cinco anos.
“Foi o interesse dos alunos que me incentivou a criar o projeto. Iniciamos com discussões em sala de aula sobre a novela O Clone da Globo, em que a personagem Dona Jura vivia chamando a atenção de Basílio, ajudante dela no bar, sobre os cuidados para evitar o mosquito da dengue. Com isto, percebi o interesse deles em querer saber mais sobre este inseto e comecei a ir atrás de informações junto a Secretaria de Saúde”, explica Neusa.
Na época, a diretora aprofundou as pesquisas e, com a ajuda de outros professores, atuou ao lado dos alunos junto às famílias da comunidade. Como a escola trabalhava com as séries iniciais, as disciplinas também acrescentavam, cada uma a sua maneira, informações sobre o mosquito transmissor e sobre a doença. Desde o ano passado, com a mudança para CEI, os professores utilizam brincadeiras, jogos e desenhos para explorar o assunto.
“Percebemos a diferença quando iniciamos o projeto. O cemitério era cheio de latas, de plásticos e de vidros com água parada. O povo se conscientizou que não pode mais deixar esse tipo de material. Estamos inseridos aqui, então temos de ter cuidado”, diz.
A escola está localizada a apenas sete minutos do cemitério, que tem cerca de 120 sepulturas. E o projeto ocorre durante todo o ano letivo. As semanas de atuação das crianças são intercaladas: em uma semana os alunos do turno da manhã são responsáveis pela fiscalização e na semana seguinte a responsabilidade é dos alunos da tarde.