Eleições azedaram clima entre servidores nas repartições públicas estaduais
Tapas e beijos
Em algumas repartições públicas estaduais não houve e não haverá a tradicional brincadeira do amigo secreto neste ano. As rivalidades políticas antes e depois das eleições de outubro chegaram a produzir tensões máximas, não dando chance mínima para confraternizações. Numa repartição até se tentou organizar a festa, mas um servidor, irado, fez questão de se antecipar e dizer que se acontecesse, fosse quem fosse seu amigo ou amiga, daria uma pedra de presente.
Alma lavada
Há anos – melhor seria dizer décadas – que o contribuinte honesto de SC esperava lavar um pouco sua alma com a iniciativa do Ministério Público de SC de, em ação civil pública ajuizada segunda-feira, requerer a indisponibilidade de bens de 12 envolvidos – oito pessoas e quatro empresas – na execução e fiscalização dos eternos serviços de recuperação da ponte Hercílio Luz, em Florianópolis. Pelos inúmeros e escandalosos atos de improbidade administrativa, solicitam o ressarcimento de R$ 233 milhões. Dinheiro que seria possível construir uma nova ponte. Aqui se escreveu muitas vezes que se no nordeste do Brasil há a “indústria da seca”, enchendo o bolso de corruptos há mais de um século, em SC existe, há pelo menos 30 anos, a “indústria da ponte”, que já levou mais de R$ 600 milhões nesse tempo e continua lá, sem utilidade nenhuma. É tanto dinheiro que muitos catarinenses do interior, indignados, torcem para que a velha ponte – por mais que ela represente em patrimônio histórico e sentimental – desmorone e descanse em paz no fundo do mar.
Nova atitude
O governador eleito Carlos Moisés conseguiu passar para o meio político mais uma nova atitude. Ao não dar trela para os chefes partidários, priorizando atenções (mas também nem tanto assim) às bancadas e os contatos individuais com deputados, livrou-se das famigeradas listas de indicações (de puxa-sacos, inúteis, perdedores, incompetentes, etc.) para cargos de confiança.
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Direitos dos policiais
Elisandro Lotin de Souza, sargento da Polícia Militar de SC e presidente da Associação Nacional de Praças (Anaspra) divide com Renato Sérgio Lima a assinatura de contundente artigo na “Folha de S. Paulo” de ontem cujo título que já diz tudo: “O silêncio dos eleitos sobre os direitos humanos dos policiais”.
Desconvidado
Aqueles que votaram em Jair Bolsonaro não se surpreenderam nem um pouco com o desconvite dele aos ditadores de Cuba e Venezuela para que não compareçam em sua posse. Para quem se declara inimigo político não se enviam flores.
Desatenção
Há cada vez mais pessoas que começam a perceber uma certa falta de atenção do presidente eleito Jair Bolsonaro em relação aos catarinenses, que lhe deram a segunda maior votação proporcional no segundo turno. O desencanto é que nem por isso representantes do Estado tem sido convidados para cargos de média a alta importância no seu governo.
Capricho
O blogueiro Cláudio Humberto está cheio de razão quando diz que a posse presidencial – e dos governadores – será esvaziada mais uma vez, em razão da ideia de jerico de fixá-la para 1º de janeiro. Chefes de Estado e de Governo jamais fariam a opção de passar o ano novo longe de seus países.
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Insignificância
Chegou há dias à segunda maior instância da justiça do país, o Superior Tribunal de Justiça, um pedido de liminar, que foi concedido, a um homem preso em flagrante sob acusação de subtrair uma maçã de uma mulher de 67 anos. Com a decisão, ele poderá responder ao processo em liberdade. Inacreditável! E os verdadeiros bandidos (políticos principalmente) que nos tem roubado diariamente continuam soltos em sua maioria.
Maracujá
Para quem reclama do absurdo preço do maracujá (R$ 15 ao quilo em alguns supermercados de Florianópolis) a boa notícia: uma virose que afetou a fruta nos últimos dois anos, ameaçando inclusive encerrar a produção, foi debelada e a expectativa é de uma safra de 36 mil toneladas só na região sul de SC, que detém 80% da produção estadual. A abertura oficial da colheita foi ontem em Balneário Gaivota.
Inconstitucionalidade
Finalmente, com enunciado publicado ontem no Diário da Assembleia Legislativa, foi declarada a inconstitucionalidade de todo e qualquer projeto de lei, de iniciativa parlamentar, que vise declarar bens culturais como integrantes do Patrimônio Cultural do Estado de SC. Essa atribuição é garantida por lei para a Fundação Catarinense de Cultura e a mais ninguém.