X
X

Buscar

Rotary Club leva jovens brusquenses para conhecer outras culturas

Programa de intercâmbio também promove a vinda de estudantes internacionais para o município

Conhecer novas culturas, viver a experiência de morar no exterior e tornar-se um cidadão do mundo. Estes são os objetivos do programa de intercâmbio de jovens do Rotary Club (Rotary Youth Exchange Program – RYEP), do qual participam jovens brusquenses de 15 a 18 anos.

De acordo com Maria Aparecida Frainer, presidente do Rotary Clube de Brusque, a modalidade de intercâmbio através do Rotary é uma das mais seguras e baratas. Como a organização é mundial, há um suporte global para os jovens que estão em outros países.

Veja também:
Das sete eleições desde redemocratização, Brusque votou diferente do Brasil cinco vezes 

Qual é o perfil dos candidatos deputado estadual e federal da região 

Julgamento das contas de Ciro Roza deve ser retomado em até 30 dias

O edital de intercâmbio é lançado anualmente no mês de março e, neste ano, dois jovens de Brusque estão participando do programa: um está na França e o outro, em Taiwan. O município também recebeu dois jovens de outros países, que estão hospedados em casas de famílias brusquenses.

Durante o período de intercâmbio, os estudantes ficam em casas de famílias anfitriãs, e há também uma “família reserva”, para que o adolescente não fique sem hospedagem caso ocorra algum problema ou necessidade de mudança.

“Nossos jovens, quando fazem intercâmbio pelo Rotary, se tornam embaixadores do Brasil no exterior, representam nosso país, estado e município”, explica Maria Aparecida. No país de destino, vão cursar o ensino médio, a mesma série que estariam cursando em seu país de origem. Eles são bolsistas das escolas e precisam participar das atividades do Rotary Club no país onde estiverem.

“Lá, eles vão falar sobre o Brasil e a cultura brasileira, e também aprender sobre a cultura do país para trazer para o pessoal daqui quando voltarem”, diz a presidente.

O intercâmbio já começa no momento em que o jovem entra no avião. Segundo Maria Aparecida, ele não pode estar acompanhado de familiares, para viver essa experiência por conta própria. “Acreditamos que estamos transformando cidadãos comuns em cidadãos do mundo.”

Experiência no exterior
Giovana Karsten Tamanini, de 17 anos, morou por um ano na cidade francesa de Saint-Étienne. “Eu não falava francês e comecei a estudar só uns quatro meses antes da viagem, então fui sabendo só o básico, conseguia me apresentar e dizer que não falava francês. Mas acho que acontece naturalmente, a família só falava comigo em francês, na escola também, então a gente acaba aprendendo”, comenta.

Durante o ano no exterior, ela morou seis meses na casa de uma família que morava num local mais afastado da cidade, e também seis meses com outra família, num apartamento no Centro. “Foi muito bom, pude ver esses dois mundos.”

A adaptação à cultura local, de acordo com Giovana, foi muito tranquila: a alimentação não é tão diferente e, por mais que as pessoas sejam, a princípio, mais fechadas, não foi difícil fazer amizades. “O mais complicado era a escola, que é muito diferente daqui. Os professores não são tão amigos quanto os nossos, os horários eram bem diferentes, eu ficava no colégio o dia inteiro.”

Com as famílias anfitriãs, Giovana viajou para diversos países da Europa, e participou também de uma viagem de 12 dias com outros intercambistas do Rotary, que passou pela Alemanha, República Tcheca, Áustria, Itália, Suíça e também por outras regiões da França.

Maria Eduarda foi recebida no aeroporto quando chegou ao México, no ano passado | Arquivo Pessoal

Maria Eduarda Gevaerd Schmitz, de 17 anos, também foi uma das intercambistas do Rotary. Ela ficou em Toluca de Lerdo, no México, e retornou ao Brasil neste ano. Ela conta que não sabia falar o idioma, mas conseguia entender o espanhol.

Para ela, o que mais chamou atenção em relação ao ambiente escolar foi o quão tecnológica era a sala de aula. “Estudei em dois lugares diferentes, em um deles não se usava caderno, e sim, computador. As provas eram feitas pelo computador, exceto as de matemática, física, que precisavam de contas, aí era no papel mesmo.”

Durante o período de intercâmbio, ela morou na casa de três famílias mexicanas, e conta que a adaptação não foi tão difícil: “Por mais que seja bem diferente, tem muita coisa igual, muitos aspectos em que eles são semelhantes ao Brasil”, conta.

Sua preparação para a viagem começou ainda um ano antes, quando ficou sabendo da possibilidade de realizar um intercâmbio através do Rotary. A família dela em Brusque também recebeu intercambistas, uma da França e um do México.

Intercambistas em Brusque
Além de enviar seus jovens para outros países, Brusque também recebe estudantes de fora. No período 2018/2019, são dois os intercambistas que estão na cidade: Ana Paulina Aguiñaga Muñoz, do México, e Nick Schuchart, da Alemanha. Com 15 e 16 anos, respectivamente, ambos estão cursando o segundo ano do ensino médio em colégios do município.

Veja também:
Preservação e pavimentação de rua mobilizam moradores do Jardim Maluche

Procurando imóveis? Encontre milhares de opções em Brusque e região

Nova lei pune assédio em ônibus e divulgação de fotos íntimas

Os dois chegaram no mês de agosto e ficarão no Brasil por um ano, em casas de famílias anfitriãs. Com tão pouco tempo no país, ainda é cedo para saber o que estão pensando da cidade, mas as primeiras impressões de ambos são de que Brusque é bastante diferente de suas cidades em seus países. Para Nick, que escolheu o Brasil como destino por conta das praias e da natureza, é uma cidade “muito alemã”. Ana Paulina acha que vai ser fácil se adaptar, já que os hábitos e costumes são parecidos com os de sua família no México.

Quando retornarem aos seus países, terão que compartilhar os aprendizados e a cultura brasileira que absorveram durante o intercâmbio. Por enquanto, já notaram diferenças na escola: os professores são menos formais do que no colégio de Nick na Alemanha, e os horários são bem diferentes dos da escola de Ana, no México.

Como embaixadores de seus países, eles precisam frequentar a escola e as reuniões do Rotary uma vez por mês. Além disso, vão se dedicar a aprender o português, fazendo aulas durante o tempo de estadia em Brusque. “É bem fácil pra mim”, ri Ana Paulina, cuja língua-mãe é o espanhol. Já Nick, que fala alemão, achou o idioma difícil, “mas está ficando mais simples”.