Era 1991 quando Elisângela Voltolini Witzke iniciou em seu novo emprego. Aos 17 anos, ela foi contratada para ser secretária do médico oftalmologista Julio Cesar Bottós, no consultório que ficava no centro de Brusque.

Elisângela já havia trabalhado em outro consultório por algum tempo. Quando soube da vaga, fez a entrevista e foi selecionada. “Comecei sozinha, com um telefone e uma agenda de papel”, lembra.

Comecei sozinha, com um telefone e uma agenda de papel

De lá para cá, já se passaram 30 anos. Elisângela construiu uma vida auxiliando o médico. O acompanhou nas mudanças de consultório e viu de perto a construção do Hospital de Olhos de Brusque – idealizado pelo oftalmologista – que desde 2016 é seu local de trabalho.

Elisângela continua atuando como secretária no Hospital de Olhos | Foto: Bárbara Sales

Em três décadas como secretária do doutor Julio, conheceu muita gente. Muitos pacientes, inclusive, já pedem para falar direto com ela quando precisam de algum atendimento no hospital.

“Tento sempre fazer o melhor. Nesses anos todos a gente acaba conhecendo o jeito da pessoa, se gosta mais de conversar, se é mais quieta. Claro que não dá pra agradar todo mundo, mas muita gente já liga e diz ‘quero falar com a Elisângela’ porque já estão acostumados há anos comigo”.

Muita gente já liga e diz ‘quero falar com a Elisângela’ porque já estão acostumados há anos comigo

Ao longo do tempo, Elisângela acompanhou muitas histórias de superação e finais felizes. Entre essas, ela recorda com carinho de uma senhora que voltou a enxergar após um procedimento realizado no consultório, em seus primeiros anos de trabalho. “Ela já era uma senhora de idade e quando tirou os curativos viu a claridade e se emocionou muito. Foi marcante pra mim. Mesmo depois de tanto tempo ainda lembro dela”.

A secretária lembra que anos atrás era muito comum conhecer toda a família dos pacientes. Hoje isso já não existe mais. “A cidade cresceu, é um outro ritmo, então isso se perdeu um pouco”.

“O trabalho é o meu prazer”

O ritmo de trabalho atual é bem diferente de 30 anos atrás. Elisângela hoje faz parte de uma equipe e também conta com a ajuda da tecnologia. “Eu trabalhei sozinha por muitos anos. Hoje temos seis oftalmologistas, o movimento no hospital é bem intenso. Olhando pra trás, comecei no consultório pequeno e hoje estou aqui no hospital super moderno, me sinto realizada, pois com meu trabalho ajudei a construir esse projeto”.

Elisângela já está aposentada, mas nem pensa em parar de trabalhar. “O trabalho é o meu prazer, a minha vida. Deve ser terrível trabalhar onde não se sente bem e aqui me sinto em casa. Enquanto quiserem, eu vou ficar”, diz.

O trabalho é o meu prazer, a minha vida

Quando iniciou no consultório aos 17 anos, Elisângela nunca imaginou que permaneceria tanto tempo. Ao longo dos anos foi construindo uma relação com todos e hoje os considera da família.

“É uma família. Considero o Dr. Julio como pai, a Dra. Rosania é mais do que uma irmã pra mim. Vi as filhas do Dr. Julio crescerem e hoje elas são minhas chefes, mas também são minhas amigas. Existe muito respeito de ambas as partes e isso foi muito importante para eu nem pensar em sair”.


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