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Construção de igreja nos anos 70 orgulha comunidade do Souza Cruz

Livro conta a história da Comunidade Nossa Senhora de Fátima, que completou 40 anos

A história da Comunidade Nossa Senhora de Fátima demonstra a fé e espírito comunitário dos moradores do entorno. Foi este perfil que levou à arrecadação de fundos e materiais para a construção da igreja local, ainda na década de 1970. A atuação da comunidade é tão marcante que inspirou a produção de um livro.

O material foi publicado em 2014. Na época, uma comissão de voluntários resolveu se unir para preservar parte da história da comunidade e dos bairros Souza Cruz e Jardim Maluche, onde fica o prédio. Foram necessários 10 meses de produção até que os 3,5 mil livros exemplares ficassem prontos. Nele, estão relatos de cerca de 20 pessoas, atuantes no desenvolvimento local.

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Presidente da comunidade pela quarta vez, Osnildo Maçaneiro, 69 anos, acompanhou o processo de mobilização e construção da igreja. Até a mudança para o bairro, em 1974, ele morava no Santa Luzia. O sogro já era representante do grupo.

Mesmo com a construção ficando no Jardim Maluche, ela é mais frequentada por moradores do Souza Cruz. Na época, para conseguir angariar os recursos necessários, lembra, recorriam à rifas, promoções e doações.

Do papel à prática
A construção só começou em 1974. O local só recebeu as primeiras missas dois anos depois, em 1976, ainda da forma improvisada. Além da igreja, com capacidade para 600 pessoas, a comunidade conta com um salão com salas voltadas para ações sociais e atuação de grupos, como de catequese. Nela, cerca de 200 crianças são atendidas.

O projeto era ousado para época. Maçaneiro destaca a fé, dedicação e voluntariado para dar sequência ao projeto. Segundo ele, a proximidade da população com a comunidade católica são traços importantes da história do bairro. “A palavra comunidade é grande, mas seu significado é muito maior. O sonho de todos era se ter um lugar mais próximo”.

Para Maçaneiro, mesmo com o desenvolvimento, ainda é preciso manter ações para a manutenção do local. Revisão hidráulica do salão e pintura externa estão entre as prioridades para os próximos anos.

Frequentadora assídua
Até a mobilização para construir a Igreja Nossa Senhora de Fátima, no Jardim Maluche, os moradores das proximidades precisavam se deslocar até o Centro ou ao bairro Azambuja para assistir as missas. “Antigamente, isso era tudo uma localidade só e as pessoas ajudaram muito para tirar isso do papel”, lembra Neli Paloschi, 76.

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Nascida em Major Gercino, Neli veio para o bairro Souza Cruz com a família quando tinha 13 anos. Assim como muitas famílias, buscava oportunidade de melhorar as condições de vida.

Até boa parte da vida adulta, ela precisava repetir o roteiro até as igrejas dos bairros próximos. “As pessoas pessoas aqui são muito unidas e ajudaram. Mesmo quando não tinha a igreja aqui, já se tinha essa preocupação”.

Mobilização
A religiosidade da família a levou a auxiliar no projeto. Além da ajuda financeira e doação de materiais, os familiares cediam o espaço para as reuniões do grupo que se mobilizou para a construção.

Uma das maneiras de arrecadar fundos para o projeto era a realização de um café colonial, em conjunto com outras voluntárias. Elas auxiliavam desde o preparo, venda até na limpeza do lugar. Neli guarda as lembranças deste período com carinho.

Hoje, ela se orgulha de ver a estrutura desenvolvida pela comunidade e do sucesso que os eventos organizados atingem a cada edição. Entre as comemorações mais especiais para ela está a festa em honra à Nossa Senhora de Fátima, em maio. Para Neli, ter a história contada em um livro foi uma forma de preservar a memória de muitas das pessoas que ajudaram no projeto.

A fé é um elemento presente na rotina de Neli. Na sala de sua casa, uma pequena gruta guarda imagens de santos e fotos de familiares. Um quarto da casa é mantido com um dos espaços de oração. Nele, guarda bíblias e imagens, entre elas da padroeira da comunidade.