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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: O mosquito vilão

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Bastidores da política e do Judiciário, opiniões sobre os acontecimentos da cidade e vigilância à aplicação do dinheiro público

Editorial: O mosquito vilão

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Brusque chegou nos últimos dias a um patamar elevado e preocupante de casos de dengue e proliferação de focos do mosquito Aedes aegypti, causador da doença. Desde o começo do ano, o número de casos aumentou 1000%.

Para se ter uma ideia, somente na última semana o número de casos aumentou 45% em relação ao boletim anterior. São 271 diagnósticos, 85 a mais do que sete dias antes. O número de focos do mosquito. Há um paciente internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 14 pacientes internados em enfermaria hospitalar. Quanto aos focos do mosquito, o número chegou a 233, espalhados por 25 bairros.

Uma das consequências diretas desse descontrole é que os hospitais de Brusque novamente estão lotados. Soma-se a isso os atendimentos por Covid-19, que também está em alta, e as filas no pronto-socorro começam a se avolumar. Em consequências, horas de espera por um atendimento simples passam a ser o novo normal.

Este problema é frequente em Brusque, e aumento dos casos de dengue já foram noticiados pelo jornal O Município em outras épocas, mas desta vez a intensidade parece ser maior. Essa onda de contaminações, porém, se assemelha às anteriores em um aspecto: a população leva o assunto “em banho maria” até a situação se tornar insustentável.

O mesmo aconteceu com a epidemia de malária, registrada na década de 1940. Quando as autoridades iniciaram uma campanha de erradicação, a malária, causada por mosquitos do gênero Anopheles, já havia atacado boa parte da população da cidade, uns com mais intensidade do que outros.

A campanha visando a erradicação da malária na cidade consistia basicamente na caça de mosquitos, dentro e fora das casas, no corte de árvores e mato, para reduzir seu habitat natural. Não muito diferente do que é hoje, que a redução dos casos de dengue depende de reduzir os focos do Aedes aegypti. Em ambos os casos, independente da doença causada, os mosquitos continuam sendo os grandes vilões.

Quando se pensa na proliferação de doenças, tem-se a impressão inicial de que se trata exclusivamente de ações falhas do poder público, mas essa não é a realidade.

A população tem uma grande parcela de culpa na atual epidemia de dengue. Ao deixar água parada e não limpar corretamente o pátio de sua casa, o cidadão está deliberadamente contribuindo para a criação de fotos do mosquito, os quais poderão contaminar pessoas de sua própria família.

As formas de prevenção são amplamente divulgadas, há anos, em todas as mídias. Não há como alegar desconhecimento ou isentar-se da responsabilidade.

Portanto, a resolução do problema depende da união do poder público e dos cidadãos, para poder novamente fazer uma força tarefa e vencer definitivamente a luta contra o mosquito.

 

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