Quando criança, para pedir algo para o pai, Marcos Antônio Schweigert, 33 anos, corria para a mãe para que ela fizesse a intermediação. O costume da infância se manteve na vida adulta, mas agora ele recorre à Nossa Senhora Aparecida, a qual tem uma devoção grande desde pequeno, para que interceda junto a Deus. “Sinto que ela está sempre presente. Mãe é mãe, sempre nos entende melhor”, afirma.

A fé foi herdada da família e, aos cinco anos, o auxiliar administrativo visitou pela primeira vez o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, junto com os pais e com a irmã, ainda na barriga da mãe. “Minha mãe tinha uma gravidez de risco. Devido à pressão arterial alta, não poderia nem mesmo viajar. Mas fomos até lá porque ela foi fazer uma promessa de que se tudo desse certo, colocaria Aparecida no nome de minha irmã”, conta. No dia 19 de outubro a menina nasceu saudável e foi batizada como Franciele Aparecida.

Desde então, os pais começaram a organizar excursões para o santuário, em São Paulo, pelo menos uma vez ao ano. “Eu já fui para lá umas 30 vezes e todas as vezes é uma sensação diferente. Aquele lugar é de paz, mesmo em meio a tanto barulho. É realmente a casa da mãe”.

Casado com a engenheira de produção Beatriz de Souza Schweigert, 29, os dois se mantêm vivos na fé. Participantes ativos da vida cristã, o casal atualmente é coordenador da comunidade de São Cristóvão e devoto de Nossa Senhora. Na semana passada, durante as celebrações na comunidade Nossa Senhora Aparecida, no bairro Guabiruba Sul, Schweigert inclusive participou da encenação da aparição da imagem no rio Paraíba, há 300 anos.

Arquivo pessoal

Em casa, num pequeno altar montado logo na entrada, está a imagem de Nossa Senhora, do jeito como foi encontrada no rio: negra e com a cabeça quebrada. “Queremos engravidar e aumentar ainda mais nossa família. Esse é o nosso pedido a ela. Assim que tivermos filhos, pretendemos encaminhá-los na vida cristã, repassando todo conhecimento que temos hoje”, afirma o casal.

Schweigert lembra de uma grande graça alcançada na vida de sua família, há dois anos. “Meu pai começou a apresentar um problema de saúde. No início achávamos que era por conta de uma queda que sofreu”. Num primeiro exame feito, o médico disse ao filho que tudo indicava ser um câncer no pulmão. “Isso me deixou sem chão. Preferi não contar para ninguém a não ser minha esposa, até que tivéssemos a certeza. Nesse meio tempo, intensificamos nossas orações a Nossa Senhora”.

Após um procedimento cirúrgico complicado ficou constatado que o pai estava com uma pneumonia mal curada, que fez com que o pulmão “colasse” nas costelas. “Depois da cirurgia, foi feito biópsia para ter certeza que não era um câncer e, para mim, foi uma graça alcançada”, afirma.

Arquivo Pessoal

Mulher humilde, mãe de todos
Conhecedor da história de Nossa Senhora Aparecida, Schweigert acredita que Deus quis presentear o país com uma santa brasileira. “Tem muita gente que vem de fora para visitar o santuário, mas ela sendo do Brasil, traz uma maior proximidade com nós, fiéis”.

Para ele, Nossa Senhora é ainda mais especial, pois é a imagem e semelhança de Jesus. “Ela apareceu negra numa época em que o Brasil enfrentava um grave problema com a escravidão e apareceu para os pobres pescadores. Assim como Jesus”.

Miriany Farias