Não importa a qualidade dos jogos da Série B do Brasileiro em 2021, nem o desfecho que o campeonato terá: esta edição da segundona foi e é a mais aguardada de todos os tempos. Nunca a segunda divisão teve tantas marcas tão relevantes. Desde 2002, quase sempre há um dos chamados 12 grandes na Série B. Grêmio, Palmeiras, Atlético-MG, Cruzeiro, Vasco, Botafogo, Internacional e Corinthians precisaram passar pelo segundo escalão. Uns ficaram mais tempo que outros, uns caíram mais vezes do que outros, mas o que acontece em 2021 é inédito.
A Série B terá três gigantes do futebol brasileiro: Botafogo, Cruzeiro e Vasco. Além destes, outros dois tradicionalíssimos clubes, que já foram campeões brasileiros: Coritiba e Guarani. Estes cinco clubes têm 12 títulos do Brasileirão. Clássicos estaduais de peso também estão no cardápio: CRB x CSA, Goiás x Vila Nova, Guarani x Ponte Preta.
São quatro vagas para a Série A de 2022, sendo que Vasco, Botafogo e Cruzeiro certamente querem ocupá-las. Mas, desde que a queda de um gigante passou a não significar necessariamente o título, começaram a surgir dúvidas sobre o que estes clubes podem fazer em um campeonato cada vez mais difícil, no qual camisa e tradição parecem pesar bem menos. O Vasco subiu no terceiro lugar em 2014 e 2016. Em 2017, o Internacional perdeu o título para o América-MG. Em 2020, o Cruzeiro sequer obteve o acesso.
No meio da briga, outros clubes posam como candidatos. É difícil, quase irresponsável descartar forças como Avaí, CSA, Coritiba, Ponte Preta e Goiás logo de cara, por exemplo. Em 2020, times como Sampaio Corrêa e Operário estiveram perto do G-4. Os maranhenses, aliás, ocuparam a zona de acesso durante várias rodadas.
Mas, em meio a toda a expectativa que ronda a Série B de 2021, muitos times começaram a temporada de forma decepcionante em seus respectivos campeonatos estaduais. Foi o caso de Confiança, Ponte Preta, Botafogo, Coritiba, Vitória e Goiás. Outras seguem vivas na Copa do Brasil, mas estão longe de convencer. Vasco, Remo e Cruzeiro são exemplos. Será interessante observar se estes maus inícios trarão consequências graves para o Brasileirão ou se as equipes conseguirão se recuperar.
O verso “surge o Brusque entre os gigantes”, no hino quadricolor, pode ser utilizado em diversas ocasiões, e é mais do que apropriado nesta. No meio da Série B cheia de grifes, está o Bruscão, querendo permanecer entre os 40 principais clubes do momento. Ou, quem sabe, lutar por algo mais. Nos tempos de Série B de 20 equipes, foram poucos aqueles que chegaram a esta divisão nesta velocidade. Talvez nenhum clube com estrutura física tão escassa tenha subido tão alto e tão rápido. A hipótese de jogar no Augusto Bauer só existiu porque as partidas não terão público.
O Marreco também é o caçulinha da Série B. O segundo clube mais jovem é o Londrina, fundado em 1956, 31 anos antes daquele 12 de outubro de 1987. Com duas participações, o Brusque tem tantas presenças na segundona quanto o Cruzeiro, por motivos bem diferentes. Quis o destino que Marreco e Raposa se encontrassem no mesmo andar da pirâmide. Viviam realidades astronomicamente distantes há pouquíssimo tempo, e agora estão alguns anos-luz mais próximos.
De qualquer forma, o Brusque pode se gabar de um título nacional em sua galeria de troféus: a Série D de 2019. Na Série B de 2021, cinco clubes ainda não tiveram esta honra: Brasil de Pelotas, Confiança, CRB, Ponte Preta e Vitória.
A Série B também marca o início dos próximos 100 jogos do Brusque em todas as divisões do Campeonato Brasileiro. O quadricolor tem 100 partidas, sendo 42 vitórias, 26 empates e 32 derrotas. E, nisto tudo, Jerson Testoni, técnico com mais jogos na história quadricolor, é o que está há mais tempo em um clube das Séries A e B.
Com tudo isto levado em conta, O Município apresenta o Guia da Série B, com informações sobre como vêm cada uma das 20 equipes participantes. Para navegar, utilize o menu superior. Se você acessou por links alternativos e o menu não aparece, vá ao final desta página e clique em “exibir versão não-AMP”. As ilustrações dos mascotes são de Ed Carlos Santana.
Clube mais jovem: Brusque (1987)
Clube mais velho: Vasco (1898)
A menor cidade
Brusque será a cidade com menor população a ter um clube participante na Série B de 2021, com 137.689 habitantes na estimativa de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A segunda menor população é a de Pelotas (343.132), mais que o dobro do Berço da Fiação.
Clubes de 11 capitais (Aracaju, Belém, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis, Goiânia, Maceió, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Luís) estarão presentes, sendo maioria na segunda divisão nacional. São apenas seis clubes de cinco municípios do interior: Brusque, Campinas (SP), Londrina (PR), Pelotas (RS) e Ponta Grossa (PR).
A outra Série B
O Brusque disputou a segunda divisão nacional em 1989, quando o campeonato tinha nada menos que 96 clubes, e juntou várias equipes das duas divisões inferiores do Brasileiro de 1988. A comparação com os dias atuais é quase incabível, mas o quadricolor teve, sim, uma participação. Venceu três jogos, empatou outros três e perdeu quatro. Foram 11 gols marcados e 14 sofridos.
O Grupo O foi disputado em turno e returno com Glória (RS), Esportivo (RS), Juventude, Blumenau e Marcílio Dias. Beto Froner foi o técnico nas cinco primeiras partidas, e Bob encerrou a campanha sem a classificação. Até Tite, hoje técnico da Seleção Brasileira, foi adversário, como jogador do Esportivo.
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