Vidas distintas. Personalidades próprias. Turbilhões de pensamentos. Bilhões de pessoas. Então olhares se cruzam. Borboletas no estômago. E a Razão? luta contra o coração, dizendo “se liga! Não deixa esse aí tomar forma, é uma incerteza que não vale a pena arriscar.” Mas o coração já estava berrando “cola em mim, vamos quebrar esse papo que dois corpos não ocupam o mesmo lugar e bater na mesma frequência cardíaca.” Na correria de hoje em dia tento conquistar o meu lugar, entretanto não é de hoje que procuro me manifestar na melhor forma. Durante milhões de anos fui muitas vezes rejeitado, julgado impróprio, ignorado, esquecido…levando pessoas até a morte por excesso ou ausência de mim. Sou o Amor.
Ele nunca havia me sentido, só ouvia falar sobre mim. Na real, ele nem fazia questão de me procurar. De acordo com as brutas palavras dele, o Amor além de ser cego, cega as pessoas. Sei que no começo me empolgo um pouco, mas sempre quero o bem de todos, e se ele achou que essa baboseira iria me fazer desistir, estava muito enganado. Um dia percebi que o coração dele ficou todo bobo ao ver a nova garota do escritório. Quando a razão bobiou, dei um chega para lá e mostrei quem é que manda nessa bagaça.
Chamei o Cupido e comecei a investir para que eles se amassem. Claro! Fiz ele jogar todo charme nela, mas, ô, coisa difícil, pensa num cara de desengonçado. E não é que acertei em cheio, no primeiro encontro pude sentir a reciprocidade. Até no desengonço eles combinavam, pois ela fez a maior bagunça na mesa, colocou sal no suco, se sujou toda e sem contar o alface no dente que rendeu várias risadas. Depois de muita conversa, o primeiro toque aconteceu. Então tudo passou em câmera lenta. Lembro como se fosse hoje, o coração dele batia tão forte que parecia que ia sair para fora do peito, os pensamentos ficaram desnorteados, e até a razão percebeu que não tinha razão. No primeiro beijo aconteceu explosões de sentimentos tão intensos que até eu acebei ficando meio tonto. E como ele ficou naquele momento? Nas nuvens. Com um sorriso de orelha a orelha. E as pernas estavam tão tremulas que não conseguia nem manter o equilíbrio.
Desde então sempre fui bem cuidado por ambas as partes, nós damos muitas risadas e sentimos as dores um do outro. Até hoje, o dia mais marcante foi o do casamento, nervosismo só não foi maior do que o de agora. Naquele dia as únicas coisas que o deixava mais calma era saber que o aquele era o sim mais certo da vida dele e os sentimentos eram os mais verdadeiros que ele já havia sentido por alguém. Juntaram os trapos de uma vez, viajaram bastante e fizeram vários planos. Neste momento estamos no hospital, porque um dos planos saiu do planejamento e se tornou real há 9 meses. Estou todo emotivo, e quando eles falaram “O fruto do nosso Amor está vindo ao mundo” não pude conter minhas lágrimas.
Laura Brand – estudante