Editorial: Brusque planejada
Editorial: Brusque planejada
- Por Página 3
- 02/08/2019
- 5:07
Na reunião de segunda feira da Associação Empresarial de Brusque foi apresentado o programa “Cidade Empreendedora”, da Prefeitura de Brusque, em parceria com o Sebrae-SC. Na ocasião esteve presente o secretário William Molina, junto a André Vechi, e o coordenador do Sebrae, Alcides Sgrott, que discorreram sobre os principais pontos do projeto.
A ideia de ter um planejamento para Brusque não é recente. O fundador da cidade, Barão de Schneeburg, era um homem culto e metódico e sua preocupação era pesquisar esta nova terra. Iniciou elaborando mapas, descreveu o rio, o relevo, a fauna e flora. Desenvolveu as bases logísticas, abriu estradas levando em conta coordenadas cardeais, em vez do improviso.
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Além disso, Schneeburg fazia censos anuais e sabia com precisão o tamanho da cidade, a divisão religiosa, a quantidade de padarias e cervejarias. Acompanhava a atividade agrícola e comercial. Todos estes planos tiveram continuidade com Luis Betim Paes Leme, que os executou com maestria.
Porém, a questão política tanto externa como interna alterou os planos, quando foram “despejados” por aqui 11 mil italianos, quase três vezes a população da época. Com esta explosão demográfica e com os embates entre os partidos Liberal e Conservador, não se conseguiu mais o sonho da cidade bem planejada.
Ter um planejamento da cidade é uma vantagem competitiva, é a diferença entre ter ou não um bom futuro, é imprescindível
Desde lá o planejamento nunca mais foi uma prioridade. Recentemente, em 2011, foi lançado o projeto “Planeja Brusque 40” que mobilizou entidades, empresários e poder público com o objetivo de traçar linhas mestras para o desenvolvimento do município. A iniciativa prosperou por pouco mais de três anos e caiu no esquecimento.
Agora novamente o assunto vem à tona, com algumas diferenças em relação ao anterior. Não está mais se projetando 30 anos, e sim 10, num cenário mais próximo e realista. Outro ponto é a participação do Sebrae, que tem uma metodologia apropriada e expertise para realizá-lo. Tal qual o anterior, também se está buscando o envolvimento das entidades e empresários, mas de forma mais intensa e formal.
A ideia é que, mesmo com a eleição do ano que vem e com uma possível troca de governo, o projeto possa prosperar e não caia no esquecimento como seu antecessor.
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Assim, a aposta da atual administração é que mesmo neste horizonte curto de tempo se lance o projeto e se busque a maior musculatura possível para que ele tenha vida própria, neste e nos próximos governos.
Ter um planejamento da cidade é uma vantagem competitiva, é a diferença entre ter ou não um bom futuro, é imprescindível. É claro que é mais cômodo achar que um herói vai surgir na próxima eleição, e com uma inspiração divina resolver os nossos problemas, mas como esta hipótese não existe, é muito mais prudente e seguro que dediquemos tempo e inteligências para nós mesmos traçarmos nosso caminho.
A história é cíclica e os mesmos obstáculos do passado se apresentam agora. Transpor as dificuldades e implantar um plano para Brusque seria o melhor presente que poderíamos dar nos seus 159 anos. Com certeza tal feito deixaria seu fundador orgulhoso e nossos cidadãos mais seguros e confiantes em relação ao seu futuro.