Fala Brusque! Geração de empregos tem avaliação negativa no município
Mais de 50% dos entrevistados pela pesquisa do Município Dia a Dia consideram a área ruim ou péssima
Mais de 50% dos entrevistados pela pesquisa do Município Dia a Dia consideram a área ruim ou péssima
A última reportagem da série Fala, Brusque! traz os resultados da avaliação da população sobre a geração de empregos no município.
Na pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Sociais (IPS) Univali/Unifebe, a pedido do Município Dia a Dia, 39,19% das pessoas que responderam ao questionário consideram a geração de empregos no município ruim e outras 17,72%, péssima. O percentual dos que consideram regular é de 22,77%. Apenas 17% avalia a geração de empregos em Brusque como boa e 1,44% a consideram ótima. Foram entrevistadas 694 pessoas entre os dias 15 e 16 de setembro.
Diferente da maioria da população, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Brusque (CDL), Michel Belli, considera a geração de empregos no município, boa. De acordo com ele, o setor de comércio e prestação de serviços contribui com boa parte dos empregos na cidade.
Para ele, o resultado negativo da pesquisa se deve, em partes, ao jovens que estão em busca de emprego. Segundo ele, são poucos os que aceitam trabalhar com o salário inicial praticado no comércio local. “A maioria dos jovens querem começar a carreira ganhando salário que possa comprar um carro, um apartamento, sair na balada, não entendem que para isso é preciso fazer carreira, mostrar o mérito para depois receber um salário melhor”, diz.
Ele cita exemplos dentro de sua própria empresa. “Tenho experiência na minha própria empresa. Quando abrimos vaga, a procura é grande, porém a adesão é pequena, as pessoas preferem procurar outras oportunidades”.
O presidente da Associação Empresarial de Brusque (Acibr), Halisson Habitzreuter, também discorda do resultado da pesquisa. Ele cita dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, que mostra que em 2016 Brusque teve mais admissões do que demissões.
“É claro que não vivemos mais o cenário de pleno emprego em Brusque, mas se compararmos com a realidade do restante do país, nossa região está muito bem. Em tempos de aperto econômico, como o que estamos atravessando, as empresas têm suas produções reduzidas e existe a insegurança para novos investimentos, por isso, a queda na geração de novos empregos”.
Para ele, o resultado negativo da pesquisa pode ser atribuído somente à percepção dos entrevistados. “Os dados do Caged, divulgados em novembro, trazem uma informação contrária a apresentada na pesquisa, sendo importante ressaltar que em Brusque tivemos 17.572 admissões (51,55%) e 16.515 demissões (48,45%). Ou seja, mais admissões do que demissões. Então, atribuo o resultado da pesquisa ao pessimismo generalizado que existe em todo o nosso país”.
Habitzreuter destaca que a crise política agravada neste ano gerou os problemas econômicos que o país está enfrentando. “Da mesma forma que a política foi a causadora desta crise, esta também será a solução, na medida que os nossos representantes em nível federal (deputados e senadores) tomem atitudes necessárias para a solução da crise”.
Para o empresário, é importante que os governantes promovam os gastos públicos, a reforma da previdência e a reforma política. “Também precisamos que esses políticos reflitam e entendam que são as empresas que geram os empregos e a prosperidade de um país. Se as empresas não tiverem condições de prosperar, não haverá a geração de empregos e o país inteiro sofrerá com isso”.