Comerciantes de Brusque relatam alta taxa de acidentes em rua onde idosa morreu atropelada
Principal apontamento de trabalhadores da região está no excesso de velocidade
Principal apontamento de trabalhadores da região está no excesso de velocidade
Nas últimas semanas, diversos acidentes foram registrados na rua Augusto Klapoth, uma extensa via que faz ligação entre os bairros Primeiro de Maio, Águas Claras e Santa Luzia. Na manhã de segunda-feira, uma idosa morreu atropelada por uma moto na mesma rua.
O jornal O Município conversou com trabalhadores da região sobre o fluxo de veículos do local e a frequência que eles encontram acidentes na rua.
Um funcionário de um posto de gasolina da rua Florianópolis (via que antecede a Augusto Klapoth), comentou que vê com frequência veículos passando em alta velocidade na via.
“Eu passo diariamente quando venho trabalhar e de vez em quando parece que tem um acidente entre pedestre e moto”.
De acordo com ele, a condução de motocicletas e as motos elétricas vem sendo um problema ultimamente.
Ele entende que um redutor de velocidade na via ajudaria a evitar novos acidentes. “Porque não tem outra coisa que possa ser feita, né?”. E finaliza apontando que condutores de motos elétricas e derivados precisam ter mais atenção no trânsito para evitar problemas. “Às vezes atrapalha um carro, uma moto, um caminhão. Eles vão desviar e onde pode ocorrer um acidente”.
Outro funcionário, de uma empresa localizada na rua Augusto Klapoth, ironiza que pelo volume de veículos que passam pelo trecho, acha até que são poucos os acidentes que ocorrem. “Era para morrer 10 pessoas por dia”.
O homem destaca principalmente a condução de alguns motociclistas. “A gente sabe que tem motoqueiros que respeitam a sinalização, os pedestres, mas muitos fazem coisas inacreditáveis. Não sei como eles não caem”.
Ele exemplifica casos envolvendo a travessia de pedestres nas faixas. “O carro para, o pedestre vai na confiança e o motoqueiro vem pelo lado esquerdo e às vezes acaba pegando o pedestre em cima da faixa”.
Outro apontamento foi feito para o uso de celulares no volante. “Há muita falta de atenção, muita gente com o celular na mão, coisas desse tipo”. Apesar das situações, ele comenta não ter presenciado o momento exato de algum acidente na região.
Do ponto de vista dele, a conscientização no trânsito seria a melhor forma de diminuir acidentes, “mas é difícil, o ser humano é complicado, porque ele sabe que tem que andar de cinto, que ele não pode usar o celular, que tem que respeitar o limite de velocidade, mas a maioria não faz”.
Em alguns trechos há retas onde o homem menciona que, muitas vezes, os veículos aproveitam para acelerar e descontar do tempo parado em pontos de lentidão da rua.
“Na minha opinião, todas as faixas de pedestre deveriam ser elevadas. Que daí a pessoa precisa frear. Infelizmente não era o correto fazer assim, mas se a pessoa não se conscientiza na orientação preventiva, tem que ser no corretivo mesmo”, finaliza.
O trabalhador de uma garagem na rua Augusto Klapoth diz que o maior fluxo de veículos se concentra nas proximidades de seu trabalho. De acordo com ele, o excesso de velocidade é o que mais é percebido.
“A gente vê muita gente no celular, mas o maior apontamento é a alta velocidade. Se for analisar essa via aqui, ela tem bastante faixa de pedestre, que é onde estão acontecendo os acidentes, mas ela possui poucos pontos de redução de velocidade”.
O funcionário opina que seria bom um ponto de redução antes das faixas de pedestre, “para que o cara reduza a velocidade e em seguida consiga visualizar a faixa de pedestre, para não ter perigo de atropelar alguém em cima”.
E também exemplifica colisões próximas de faixas de pedestres. “Um para, o outro vem atrás, e bate. Os muros aqui das residências, da via geral, estão todos marcados com batidas”, finaliza.
Além do último óbito registrado, outros acidentes mais danosos foram registrados. Por exemplo, duas colisões de carro contra postes, sendo uma no dia 11 de maio e outra no início de junho, além de diversos outros chamados gerados pelo sistema de ocorrências do Corpo de Bombeiros, embora nem todas possuíssem gravidade.
O Secretário de Trânsito de Brusque, Emerson Andrade, explica que a falta de fiscalização no trecho existe devido ao baixo efetivo da Guarda de Trânsito. Hoje, agentes são designados para atuar nas demandas envolvendo as diversas obras que acontecem na cidade, o que deixa a fiscalização prejudicada.
“O prefeito anunciou a abertura de um concurso para GTB, o que deverá aumentar em 50% o efetivo, certamente ajudará, mas não creio que resolverá de imediato esse problema, pois a demanda é enorme e os condutores estão acostumados a não ter fiscalização por parte da GTB, justamente por estarem envolvidos no apoio às obras”.
Ele menciona ainda que o projeto Smart City, do qual Brusque participa, ajudará na fiscalização dos agentes. Mais de 500 câmeras de vigilância com reconhecimento devem ser instaladas.
Sobre a implantação e alteração nas sinalizações de trânsito no trecho, o secretário conta que um novo levantamento está sendo realizado para a instalação dos equipamentos de fiscalização eletrônica.
Esse estudo seria justamente para inibir o excesso de velocidade, sem prejudicar os deslocamentos dos veículos de urgência e emergência. “Os quais outrora já se manifestaram contrários à instalação desses recursos em via pública, pois além de atrapalhar nos deslocamentos, fazendo perder tempo, também prejudica o atendimento durante o transporte das vítimas”, explica o secretário.
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