Será possível ter uma vida feliz (gastronomicamente falando) sem: nata, manteiga, molho bechamel, creme belga, leite condensado, doce de leite, creme de leite, iogurte, queijos? Creio que eu poderia preencher um longo parágrafo com todas as delícias derivadas do leite de vaca.
Aos mais novinhos, principalmente os nascidos após 2008, esse ingrediente já não é tão imprescindível nas refeições diárias. Porém, aos mais antigos, esse líquido branquinho e alguns de seus derivados eram preciosos e símbolo de boa saúde e fonte de cálcio.
Mas então o que aconteceu? Será que durante a década de 2000 houve uma intervenção extraterrestre que alterou as funções do leite? Duvido, do mesmo modo como duvido que seja somente frescura ou manha o surgimento de tantas alergias. Atualmente cerca de 70% dos adultos tem algum sintoma de intolerância após consumir leite ou derivados. Essa “doença” ocorre porque algumas pessoas nascem sem a enzima (lactase) que metaboliza a lactose (açúcar presente no leite), ou porque deixam de produzi-la ao longo da vida, seja por envelhecimento ou por lesões no intestino. Os sintomas típicos são dores abdominais, sensação de inchaço no corpo, flatulência, diarreia e vômitos. Alguns sintomas podem não estar relacionados à intolerância a lactose e sim a caseína, síndrome do intestino irritável, doença celíaca, Crohn, colite ulcerativa e outras alergias alimentares.
E a pergunta mais frequente, mas o Leite não é essencial? O leite humano, sim, mas o da vaca, não! O corpo humano é incapaz de absorver o cálcio do leite de vaca, pois ele também eleva o Ph, isso implica na proteção do próprio corpo, que usa o cálcio que já temos para combater o ácido altíssimo do leite. Ou seja, perdemos cálcio e não o ganhamos. Resultado: já que o maior armazém de cálcio do corpo é o esqueleto, adivinha quem supre as carências de cálcio geradas pelo consumo do leite? Nossos ossos. Para equilibrar o Ph, ele utiliza do cálcio armazenado é expulso pela urina, causando um efeito contrário do vendido pelas indústrias leiteiras!!!!
Sem contar que as vacas leiteiras recebem diariamente hormônios de crescimento e de simulação de gravidez para produzirem leite, bem como antibióticos para diminuir infecções provocadas pelos mais variados mecanismos a qual são expostas para extração. Então no final das contas o leite virou um líquido de antibióticos e hormônios nada saudável. Que tal desmamar?
É fato que apresentamos resistência em aceitar mudanças alimentares. Muitas vezes, achamos que não conseguiremos sobreviver sem as delícias provindas do leite, principalmente no inverno. Eu, Michelle, costumava dizer aos meus alunos que é muito importante a consciência e a separação das refeições e lanches que tem a função de nutrição e os outros momentos de alimentação que tem a função de diversão. Embora, muitas vezes buscamos na comida a compensação alegre para as frustrações diárias, precisamos ter a separação dessas diferentes refeições em mente, se desejarmos uma vida saudável.
Nosso mundo é regido pela gastronomia e nutrição e acreditamos piamente que o equilíbrio e o autoconhecimento são o caminho certo a se seguir em busca do prazer e da saúde!
Extrato de amêndoas, macadâmia, castanhas e avelã:
“São mais ricas em proteínas e cálcio do que as outras oleaginosas. Contém vitamina E, cálcio, ferro, magnésio, antioxidantes, flavonóides quercetina e campferol (previnem o crescimento de células cancerígenas e a oxidação do LDL).”
Ingredientes
- 100g de amêndoas, macadâmia, castanhas ou avelã cruas , mas também pode ser usado nozes, coco, aveia…
- 500ml de água filtrada
Instruções de preparo
Lavar a oleaginosa escolhida e deixar de molho por 8-10 horas em água, na geladeira.
Descartar a água do molho e remover a pele se preferir.
Colocar a no liquidificador e acrescentar a água filtrada e Bater bem
Coar em um pano fino (voal) ou peneira fina. Guarde em uma jarra e mantenha na geladeira por no máximo 5 dias.
Obs: O resíduo que sobrar na peneira ou voal, tempere como preferir e utilize como ricota! Dica de tempero: sal, ervas frescas (tomilho, salsinha, manjericão, cebolinha), azeite de oliva, noz moscada e pimenta preta!
Ou doce: acrescentado óleo de coco, canela, açúcar de coco ou mascavo e frutas secas como uva passa roxa, branca, tâmaras…!!
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Michelle Kormann da Silva – Gastrônoma
Janete Tridapalli Duarte – Especialista em Nutrição Clínica