Será pelos olhos de uma menina que a história de Jesus será contada nesta edição do espetáculo Paixão e Morte de um Homem Livre. Através do sonho da menina Ângela, o público acompanhará a trajetória de Jesus, do nascimento até a ressurreição. O tradicional espetáculo terá duas apresentações, nos dias 14 e 15 de abril, no pátio da capela São Cristóvão, no bairro Aymoré, em Guabiruba.

Duas pequenas guabirubenses darão vida à narradora da história. Sofia Esser Dirschnabel, 10 anos, e Julia Batschauer Baron, 11 anos, foram as escolhidas para interpretar o importante personagem nesta edição.

A voz ouvida pelo público será a de Sofia, que se revezará no palco com Julia. As duas meninas estão empolgadas e muito ansiosas pela participação no espetáculo. Uma experiência que, certamente, ficará marcada na memória das pequenas durante toda a vida.

Para serem escolhidas para interpretar Ângela, Sofia e Julia passaram por uma seleção. A mãe de Julia, Jorgiana Batschauer Baron, conta que a filha participou da edição de 2019 do espetáculo como uma criança do povo.

Em 2020, quando esta edição do teatro foi lançada, a pequena demonstrou vontade de participar mais uma vez. Desta forma, participou da pré-seleção para os personagens com fala. “Enviamos um pequeno vídeo dela, mas não sabíamos para qual personagem era, somente que era para um personagem criança. Pouco tempo depois, a diretora entrou em contato com a gente e fez o convite para ela ser uma das narradoras”.

Julia e Sofia se revezarão no palco durante o espetáculo | Foto: Paixão e Morte de um Homem Livre/Divulgação

Jorgiana destaca que a família ficou muito surpresa e lisonjeada pela participação de Julia em um papel tão importante no espetáculo. “Desde o início a Julia ficou bem empolgada. Desde a confirmação da participação dela, procuramos deixar bem claro que o principal do espetáculo é a história de Jesus. Ela, como uma das narradoras, os figurantes e qualquer outro personagem, tem a mesma importância”.

Moradora do bairro São Pedro, Julia é aluna do sétimo ano da Escola Padre Germano Brandt. De acordo com a mãe, ela sempre se interessou pelo mundo artístico. “Desde pequena ela tem o olhar voltado para as coisas da cultura. Participa de banda, canta em coral e faz muita coisa voltada para a igreja”.

Convite no dia do aniversário

No dia em que completou 10 anos, a pequena Sofia Esser Dirschnabel recebeu o convite para dar vida à menina Ângela, no espetáculo Paixão e Morte de um Homem Livre.

O pai de Sofia, Dirceu Dirschnabel, já participa do espetáculo há 18 anos. Seguindo o exemplo dele, a menina participou na edição de 2019, fazendo algumas cenas como povo.

A mãe de Sofia, Flávia Esser Dirschnabel, conta que a menina ficou bastante empolgada com sua participação em 2019 e quando abriu a seleção dos atores para esta edição, a família decidiu enviar um vídeo dela.

Voz de Sofia será ouvida pelo público durante o espetáculo | Foto: Paixão e Morte de um Homem Livre/Divulgação

“No dia 20 de maio de 2021, quando a Sofia fez 10 anos, recebemos a notícia de que ela seria uma das narradoras. Ela ficou muito feliz e emocionada com o convite”.

Flávia conta que a família tem dado todo suporte para a menina, que tem se dedicado muito para a personagem. “Ela leva muito a sério. Quando recebeu os textos, ficou bem nervosa, mas foi se acostumando e deu tudo certo. Sempre dizemos para ela fazer com toda dedicação para Jesus”.

Sofia já fez a gravação das falas da personagem em estúdio e agora participa dos ensaios e preparativos finais para as duas apresentações.

“Ficamos bem felizes pela participação e também por ver a dedicação dela e de todos os voluntários”.

Moradora do bairro Guabiruba Sul, Sofia é a aluna do quinto ano da escola Anna Otília Schlindwein.

Julia e Sofia durante os ensaios para o espetáculo | Foto: Paixão e Morte de um HOmem Livre/Divulgação

Mensagem de esperança

A diretora do espetáculo, Rejane Habitzreuter Schlindwein, conta que a ideia de a história se desenvolver a partir do olhar de uma criança surgiu após ela e a equipe assistirem ao filme O Natal de Ângela, na Netflix.

“Estava assistindo com meus filhos, e na hora mandei no nosso grupo para a equipe assistir, e dali concordamos que teria que ser uma criança a narradora desta edição. A criança é sincera, genuína, traz esperança e é exatamente esta mensagem que queremos passar”.

Inicialmente, a equipe de roteiristas do espetáculo pensou a personagem Ângela como uma criança de 7 anos. Porém, como poderia haver dificuldade no momento da gravação do texto, foi definido que a personagem teria 11 anos e uma estatura média baixa. Com o texto do espetáculo pronto, a direção foi em busca dos atores e atrizes para interpretarem os personagens, incluindo a narradora.

“Para esta edição nós inovamos. A associação abriu uma seleção para que os interessados em interpretar personagens com fala nos enviassem um vídeo para avaliação”.

No caso da personagem Ângela, a equipe enviou o texto para os participantes da seleção, mas não informou que se tratava da narradora do espetáculo, apenas de um personagem criança.

A equipe recebeu nove vídeos de crianças interessadas em fazer o papel de Ângela. “Olhamos a dicção, estatura, e como definimos que duas crianças interpretariam o papel, começamos a observar as que eram mais parecidas uma com a outra. De início, vimos que a Sofia e a Julia eram muito parecidas, cabelo liso, comprido, morenas e de estatura semelhante”.

Sofia e Julia durante lançamento oficial do espetáculo | Foto: Paixão e Morte de um Homem Livre/Divulgação

Rejane destaca que, geralmente, a pessoa que interpreta o personagem que vai narrar a história, fica bastante nervosa nos ensaios, pois o papel tem um destaque durante todo o espetáculo. Porém, Sofia e Julia estão levando tudo com bastante naturalidade.

“É impressionante. Elas estão se saindo muito bem. É algo da criança mesmo, aquela coisa leve, muito gostosa  de assistir nos ensaios. Estamos muito impressionados com  desempenho delas”.

A diretora lembra que quando foi definido que a narradora desta edição seria uma criança, ainda não havia a pandemia da Covid-19, e depois de todo o período difícil enfrentado pelo mundo nos últimos dois anos, Rejane considera que não poderia ter sido feita uma escolha melhor.

“A principal mensagem que queremos passar é a de esperança, e nada melhor que através de uma criança”.