Estudante de Brusque recorre à campanha virtual para custear matrícula em Medicina
Com sonho de se formar médico, Bruno Arnon Bittencourt busca alternativas para pagar o curso
Com sonho de se formar médico, Bruno Arnon Bittencourt busca alternativas para pagar o curso
As doações financeiras e divulgações em redes sociais ajudaram no primeiro passo da trajetória de um estudante de Medicina. Depois de ter sido aprovado no processo seletivo para o curso da Unifebe, Bruno Arnon Bittencourt, 28 anos, precisou recorrer à solidariedade da comunidade virtual para custear a matrícula do curso, de R$ 6.437,62.
Cursar medicina é o sonho de Bittencourt desde a infância. Quando prestou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) pela primeira vez, em 2015, ele já tentava ingressar no curso. Como a média não atingiu um índice alto e os custos para uma mudança de cidade estavam fora de possibilidade, optou por cursar Odontologia, em Balneário Camboriú.
Para se manter no curso, Bittencourt contava com a ajuda de amigos e familiares. Também fazia trabalhos como freelancer para custear materiais e reduzir as despesas na casa dos avós, com quem mora desde 2008, cerca de um ano após perder a mãe. Aproveitava o tempo livre para se dedicar aos estudos e fazer preparatórios para novas tentativas de ingressar na medicina. O sonho só foi realizado neste ano.
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“Minha primeira reação foi de desespero, não de felicidade”, brinca, em alusão ao valor necessário para a matrícula. A família, moradora da rua Bulcão Viana, se mantém com os valores recebidos pelos avós e o que ele consegue com serviços esporádicos. Com isso, o custeio do curso é considerado difícil pelo estudante.
Desafio financeiro
A arrecadação virtual foi criada na sexta-feira e foi divulgadas em redes sociais como Facebook e Twitter, além do Whatsapp. Ela está disponível em http://vaka.me/455987. Na tarde desta segunda-feira, 28, as arrecadações haviam superado a meta estabelecida em 40% e pouco mais de R$ 9 mil, haviam sido destinados para a causa.
O sucesso na campanha causou surpresa no estudante. Caso consiga concluir a formação, Bittencourt espera poder retribuir o apoio recebido com o trabalho profissional na cidade. “Minha vontade é permanecer em Brusque para atuar com essa comunidade”.
Para conseguir se manter no curso, com mensalidade inicial igual ao valor da matrícula, Bittencourt deve encaminhar pedidos para bolsas de estudo. Ele também buscava alternativas de financiamento. Uma dificuldade extra é que o período de abertura dos editais é só em março.
Até lá, ele pretende conseguir continuar com arrecadações e desenvolver ações para viabilizar o curso. De acordo com ele, o perfil prático previsto para a formação deve beneficiar diretamente as Unidades Básicas de Saúde (UBS) da cidade e o incentivo a futuros médicos locais poderia aumentar a disponibilidade destes profissionais no município.
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Financiamentos em estudo
No momento, não há bolsas de estudo para o curso de Medicina da Unifebe. Segundo o vice-reitor e pró-reitor de Administração, Alessandro Fazzino, a instituição está avaliando possibilidades apresentadas por instituições financeiras voltadas para cursos do tipo. Pelo menos duas delas já teriam sido analisadas e uma terceira proposta está em tratativa.
Em seu site (www.unifebe.edu.br/site/soae/bolsas-de-estudo/), a Unifebe dispõe de detalhes dos procedimentos necessários para as requisições de bolsa de estudos pelos benefícios oferecidos pelo governo do estado. No espaço também é possível conseguir informações sobre os programas Bolsa Mérito, Bolsa Coro, Bolsa Estágio Monitoria, Bolsas do Uniedu, com editais previstos para abrir no início do ano letivo.