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Das sete eleições desde a redemocratização, Brusque votou diferente do Brasil cinco vezes

Lula foi o mais votado no município em três pleitos

Desde 1989, primeira eleição depois da redemocratização, o eleitorado de Brusque acompanhou o restante do país somente em duas oportunidades na eleição para presidente da república: 1994 e 2002.

A prova mais contundente de que Brusque é o “voto do contra” ocorreu no segundo turno de 2014. Dilma Rousseff (PT) foi reeleita, mas no município levou uma “lavada”: Aécio Neves (PSDB) obteve mais de 55 mil votos, contra pouco mais de 12 mil da petista.

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O resultado de 2014 evidencia uma guinada à direita do eleitorado brusquense nas últimas três eleições gerais. Após eleger o petista Lula em 2002, a cidade passou a apoiar os tucanos.

Na eleição seguinte, Geraldo Alckmin venceu Lula no município, no segundo turno. Entretanto, naquele pleito o petista bateu o tucano e foi reeleito.

Já em 2010, Lula foi substituído por Dilma Rousseff para dar continuidade ao projeto do governo do PT. Mais uma vez Brusque não acompanhou o país – que elegeu Dilma.

No município, o tucano José Serra venceu com larga vantagem: 40,6 mil perante 18,4 mil da adversária. Em 2014, o percentual de votos do PSDB foi ainda maior.

Escolha pela mudança
Ivo Barni, ex-funcionário público e integrante do MDB, é reconhecido por suas análises políticas do cenário local. Para ele, o comportamento dos brusquenses é resultado de mais consciência política.

“A tendência por aqui é apostar sempre na mudança. Para votar na continuidade tem que estar tudo muito bem. O sistema empresarial de Brusque é muito forte”, avalia.

Na opinião de Barni, o eleitorado brusquense é mais politizado do que o de outras regiões do país, por isso opta pela mudança. Ele considera que boa parte das pessoas “têm opinião própria” e não “vendem voto por sacolão ou outros benefícios”.

Barni considera que a população do município é mais crítica no que se refere à atuação dos governantes. Isso faz com que, de modo geral, a oposição ganhe quando se trata de presidente.

“A gente sente que a indignação está impregnada em todos. Está indignado com quem estava no poder. Qual é a opção? O voto do brusquense é do descarte, votar no menos pior”, analisa Barni.

Ele também pondera que em boa parte dessas eleições os opositores ao candidato que buscava reeleição também venceram em Santa Catarina. Portanto, o município segue a mesma linha do estado e, às vezes, da região Sul.

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Barni dá como exemplo o cenário para as próximas eleições. Jair Bolsonaro (PSL) tem grande vantagem na região Sul do país. Brusque deve seguir na mesma tendência, avalia.

Ele acredita que os brusquenses estão indignados, por isso optam por candidatos como Bolsonaro, que se apresenta como opção de mudança. Barni analisa, no entanto, que não considera que haverá grandes mudanças no futuro próximo.

“No caso desta eleição, dificilmente as coisas vão mudar porque o Congresso vai ser o mesmo. O presidente tem seis meses só para governar e depois vai ser engolido pelos leões do Congresso, que sempre vão manipular”.