A Comunidade Bethânia surgiu de um desejo do Padre Léo em ajudar os dependentes químicos, os soropositivos, os prostituídos e marginalizados pela sociedade, chamados com carinho de “filhos”. O sonho surgiu em 1994, quando o sacerdote começou a idealizar o recanto.
Além de ser diretor do Colégio São Luiz, em Brusque, ele também prestava atendimento espiritual para familiares e jovens da região. Por experiência própria, Padre Léo viu a necessidade de proporcionar um ambiente que mostrasse a essas pessoas que é possível encontrar um novo jeito de viver.
“No Colégio São Luiz ele começou esse trabalho com a juventude e foi sentindo a necessidade de ter um lugar que pudesse acolher esses jovens com problemas”, revela Padre Vicente.
Oficialmente, a Comunidade Bethânia foi fundada no dia 14 de março de 1995. Pouco depois, Padre Léo conheceu Juscélia Ludvick, que foi co-fundadora do recanto. O nome que intitula a comunidade vem do hebraico e significa “casa do pobre”.
O começo de Bethânia
Nas missas ministradas por Léo, ele pedia aos fiéis um terreno para criar um espaço para acolher esses jovens. O terreno foi doado por Dr. César.
Após conseguirem o local, foi aberta uma clareira na mata para celebrar o momento. A tarefa árdua contou com a ajuda de funcionários da Prefeitura de São João Batista e do próprio vice-prefeito da época, Jair Sebastião de Amorim, o Nonga.
Em 12 de outubro de 1995, às 15h, foi celebrada a primeira missa da Comunidade Bethânia. Muitas pessoas participaram do evento que contou com animação musical da banda Vida, o grupo musical de Léo.
A partir disso foi iniciada a construção da casa que teve o projeto desenvolvido por Juscélia. Após a obra pronta, no dia 1º de maio de 1996 foi celebrada a primeira missa na sala da Casa-Mãe. Nela foram consagrados os primeiros irmãos da comunidade: Ideraldo Paloschi e a esposa Margarida, Zeni Silveira e Jocelino Lauro Gal.
Primeiros filhos
A partir do dia 6 de maio foram acolhidos os primeiros filhos de Bethânia – nome carinhoso designado àqueles que estão na comunidade: Evândio Carlos Ferreira e Jorge Mansila Jr. Eles foram encontrados por Padre Vicente com a ajuda de Ideraldo em um retiro de Páscoa.
Os dois relataram a situação de dependência química, que chamou atenção de Padre Vicente. Ele contou a história ao Léo, que pediu para que eles fossem encaminhados para Bethânia.
Acolhimento
Nas quintas-feiras, em todos os recantos, é realizado o pré-acolhimento. “Não precisa agendar. É só vir e trazer a pessoa. Mas ela precisa querer”, enfatiza o consagrado e conselheiro da comunidade, Daniel Amaral.
Quando são acolhidos, eles realizam um primeiro contato com o local, conhecem os valores e as normas do recanto e recebem o nome de filhos de Bethânia. “Nós acreditamos que antes de qualquer coisa, eles também são filhos de Deus”, afirma o conselheiro.
A diferença de Bethânia para clínicas e centros de recuperação é que na comunidade a pessoa não fica internada, ela vai morar no recanto. Além disso, os moradores desenvolvem trabalhos com a natureza.
“Quando o Padre Léo fundou a comunidade, ele tinha o propósito específico a partir da própria experiência com a dependência química”, ressalta. “Eles recebem alimentação, repouso, fazem exercícios físicos e trabalham, mas não pra arrecadar algo, pois quando eles mexem com o ambiente externo, trabalham com o ambiente interno”.
Todos os dias são realizadas celebrações religiosas e os filhos de Bethânia devem acompanhá-las.
Novos lares
Para abrir um novo recanto é preciso seguir três passos. O primeiro é a doação do terreno onde se pretende instalar o recanto. Na segunda parte, a comunidade deve estar vinculada à sociedade, ou seja, os moradores precisam se empenhar em ajudar a manter o recanto, pois a Bethânia não trabalha separada da sociedade. O terceiro e último passo é a autorização do bispo responsável pela cidade.
“Como somos uma comunidade religiosa antes de sermos uma comunidade terapêutica, a igreja precisa nos acolher, ela que precisa querer a nossa presença lá. Então o bispo local precisa nos dar liberação para atuar a serviço da própria igreja”, afirma Amaral.
“Hoje são oito recantos espalhados pelo Brasil, tendo a Casa-mãe em São João Batista.” Os oito recantos vivem por meio de doações de pessoas e empresas.
São João Batista
Para doações:
Banco do Brasil
Ag: 2629-8
C/C: 28659-1
Curitiba
O segundo recanto a ser criado foi o de Curitiba, em 12 de abril de 1998, com a celebração da “Missa de Envio” no recanto de São João Batista. No local, além do terreno, havia somente uma pequena e velha casa de madeira para o início da missão.
Para doações:
Banco do Brasil
Ag: 2823-1
C/C: 7470-5
Guarapuava
Em 2000 foi aberto o recanto em Guarapuava, também no Paraná. O bispo Dom Wagner informou ao Padre Léo a necessidade do município ter uma comunidade. Em novembro daquele ano, Dimas e Berenice foram enviados para missão, juntamente aos postulantes Sandro e Suzana.
Para doações:
Banco do Brasil
Ag: 0299-2
C/C: 44320-4
Lorena
O primeiro recanto aberto em São Paulo foi na cidade de Lorena, por meio de uma conversa do Padre Léo com professor Felipe Aquino, proprietário do terreno, e Padre Jonas Abib, fundador da Comunidade Canção Nova. Os dois informaram que era necessária a abertura de um recanto na cidade.
Foram destinados para o local os consagrados Carla, Daniel, José e Tatiana no dia 17 de abril de 2003 para que eles iniciassem os trabalhos. Os primeiros acolhidos chegaram em 13 de maio daquele ano.
Para doações:
Banco do Brasil
Ag: 0857-5
C/C: 25266-2
Italva
Coincidentemente com o aniversário de 50 anos do Padre Léo, no dia 9 de outubro de 2011 foi dado início ao recanto de Italva, na cidade de Itaperuna, no Rio de Janeiro.
No dia 26 de outubro foi realizada a Missa de Envio, em São João Batista, e na noite de 27 de outubro estavam no recanto o consagrado José Gentil, seu filho Luan Patric, e o filho de Bethânia Antonio Voss. Após um mês, se juntaram aos três o consagrado Edimar Antonio e o filho de Bethânia, José Aparecido.
Para doações:
Caixa Econômica
Ag: 4642
Operação: 003
C/C: 380-4
Uberlândia
Em 2001, o casal Anete Silveira de Oliveira e Jose Carlos de Oliveira decidiram doar sua fazenda e fazer dela um dos recantos de Bethânia. No dia 17 de janeiro de 2013 foram enviados os primeiros consagrados ao local: Daniel, Carla, com seus filhos Daelton, Daelen e Bianca, juntamente aos discípulos Valdir, Andressa, Ulisses e Rejane e um filho do Recanto de Guarapuava, Felipe.
Em 14 de abril o Padre Vicente abençoou o primeiro recanto mineiro e em 13 de maio foram acolhidos os primeiros filhos.
Para doações:
Caixa Econômica Federal
Ag: 0161
Operação: 003
C/C: 6206-6
Irati
Em 2012 foi inaugurado o recanto em Irati, também no estado paranaense. A Santa Missa de inauguração foi realizada pelo Padre Lúcio.
Para doações:
Banco do Brasil
Ag: 0182-1
C/C: 45030-8
Cianorte
O recanto mais recente foi aberto em 2016 em Cianorte, no Paraná.
Para doações:
Banco do Brasil
Ag: 0618-1
C/C: 61.800-4
Missões encerradas
Em Foz do Iguaçu, no Paraná, foi aberto o terceiro recanto de Bethânia em 1999. Mas foi necessário interromper a missão em 2007. Outro recanto que teve sua missão encerrada foi o de Castro, no mesmo estado, aberto em 2005 e fechado em 2009.
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