Escolher as dez maiores descobertas da medicina ao longo da história pode gerar justas polêmicas, tamanha a quantidade e a importância das mesmas, os médicos historiadores Meyer Friedman e Gerald Friedland colocam entre elas a descobertas dos raios X, os antibióticos, a anestesia, a anatomia moderna, a estrutura do DNA e as vacinas.

Na verdade, as vacinas são unanimidade em qualquer lista desse tipo, tamanha sua importância para a humanidade e sua contribuição significativa para melhorar a expectativa de vida da humanidade. 

Muitos historiadores as consideram a maior conquista da medicina em todos os tempos.

Em janeiro de 2020 o Brasil iniciava a campanha de vacinação contra Covid-19. Mais de um ano após seu inicio e com mais de 70% de brasileiros vacinados com duas doses, é frequente que pacientes continuem perguntando se devem tomar a vacina, se devem aplicar o reforço, se devem vacinar seus filhos, se as vacinas são seguras, etc..

Mesmo que a grande maioria da população esteja ciente da importância da vacinação e do papel que a vacinação desempenhou a nível mundial para o controle da pandemia, ainda há setores que se sentem inseguros ao ouvir o discurso muitas vezes inflamado de militantes anti-vacinas e negacionistas da ciência. 

Infelizmente no Brasil esses militantes tiveram amplo espaço e poder de influência mesmo em esferas governamentais.

O argumento de que as vacinas são experimentais é totalmente falso, as vacinas aprovadas por órgãos como a Anvisa e o FDA norte-americano são seguras e tem eficácia comprovada para diminuir os riscos de hospitalização e morte contra Covid-19. 

Devemos agradecer sim aos milhares de voluntários que fizeram parte dos estudos de fase 3 das vacinas, a grande maioria deles eram trabalhadores da área da saúde (médicos, paramédicos e funcionários de hospitais). Esses podem ser chamados de “cobaias” pelos militantes anti-vacinas, eu considero que são cidadãos que servem de exemplo para todos nós, pois arriscaram sua saúde na busca por uma solução para a coletividade.

Após 226 anos desde que Edward Jenner aplicou a primeira dose de vacina numa criança de nome James Phipps e muitas revoltas contra as vacinas em tempos passados, causa surpresa e decepção que a importância da ciência e todos os benefícios que suas descobertas têm trazido para a humanidade ainda sejam mal compreendidas por uma parcela da população.

Ao longo de mais de dois séculos, as vacinas salvaram a vida de milhões de pessoas, um cálculo conservador diz que salvaram a vida de um bilhão e quinhentos milhões de pessoas.

Um estudo do Imperial College de Londres baseado nos programas de vacinação de 98 países mostra que desde o ano 2000 as vacinas evitaram a morte de 37 milhões de crianças e que até o ano 2030 terão evitado a morte de 120 milhões de pessoas.

A vacinação é a maior conquista da história da medicina, não há dúvidas.

Os efeitos colaterais das vacinas aprovadas contra Covid-19 são infinitamente inferiores em número e gravidade do que as sequelas que acometem a quase 30% dos pacientes que tiveram Covid-19 e a mortalidade, que somente no Brasil já vitimou mais de 660 mil pessoas.

Médicos das mais variadas especialidades estão atendendo pacientes com sequelas de Covid-19 diariamente enquanto que casos de pacientes com algum efeito colateral significativo por causa das vacinas são raros. 

Um estudo americano publicado no The Lancet que fez acompanhamento de 298 milhões de pessoas vacinadas não conseguiu relacionar de forma definitiva nenhum caso de morte causada pelas vacinas.

Viva a ciência e muito obrigado a todos os pesquisadores que trabalharam arduamente para desenvolver as vacinas em tempo recorde, não há como negar que graças a elas estamos conseguindo retomar uma rotina de vida quase normal.

Disse o paleontólogo espanhol Jose Luis Arsuaga, que tem dedicado sua vida a estudar o fantástico sítio arqueológico de Atapuerca (Burgos-Espanha), que a única espécie que atira objetos com precisão é a espécie humana, essa precisão não existe nos chimpanzés para citar um exemplo.

Aqueles que atiram pedras contra a ciência e suas conquistas e as vacinas são uma delas, e com certeza nunca conseguiram acertar o alvo.