Exposição na Fenajeep faz resgate do militarismo com veículos, feira e equipamentos
Encontro Nacional de Preservadores de Viaturas Militares é realizado em Brusque pela primeira vez
Encontro Nacional de Preservadores de Viaturas Militares é realizado em Brusque pela primeira vez
Cerca de 50 viaturas, entre caminhões, jipes e ambulâncias, estiveram expostas no 14º Encontro Nacional de Preservadores de Viaturas Militares, realizado na 25ª Festa Nacional do Jeep, a Fenajeep. O evento também contou com diversos feirantes em um mercado de pulgas, oferecendo diversos artefatos reais e réplicas relacionados à história dos exércitos brasileiro e alemão, entre outros. Foi a primeira vez que o encontro nacional foi realizado em Brusque.
O secretário da Companhia Indestrutíveis, Dagoberto Patrício, explica que estiveram expostos veículos em três categorias: as viaturas leves, que são jipes de reconhecimento, de maior mobilidade; as médias, que são as ambulâncias e de apoio, que levam cargas menores; e as pesadas, que são os caminhões maiores. Também esteve exposto um tanque de guerra M3 Stuart, de 1941. A companhia foi fundada em 1999, em São José, e organiza esta edição do evento. O clube reúne colecionadores e entusiastas com o intuito de preservar a “história da motomecanização militar brasileira”.
Três grupos vinculados à Companhia Indestrutíveis participaram como expositores: a brigada Paranaense, o Museu Militar Brasileiro de Panambi (RS) e o Pelotão Antares, de Teutônia (RS). As viaturas são emplacadas como veículos normais, e vieram rodando normalmente pelas estradas desde suas cidades de origem. O encontro nacional ocorre na Fenajeep pela primeira vez. O convite veio já em 2016, por parte do presidente do Brusque Jeep Clube e integrante da comissão organizadora da Fenajeep, Vilmar Walendowsky, o “Negão”.
O hobby não é nada barato para manter. As viaturas chegam às mãos dos colecionadores a partir de leilões. São vendidas aquelas que não possuem mais uso nenhum nas Forças Armadas. A partir de então, os colecionadores iniciam um processo de restauração, tentando trazer os veículos à originalidade. Às vezes, são feitas melhorias, como instalação de direção hidráulica ou melhorias nos freios. A parte externa é completamente fiel à original.
“É difícil falar sobre preço, varia muito pelo tipo da viatura. Hoje, o hobby está inflacionado porque se popularizou. Antigamente, por R$ 1 mil, R$ 2 mil, se conseguia comprar uma, hoje dificilmente se compra uma sucateada por menos de R$ 10 mil”, explica o presidente da Associação Brasileira dos Preservadores de Viaturas Militares Antigas, Nelson Alberti.
De acordo com o presidente, alguns proprietários de veículos são voluntários que se colocam à disposição da Defesa Civil para prestar auxílio. Um caminhão Reo de 1967 que esteve presente nesta edição do evento foi utilizado durante as enchentes de 2008 para guinchar um caminhão do Corpo de Bombeiros no Morro do Baú, em Ilhota, e ajudar no auxílio aos desalojados.
“Não somos militares, mas somos admiradores da história militar. O pessoal que entra neste ramo passa a conhecer mais detalhes, vê um filme e começa a reparar em erros históricos, por exemplo. Aprendemos muito com isto. É necessário dinheiro, pesquisa e estudo, e é uma forma de levarmos a história para a sociedade, uma história materializada nas viaturas”, encerra Alberti.
O encontro ainda conta com o Mercado de Pulgas, com vários colecionadores e comerciantes que vendem brinquedos, chaveiros, réplicas de armamento, roupas e acessórios de todos os tipos, tanto originais quanto réplicas históricas. A maioria é relacionada ao Exército brasileiro, mas também possui elementos do Exército alemão de diversas épocas, alguns até mesmo referentes à Segunda Guerra Mundial, com alusão ao nazismo.