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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Segundo aliados, Ciro Roza quer participar do governo municipal

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Segundo aliados, Ciro Roza quer participar do governo municipal

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Nada a dizer
Se fossemos analisar o nível do governo municipal pela comunicação, diríamos que ele é infantil. Primeiro porque o prefeito simplesmente não fala, nem em público nem com a imprensa e quando manda representante para algum evento, como fez ontem, no lançamento do Dia do Desafio do Sesc, é um desastre. Dirceu Marchiori, que representou o governo, limitou-se a dizer “Bom dia, obrigado e tchau”. Não que fosse para fazer um discurso longo, mas ao menos um parágrafo de “conteúdo” seria o mínimo.

Tirando os cabides
Bem que a prefeitura, em uma eventual reforma administrativa, que há meses se arrasta para ser apresentada, inclua a extinção dos cargos de coordenadores e diretor-geral do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae). A autarquia está sem ninguém na função há dois meses e ninguém está sentindo falta.

Critério político
Por outro lado, ainda na autarquia, está se promovendo um desmonte, com a mudança de cargos que eram ocupados por técnicos para serem providos por nomeações políticas. É um absurdo lotear politicamente uma entidade que cuida do bem mais precioso da cidade, a água. Todos sabemos onde isso vai dar. A ocupação política do Samae, num passado não tão distante, já causou prejuízo financeiro à autarquia.


Ultimato
Fontes com acesso ao gabinete do prefeito Jonas Paegle estão avisadas de que, em breve, ele receberá um ultimato de seu padrinho político, o ex-prefeito Ciro Roza. Ele irá propor ao prefeito a continuidade de sua parceria. A intenção de Roza é ajudar nas decisões do governo, sem cargo oficial, como consultor.

Demissões
Além disso, Ciro irá propor também que, caso seja aceito como consultor do prefeito Jonas, isso só ocorrerá se o mandatário retirar da prefeitura seus desafetos. Se o prefeito não aceitar as condições impostas pelo seu sócio eleitoral, estará avisado de que Ciro irá publicamente retirar o apoio que lhe foi tão precioso para que pudesse ocupar a cadeira.


Falta de habilidade
A necessidade de três sessões da Câmara e inúmeras modificações no projeto de lei que institui o Refis – o programa de recuperação de débitos da prefeitura, escancarou uma falta de habilidade política que não era esperada desta gestão. Basicamente, o poder Executivo mandou um projeto com falhas flagrantes que não foram percebidas internamente, e precisaram ser exaustivamente debatidas pelo Legislativo, sob pena de penalizar os contribuintes.


Dominó do Bóca Cunha
A comissão organizadora do torneio Dominó do Bóca Cunha finaliza os preparativos para o evento, que será realizado amanhã, na chácara do ex-prefeito, no bairro Rio Branco. O encontro reunirá empresários, políticos e membros do poder Judiciário de todo o país, e terá a participação de mais de 100 duplas, inclusive de fora de Santa Catarina.


EDITORIAL

As novas e velhas práticas

Dois fatos marcaram a semana em Brusque. Uma foi no campo político, com a rejeição do projeto de lei que proíbe vereadores de assumirem cargos no Executivo. A outra foi no campo empresarial, com a compra do imóvel da Schlösser pela Havan.

Em ambos os casos podemos ver o passado e presente se encontrando e deste ponto surgindo um caminho, que pode tanto levar para o futuro como para um retrocesso.

A Câmara de Vereadores de Brusque teve uma renovação histórica, elegendo dez novos vereadores contra cinco reeleitos. Os novos ventos sopraram nas eleições e o eleitor quis renovar.

Passados os primeiros meses e algumas sessões, eis que surge o primeiro projeto mais proeminente, querendo acabar com uma anomalia política, que é o vereador ser eleito para legislar e, mantendo sua posição, ocupar um cargo no Executivo. E o que o acontece? Os novos vereadores recorrem às velhas práticas, e não aprovaram o projeto.

Mais do que uma derrota da sociedade, foi uma frustração em relação à atual legislatura. Alguns vereadores provaram que são mais do mesmo, e não nutrem nenhuma possibilidade de querer mudar as coisas.

Ainda usam desculpas rôtas, como a apresentada no parecer do vereador Deivis Silva, que atentam contra a inteligência do cidadão.

Serão mausoléus morais que precisam também ser removidos da cena urbana e política da cidade, dando lugar a quem queira oxigenar o ambiente

O caso mais emblemático foi a posição do novo e jovem vereador Leonardo Schmitz, que mudou de opinião no meio do caminho e ainda tentou justificar o injustificável lendo um script para não se perder, ainda mais, na saia justa e puída que se agarrou.

Mas não são só alguns vereadores que se tornam decadentes. Muitas empresas que eram pujantes no passado e ajudaram a desenvolver nossa cidade não conseguiram acompanhar o ritmo das mudanças e hoje são mausoléus gigantes, com destino incerto, compondo a cena urbana.

O imóvel da Schlösser até terça-feira era um destes casos, quando foi comprado pela Havan. A empresa promete uma revitalização da área, preservando o patrimônio e dando um novo fôlego à economia local.

O paradoxo se apresenta na transformação do espaço de uma antiga companhia têxtil por uma companhia jovem, que também começou na área têxtil, mas com ideias diferentes e inovadoras passou à frente de seu tempo, conquistando o mercado e ficando mais na moda do que nunca.

Uma das primeiras providências que a Havan vai tomar em relação ao imóvel comprado é fazer uma boa limpeza, para depois revitalizá-lo e adaptar para acolher um teatro, escritórios, restaurantes, e novos empreendimentos que dinamizam nossa economia.

Bem que a Câmara poderia se inspirar por um momento e também promover a sua limpeza, deixando a casa pronta para uma revitalização de ideias e boas propostas que estejam em sintonia com o nosso tempo e com as expectativas do cidadão.

Do contrário, serão mausoléus morais que precisam também ser removidos da cena urbana e política da cidade, dando lugar a quem queira oxigenar o ambiente e fazer, realmente, a diferença.

 

 

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