Diretora do IFC de Brusque explica reivindicações da greve nacional

Com maioria dos profissionais a favor do movimento, a instituição pode ficar sem aulas nas próximas semanas

Diretora do IFC de Brusque explica reivindicações da greve nacional

Com maioria dos profissionais a favor do movimento, a instituição pode ficar sem aulas nas próximas semanas

A diretora do Instituto Federal Catarinense (IFC) Campus Brusque, Jéssyca Bózio Cipriano, explicou as demandas solicitadas por professores da rede federal de ensino na greve nacional iniciada na segunda-feira, 15. O campus do município aderiu ao movimento. Os professores e técnicos-administrativos cobram recomposição salarial e também o reajuste imediato de auxílios e bolsas dos estudantes. Com maioria dos profissionais a favor do movimento, a instituição pode ficar sem aulas nas próximas semanas.

A diretora conta que desde o início das negociações, os professores reivindicam um reajuste linear para além dos 9% concedidos em 2023, tendo em vista que a greve levanta demandas que datam de 2015, ano em que se negociou o último reajuste expressivo.

“Atualmente, sabe-se que as perdas pela inflação giram entre 22,71% e 34,32%. No entanto, para este ano, o governo federal ventilou reajuste apenas para os auxílios (alimentação, creche e saúde) e não tratou concretamente sobre um reajuste salarial, ou seja, a proposta é de 0% para 2024, o que o movimento grevista não pretende aceitar“.

Jéssyca destaca que o que está em pauta é a correção dos salários conforme a inflação dos últimos anos, não um aumento.

“Até o momento temos a maioria dos servidores como aderentes ao movimento”

“Estamos acompanhando diariamente as movimentações do campus. Até o momento, temos a maioria dos servidores como aderentes ao movimento, sobretudo os docentes, que já somam 70% do total, o que pode tornar inviável a continuidade das aulas, caso a greve não seja encerrada”. No momento, algumas atividades seguem acontecendo.

Entretanto, a instituição segue avaliando o cenário e dialogando com a comunidade interna para a tomada de decisões.

A respeito de auxílios, a diretora diz que houve uma proposta do governo para aumentar de R$ 658 para R$ 1 mil. Entretanto, o que está sendo pedido, é a equiparação com outros segmentos, como o judiciário, que recebe um auxílio no valor de R$ 1.393,10.

Reajuste em outras categorias

É mencionado também a defasagem no número de servidores técnicos-administrativos em educação. Isso muito por conta da categoria ser, atualmente, o menor salário existente na folha do governo federal. ”A defasagem é tão grande que a evasão de servidores desta categoria é cada vez maior e a força de trabalho cada vez menor e mais difícil de repor”, pontua.

Ela compara ainda o reajuste concedido a outras profissões do funcionalismo público como auditor fiscal, banco central, auditor agropecuário, mas que não foi contemplado aos servidores da educação.

Auxílios prejudicados

Durante o anúncio de greve nas redes sociais, feito pelo campus, comentários questionavam sobre a continuidade do pagamento de auxílio e bolsas estudantis que poderiam ser afetados em decorrência da greve. A diretora conta que nenhum projeto de ensino, pesquisa, extensão, ação social ou monitoria, oriundo do campus do município, terá o pagamento descontinuado. De acordo com ela, os professores orientadores dos projetos organizaram atividades para garantir a continuidade dos trabalhos.

Até o momento, nenhum auxílio estudantil com o pagamento em andamento antes do início da greve foi prejudicado.

“É claro que o contexto de greve pode afetar a implementação de novos pagamentos em função da adesão de servidores ao movimento de greve e, portanto, da redução da força de trabalho efetiva, mas a instituição como um todo está fazendo o possível para não desassistir seus estudantes”, diz.

Para manter a comunicação com outras instituições e atualizações do andamento da greve, ela informa que o campus possui quatro servidores no comando da greve local que estão em contato com a direção desde o início. Além também da comunicação com outros campus e de representantes em outras instituições.

Possível acordo

Segundo Jéssyca, mesmo com “mesas abertas” para as negociações com o governo, é difícil determinar uma solução e o fim da greve. Ela reforça que as conversas ocorrem desde 2023 e que a categoria não tem tido sucesso. “A greve está acontecendo justamente porque todas as outras possibilidades foram esgotadas“.

Há uma previsão para o fim da greve nesta sexta-feira, 19, pois os profissionais esperam por uma proposta da ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, que lidera as negociações.

“Estamos considerando esta sexta-feira o dia D”

“Estamos considerando esta sexta-feira o dia D, pois o ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou nesta semana que o governo deve disponibilizar novos recursos para atender as demandas”.

A diretora finaliza solicitando tranquilidade e compreensão frente ao processo de greve, “que historicamente, tem ajudado a garantir as conquistas e os direitos que refletem na qualidade e no reconhecimento dos serviços prestados à comunidade brusquense pela rede federal de educação profissional, científica e tecnológica, na qual o IFC Brusque se insere”.

“Reiteramos nosso compromisso em buscar soluções dialogadas que atendam às reivindicações, entendendo a luta das categorias e respeitando o direito à greve, ao mesmo tempo que buscaremos minimizar ao máximo os prejuízos oriundos deste cenário. Esta paralisação também é pelo fortalecimento dos institutos federais como um todo e temos certeza que a comunidade brusquense também quer uma instituição cada vez mais bem estruturada”.


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