O horário das 18h15 é sagrado para Palmira Imhof, 58 anos, a Nena. Este é o momento de parar em frente à televisão para acompanhar o terço na TV Aparecida. Desde criança ela sempre ouviu os pais, bastante religiosos, rezarem para Nossa Senhora. E foi por meio de toda essa fé que a dona de casa recebeu dois grandes milagres que marcaram sua vida.

O primeiro foi o livramento da morte do filho, o jornalista Rafael Imhof. “Ele é alérgico ao leite, só que na época não era como hoje, com exames fáceis. Então levei cinco anos até descobrir. Nesse período ele quase morreu”.

Os primeiros anos de vida do filho foram, na maior parte do tempo, dentro do hospital. “Levei umas três vezes para o hospital ‘pretinho’, praticamente morto. Mas minha fé me ajudou a passar por tudo isso”, conta. Assim que descoberta a alergia, a mãe prometeu que levaria o menino para o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida para agradecê-la. “Fomos para São Paulo de Fusca”, lembra.

O segundo grande milagre recebido por Nena foi quando ficou cega por um mês. “Teve uma noite que, do nada, passei a enxergar tudo preto. Fui ao médico, em Curitiba e ele disse que teria que fazer alguns procedimentos, mas que deveria deixar nas mãos de Deus”.

Por um mês trancada dentro do quarto, Palmira orou noite e dia pedindo intercessão de Nossa Senhora Aparecida perante a Deus. “Foi descoberto um tumor dentro do olho. Foi um período bastante difícil, com muita dor”.

Pela medicina, a possibilidade de voltar a enxergar era mínima, mas a esperança em Nossa Senhora era grande. Foi então que, após um mês, Palmira voltou a enxergar, sem nenhuma sequela. “Se isso não foi um milagre, eu não sei explicar o que é”, afirma.

As orações de Palmira para Nossa Senhora Aparecida são diárias. Quando deita à noite e quando levanta pela manhã, são momentos de agradecimento pela vida e pelo dia.

Miriany Farias

Fé brotada na infância

Crescer rodeado de pessoas de fé fez brotar no jornalista Rafael Imhof, 33 anos, uma devoção muito grande em Nossa Senhora Aparecida. O dia 12 de outubro, mesmo na infância, sempre foi a data para celebrar a aparição da santa no Brasil com um almoço em família e momentos de oração. As intercessões pedidas, as bênçãos recebidas, tudo fez com que a fé de Imhof aumentasse cada vez mais.

Por pelo menos cinco vezes, Imhof visitou o santuário, na cidade de Aparecida, em São Paulo. A última vez foi em 2015, quando viajou com os pais e a esposa, de carro próprio, para agradecer. “Quando rezamos para Nossa Senhora, pedimos a intercessão dela, e na nossa fé como católicos, acreditamos que ela, como mãe de Deus, intercede. Tenho certeza que ela está olhando por nós”, afirma.

Assim que se casou, a esposa Diana Eccel Imhof, 30, descobriu um problema de saúde: um câncer na tireoide. Ela fez a operação, retirou toda a glândula e fez tratamento com iodoterapia. “Quando a gente casa, pensamos em construir família e a gente sempre pensou em logo que casasse, já ter filhos. Então descobrimos o câncer, mas sempre entendemos os desígnios de Deus para nossa vida”.

Durante o período de tratamento, a fé do casal aumentou ainda mais. Por um ano, o médico determinou que os dois não poderiam ter filhos, pois o organismo de Diana ainda poderia conter resíduos radioativos. “A gente não desistiu do nosso sonho, mas entendemos o tempo de Deus”, diz o jornalista.

Miriany FariasEm fevereiro deste ano o médico liberou o casal para ter filhos e, um mês depois, chegou a notícia mais esperada: Amábile está a caminho. “Estamos radiantes, ela nasce no fim de novembro e está em uma gestação saudável e tranquila”, comemora.

A gratidão pelo milagre da vida é imenso e, por isso, o casal já planeja mais uma viagem ao santuário. Mas, desta vez, com Amábile nos braços. Para o jornalista, o milagre depende de como cada pessoa o interpreta.

“Milagre para mim é todo dia quando acordo com saúde. Para minha esposa e eu termos uma filha depois de todo esse problema de saúde, para mim é um milagre. A nossa vida estar bem, o trabalho, a saúde, é tudo um milagre. O não acontecer alguma coisa ruim já é um milagre”.

Como forma de se manter protegido diariamente, Imhof carrega consigo, todos os dias, um terço abençoado de Nossa Senhora Aparecida. “Ele já está todo despedaçado, porque fica sempre no meu bolso, mas eu não desgrudo dele, porque sinto que me protege e me guia”, afirma.

Em casa, a devoção do casal é demonstrada em um pequeno oratório montado em um dos cômodos. “Neste espaço temos a imagem de Nossa Senhora Aparecida, Santa Paulina e a Sagrada Família”.

Homenagem à Santa Paulina
O nome escolhido para a filha do casal, Amábile, também está relacionado à fé. Além do casal ser devoto à Nossa Senhora Aparecida, é também à Santa Paulina.

“Quando pedimos intercessão é que estamos pedindo o amparo divino junto a Deus. E Santa Paulina tem uma história muito linda, por todo trabalho que fez quando viva. Além disso, ela era muito devota de Nossa Senhora, inclusive sonhou com a santa”, explica Imhof.