Entenda os motivos que levaram Brusque a ser destaque em ranking das melhores cidades
Índice apura centenas de dados oficiais sobre a governança no poder público; veja números das cidades da região
Índice apura centenas de dados oficiais sobre a governança no poder público; veja números das cidades da região
O Conselho Federal de Administração (CFA) divulgou o Índice de Governança Municipal (IGM), no qual Brusque é destaque nacional, em oitavo lugar na categoria das maiores e mais ricas cidades do país.
O IGM é um dos principais indicadores de medição da qualidade da administração pública atualmente. Esta edição, que se refere a 2018, passou por uma revisão e está mais completa, com mais de 600 variáveis oficiais.
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O índice foi criado em 2016 pelo CFA com o objetivo de avaliar a governança pública. Depois de uma série de encontros pelo país, o Conselho Federal identificou a possibilidade de melhorar a métrica, o que foi feito neste ano com a inclusão de mais dados oficiais.
Um diferencial do IGM em relação aos outros índices é que ele divide as cidades por grupos. O motivo é simples: não é possível comparar diretamente cidades como Botuverá e São Paulo, por exemplo.
O CFA dividiu as cidades em oito grupos, conforme a sua população e o Produto Interno Bruto (PIB) per capita. Segundo o conselho, isso possibilita uma análise mais fidedigna, na medida em que as comparações são entre municípios com o mesmo perfil.
Nesse contexto, Brusque está no grupo formado por 155 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes cujo PIB per capita é de mais de R$ 28,9 mil. A cidade ficou atrás só de Balneário Camboriú no estado.
Avaliação da prefeitura
O vice-prefeito Ari Vequi diz que o bom resultado é fruto do trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos. “É o que estamos tentando fazer desde o início, com transparência no recurso público”.
Vequi afirma que a gestão dele com Jonas Paegle tem mudado a forma de agir no serviço público. “Tem que funcionar bem no geral, não só em um lugar”, declara.
O vice diz que iniciativas como a fila da saúde, o bolsa atleta e outras dão mostra de que a administração tem adotado políticas transparentes para a população em geral, não só para atender um ou outro.
“Hoje, se atende todo mundo”, declara o vice-prefeito. E acrescenta: “se queremos mudar a administração, tem que começar por nós”.
Vequi afirma que o modo de administrar tem sido duro e, às vezes, causou reações, mas no futuro próximo a população verá os frutos.
O indicador Gestão envolve mais itens relacionados ao serviço direto da prefeitura. A nota nesse campo foi de 8,91.
Dentro da Gestão, a Prefeitura de Brusque foi melhor na Transparência, com nota 9,61. A cidade não teve irregularidades no Tesouro Nacional (CAUC) em 2018, o que foi considerado excelente.
Além disso, o município obteve nota 9,64 de 10 possíveis no item de disponibilidade de informações no IGM. Brusque também foi bem no índice de transparência do MPF, com 0,96 de 1 ponto possível.
A prefeitura também obteve boa performance no item Colaboradores, com 8,87. A cidade foi mal no que se refere a servidores per capita, que é a relação de total de funcionários públicos com a população geral. A meta para o grupo era de 1,47, mas o município recebeu 2,71.
O que atenuou o mau desempenho foi a relação de comissionados na comparação a cada 100 servidores. A meta do grupo era de 1,33, e a nota foi de 0,67. Quanto menor, melhor.
No quesito Planejamento, a prefeitura teve a pontuação 8,66. Esse item avaliou o atendimento da lei geral das MPEs. O CFA também mediu o planejamento da despesa e a captação de recursos.
O último aspecto da avaliação, ainda dentro da Gestão, foi a Qualidade do Investimento, cuja nota foi 8,28.
A meta do grupo em Saúde era de 0,67. A cidade da Fenarreco recebeu 0,57 de pontuação.
Já na educação a meta das cidades com o mesmo perfil de Brusque era de 1. O município obteve 0,86.
O indicador Desempenho tem mais dados que são relacionados diretamente à vida do cidadão. A nota alcançada foi de 8,57.
Brusque foi bem avaliada no que se refere à saúde, por exemplo, com 9,97 de 10 possíveis. O CFA analisou as informações do SUS de mortalidade infantil e cobertura da Atenção Básica e vacional para medir essa variável.
A cidade também foi destaque em segurança pública. Brusque recebeu nota 10. O índice levou em conta a quantidade de mortes violentas, registradas no Mapa da Violência de 2016.
A vulnerabilidade social foi medida em cima do CadÚnico. O cálculo confrontou o número de pessoas no cadastro do Ministério da Cidadania com a população total. A nota foi 10.
A educação baixou um pouco a pontuação da cidade, com 8,57. O índice levou em conta a taxa de abandono escolar no ensino fundamental e a distorção de idade-série, conforme o Inep de 2017.
Avaliou também a nota do quinto ano no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) em 2017.
O pior indicador de Brusque foi a qualidade habitacional, cuja pontuação foi de 4,87. O motivo é simples: não existe tratamento público do esgoto da cidade. Conforme o IGM, a nota nessa variável foi zero.
Já o abastecimento d’água compensou a performance ruim no esgotamento. A alta taxa de cobertura da rede d’água é de quase 100%.
O indicador Finanças mostra que a prefeitura colocou menos dinheiro na saúde e educação do que os demais municípios do seu grupo. A prefeitura recebeu nota 6,36 no IGM de investimento na saúde e educação.
Os números foram obtidos com a Secretaria do Tesouro Nacional, relativos a 2017. Na educação, segundo o IGM, Brusque investiu R$ 715,66 per capita. A meta para o grupo era de R$ 1.024,28.
Já na saúde o investimento por pessoa foi de R$ 641,91, enquanto que o referencial era de R$ 1.120,14.
Dentro do mesmo indicador, a cidade foi mal na questão fiscal. O principal motivo é o alto custo com pessoal na prefeitura. A avaliação foi de 6,99.
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Dois itens levaram a nota da cidade para cima, com dois 10. Um deles é a saúde financeira da previdência municipal, acima da meta.
O outro é o custo per capita com o Legislativo, que foi de R$ 45,30, abaixo do esperado que era R$ 47,59.
A nota geral da cidade em Finanças foi 7,52, de acordo com o IGM do Conselho Federal de Administração.
As outras quatro cidades da região também foram avaliadas, cada uma dentro do seu grupo. São João Batista obteve a melhor nota dentro do grupo 4 – cidades entre 20.001 e 50 mil habitantes e PIB per capita de mais de R$ 14.460.
O município batistense obteve IGM 8,06. Ficou em sexto lugar no ranking estadual e 36ª posição nacional no seu grupo.
Botuverá, Guabiruba e Nova Trento não tiveram notas de destaque.