Conheça família de Brusque que visitou todos os 295 municípios de Santa Catarina

Viviane, Marcelo e Bernardo Noldin finalizaram o roteiro no último fim de semana

Conheça família de Brusque que visitou todos os 295 municípios de Santa Catarina

Viviane, Marcelo e Bernardo Noldin finalizaram o roteiro no último fim de semana

Uma família de Brusque completou no último fim de semana uma viagem por todo o estado de Santa Catarina. Viviane e Marcelo Noldin, moradores do bairro Santa Terezinha, conheceram todos os 295 municípios.

A última viagem foi finalizada no domingo, 4, quando a família passou pelo município de Passos Maia, município localizado no Oeste de Santa Catarina, que possui 4.034 habitantes.

Vivi, como é conhecida, é comerciante e tem 37 anos, já Marcelo tem 44 anos e é professor de geografia. O filho do casal, Bernardo Fantini Noldin, de 9 anos, também participou da viagem.

Arquivo pessoal

O começo

A ideia surgiu durante a pandemia, em 2021, no período em que não era possível realizar viagens para fora do país. “No início, a gente começou pelas cachoeiras. Só íamos nas cachoeiras. Claro que a gente passava pelos centros, mas pegávamos mais essas partes isoladas porque não tinha ninguém”, conta Marcelo.

Depois das primeiras viagens, o casal decidiu aprofundar os passeios para outras cidades além das que já haviam visitado por serem mais próximas de Brusque.

As viagens de Marcelo e Vivi foram realizadas sempre nos finais de semana prolongados ou nos feriados e períodos de férias, principalmente por conta das viagens para cidades mais distantes, como as do Oeste. “Fomos de seis a oito vezes para o Oeste”.

“Sempre gostamos muito de viajar, desde que a gente estava namorando, sempre gostamos. Como na pandemia não podia sair muito, decidimos começar pelas mais próximas. E com crianças, o transporte feito com carro é mais fácil, pois não tem excesso de bagagem”. Outro motivo apontado pelo casal para optarem por fazer uma viagem pelo estado é a diversidade e particularidade de cada região.

Para Vivi, as cidades de Laurentino e Grão-Pará foram suas preferidas. “Eu gostei muito de uma imagem de Nossa Senhora das Graças, que se eu não me engano, é a maior imagem de Nossa Senhora das Graças do mundo. Como somos católicos, foi algo que mexeu muito comigo. É um lugar que eu tento ir todos os anos, pelo menos uma vez no ano”, conta sobre o município de Laurentino.

E comenta também sobre as Pirâmides Sagradas de Grão-Pará. “São umas montanhas assim muito lindas e aquele lugar também me chamou muita atenção”.

Família de Brusque
Marcelo, Vivi e Bernardo em Grão-Pará, visitando as Pirâmides Sagradas | Arquivo pessoal

O filho do casal, Bernardo, diz que a Trilha do Canyon Malacara, em Praia Grande, foi o lugar que mais gostou de conhecer.

E para o pai, Marcelo, as quedas d’água de Salto Saudades, em Quilombo, foram seu lugar preferido. “Já tínhamos ido em 2021, mas estava com pouca água e aí passando dessa vez em um restaurante próximo, nos falaram que estava cheio, aí fomos de novo. Então, pra todo mundo, eu digo que nós temos uma mini cataratas em Santa Catarina e ninguém conhece”.

Viviane conta que o casal sempre buscou ir para lugares em que o filho pudesse gostar para que também se sentisse motivado a viajar com os pais. “Ele sempre viajou com a gente, desde bebê, ele diz que não se lembra de alguns lugares, mas ele sempre estava junto com a gente. Ele sempre gostou muito de visitar cachoeiras e fazer trilhas”.

Família de Brusque
Arquivo pessoal

Ela relata que um dos locais pelo qual a família mais passou sufoco foi o município de Abdon Batista, na Serra Catarinense. Lá, houve dificuldades para acessar a região. “Eles estavam arrumando o acesso e ela é longe, é estrada de chão e no dia estava chovendo, então foi bem trabalhoso”.

Planejamento e perrengues

Finalizada no domingo, a viagem aos 295 municípios de Santa Catarina precisou ser minuciosamente planejada. Em diversos momentos, a família de Brusque se perdeu, ficou sem gasolina e com os pneus do carro furados. Marcelo explicou alguns dos perrengues vividos durante os percursos.

“A viagem é 100% planejada, até a Vivi brinca comigo, eu calculo com quantos reais em combustível eu saio da cidade, para colocar combustível em outra cidade. Eu vou calculando tudo. Assisto vídeos antes de viajar, até mesmo para saber quais estradas eu vou passar, se são estradas de chão. Em alguns roteiros, chegamos a fazer mais de 60 km de estrada de chão”, conta.

E então relata a saga de perrengues, durante a volta para Brusque, entre sábado, 3, e domingo, 4, dois pneus do carro acabaram furando. “Encontramos um borracheiro que teve que sair de casa para auxiliar a gente. E a outra foi na descida da Serra da Santa, em Rio do Sul, onde tive que fazer a troca”, conta.

“Mas o pior, ou o melhor de todos, foi quando estávamos em Monte Carlo, e o GPS se perdeu”. A família acabou parando em uma propriedade privada onde havia diversas macieiras e não conseguiu mais sair da região.

A localidade possuía diversas porteiras, todas estavam fechadas com cadeados. Para conseguir sair do local, eles chamaram até o Corpo de Bombeiros, que não pôde fazer nada.

“Eu fui em direção à estrada principal, chegando lá, a propriedade estava com um cadeado. Tive que chamar o Corpo de Bombeiros para tirar a gente de dentro da propriedade. Eles não liberaram porque tinha que estourar o cadeado”, conta.

“Aí veio um cara, pressionou a gente, perguntou o que eu estava fazendo lá dentro e disse que chamaria a polícia. Eu disse, ó, você pode revistar todo o meu carro, eu estou com criança, não estou levando nenhuma maçã embora, eu só quero sair daqui. Ele tirou a chave do bolso, abriu o portão e tirou a gente lá de dentro”.

Marcelo também relembra o momento em que ficaram sem gasolina na estrada Rio do Júlio, que liga a Serra Dona Francisca ao município de Schroeder, no Norte catarinense. “Não me dei conta do tamanho da estrada, era um estradão de chão. Eu tive que parar em uma pousada e pedir gasolina emprestada”.

Cidades “base”

Ainda no planejamento da família, para as idas às cidades mais distantes, Marcelo, Vivi e Bernardo às vezes ficavam em cidades bases para poder conhecer os municípios do entorno. Em um mesmo dia, mais de uma visitas foram realizadas. Santiago do Sul, município com 1.651 habitantes, “é uma cidade que em cinco minutos você passa”.

Nas viagens distantes, a família precisava se programar, pois, algumas cidades sequer tinham hotéis. “E como íamos aos sábados, domingos ou feriados, no domingo principalmente, não tinha nenhum lugar aberto. Em muitas a gente até passou perrengue para achar o que comer, porque de meio-dia estava tudo fechado”, conta o casal.

Por conta dessas dificuldades, foi necessário ficar em cidades bases, municípios como Xanxerê, Chapecó, Criciúma, Itapiranga e Joaçaba. Durante a passagem por cada cidade, diversos registros foram feitos, os principais pontos procurados foram os portais, igrejas e até prefeituras.

“A gente sempre tem uma foto na cidade, vamos lá no portal quando tem ou vai na igreja, porque igreja sempre tem na cidade. Teve lugares que a gente não achou igreja, aí fomos na prefeitura”.

Casal de Brusque
Marcelo, Bernardo e Vivi visitando o município de Laurentino, localizado no Alto Vale do Itajaí | Arquivo pessoal

Viagem que pode virar livro

Ao final, Marcelo relembrou a visita da família para o município de Tunápolis, que fica próximo da fronteira com a Argentina. Na ocasião, enquanto estavam passando próximo de um posto, encontraram um senhor que aparentava ter 80 anos, proprietário do local. Ao ver a placa do carro da família, perguntou se estavam passeando ou visitando parentes.

“Eu dei uma risada, disse?: não, estou conhecendo mesmo, e falei rapidamente pra ele dessa história. Aí, no que eu falei, ele me olhou e disse ‘ué, mas por que isso? Vai entrar pra política ou vai escrever um livro?’”.

Após isso, Marcelo menciona que foi inspirado pela ideia e relata que agora tem o intuito de transformar a viagem em um livro.

A família de Brusque menciona que ficou muito feliz ao completar toda a viagem. “Nós três, assim, a família ficou bem feliz, estávamos muito cansados no domingo, porque cada viagem é bem cansativa, a gente anda bastante de carro e tal, mas ficamos muito felizes e muito gratos, por poder conseguir esse feito”, diz.

Município de Quilombo foi um dos favoritos de Marcelo Noldin | Arquivo pessoal

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