Diagnósticos de tuberculose em Brusque em 2024 atingem terceiro maior índice dos últimos 25 anos

Apesar do alto número de casos, município possui maior taxa de cura do estado

Diagnósticos de tuberculose em Brusque em 2024 atingem terceiro maior índice dos últimos 25 anos

Apesar do alto número de casos, município possui maior taxa de cura do estado

A Vigilância em Saúde de Brusque registrou 55 diagnósticos de tuberculose em 2024. O número é o terceiro maior dos últimos 25 anos. Também estão no topo da lista o ano de 2011, com 58 casos, e 2023 (56).

O enfermeiro coordenador do Programa Nacional de Controle da Tuberculose, Ulisses Canquerini Silva, explica que os anos de 2023 e 2024 ficaram no topo da lista, pois os serviços ofertados pela Secretaria de Saúde foram ampliados, tornando o diagnóstico e tratamento mais ágeis.

Outro ponto que ele cita é a localização geográfica do município e o grande fluxo de pessoas que passam por Brusque. Por fim, ele credita o aumento dos casos às dificuldades nas barreiras sanitárias internacionais, que afetam a propagação da doença no país.

Brusque tem maior taxa de cura do estado

O programa alcançou em Brusque a taxa de 94% de cura entre pacientes com a doença. O percentual é o maior de Santa Catarina. Ulisses credita o índice de cura ao tratamento diretamente observado, amplamente recomendado pelo Ministério da Saúde.

Ele diz que uma das exigências é a presença diária dos pacientes nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) para tomar a medicação, o que levava à alta taxa de desistência e aumentava o risco de transmissão da tuberculose, mas que durante a pandemia da Covid-19, novas práticas foram adotadas.

“Durante a pandemia implementamos o monitoramento por vídeo (teleatendimento) para proteger os pacientes. Essa inovação não só auxiliou no monitoramento e manejo dos casos, mas também fortaleceu os vínculos entre pacientes e a equipe de saúde, oferecendo uma solução mais eficiente e segura”, explica.

Ele também cita que o modo como o paciente é informado de todos os riscos, tratamentos e efeitos colaterais da doença fazem com que ele tenha mais responsabilidade e compromisso no processo.

Por fim, ele afirma que a oferta de consultas e exames para todos os que tiveram contato com o paciente com tuberculose evita a propagação da doença.

Diagnósticos dos últimos 25 anos

O Ministério da Saúde divulga o número de diagnósticos da doença no município nos últimos 25 anos. O jornal O Município compilou os dados e ranqueou os anos que mais tiveram casos da doença. No período, houve 906 casos e 19 óbitos.

Na sequência do pódio, o último ano que registrou mais de 50 casos foi 2018, com 53 diagnósticos. Depois, estão 2013 (43), 2022 (41), 2015 (38) e 2017 (38).

Os anos de 2006 e 2010 registraram 35 casos, e 2003, 2007 e 2012 registraram 34. Constam na lista 2019 e 2020, com 33 casos cada um.

Na sequência estão os anos de 2002, 2004, 2005, 2009, 2014 e 2016, todos com 32 casos. Por fim, os últimos três anos são 2001 (31), 2008 (29) e 2025 (25). Os dados deste ano estão atualizados até o dia 25 de março.

Homens de até 40 anos são os mais atingidos

O ministério também divulga o sexo e a faixa etária dos pacientes que fizeram tratamento para a doença. Nessas duas décadas, os diagnósticos são de 573 homens e 347 mulheres.

A maior incidência nos homens está ligada à menor adesão aos cuidados de saúde, avalia o enfermeiro. Fatores como o tabagismo, uso de drogas, infecção pelo HIV e doença pulmonar crônica também são aspectos que aumentam o índice.

Já na idade, o sistema registrou os dados apenas até 2023. A faixa etária que mais registrou casos foi de 20 a 39 anos, com 388 pacientes. Ulisses explica que esse grupo é mais afetado, pois é ativo tanto socialmente quanto profissionalmente, frequentando diversos locais e utilizando transporte coletivo. “Isso aumenta a exposição à doença”, diz.

O estresse, a depressão e a ansiedade também são fatores de risco. O enfermeiro diz que a doença é oportunista e se estabelece quando a pessoa está com a imunidade enfraquecida.

Na sequência, estão 40-59 anos (263), 15-19 anos (55) e 70-79 anos (43). Também constam 60-64 anos (42), 65-59 anos (31) e mais de 80 anos (13). Houve dez casos da doenças em bebês com menos de 1 ano e cinco diagnósticos em jovens de 10 a 14 anos.

Por fim, houve apenas um paciente entre 5 a 9 anos. Analisando apenas os dados do ano passado, foram 29 mulheres e 26 homens diagnosticados.


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