Fenarreco: novo secretário fala sobre mudanças na festa e planos para Brusque
Valdir Walendowsky assumiu a pasta de Desenvolvimento Econômico e Turismo em janeiro
Valdir Walendowsky assumiu a pasta de Desenvolvimento Econômico e Turismo em janeiro
Em janeiro, Valdir Walendowsky assumiu a Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Brusque. Com longa história no setor, o novo secretário já está trabalhando nos planos de ações para 2024. Entre eles, a 37ª edição da Festa Nacional do Marreco, a Fenarreco, que ocorrerá entre os dias 10 e 20 de outubro.
Para a festa, Valdir afirma que toda a organização está sendo revista. “Estamos conversando e vamos ter que melhorar uma série de questões. Pelos problemas que tivemos nas anteriores, não podemos deixar que as falhas aconteçam novamente. Estamos trabalhando, no pouco tempo que estamos na secretaria”, conta.
O ponto principal de análise é o sistema de pagamento, por conta dos problemas registrados na festa de 2023. Segundo o secretário, o uso do cartão está sendo analisado.
“Temos que ficar olhando o que temos de plataformas no mercado, como a empresa trabalha e se há reclamações. É uma pesquisa que precisa ser feita, para que tenhamos o produto que precisamos. Vamos escolher o que for mais seguro para não dar problema ao usuário. Temos que antecipar os problemas”, salienta.
Segundo o secretário, a alimentação também está em análise. “É um fator fundamental da festa. Estamos conversando e decidindo o que faremos. No poder público, tudo é licitação. A lei exige isso. Nós não queremos que venham empresas de gastronomia ruins. Então, a licitação precisa de critérios para que se evite o que não é bom. Com certeza, queremos boas empresas que tragam bons produtos e que satisfaçam o nosso cliente”, continua.
Além disso, a equipe analisa as opções de bandas para a próxima Fenarreco. O objetivo é trazer artistas de qualidade e focados em música típica. “Isso é pesquisa, mas já estamos trabalhando nisso, para fazer o melhor, para a festa ter essa cultura alemã forte”, diz.
Mesmo em um ano de eleições, o que diminui o tempo e o recurso para as ações da secretaria, Valdir demonstra otimismo ao falar da equipe e do trabalho já feito no último mês. Ele diz que, em menos de um mês, foram feitas reuniões, avaliações, busca por soluções e casos positivos em outros municípios.
“O recurso é limitado, pois cada secretaria tem o seu orçamento. Então, é um trabalho árduo para a cidade ter resultados. Somos funcionários do povo e precisamos dar o exemplo. O turismo exige muito trabalho e conhecimento. Trabalhamos em cima de pesquisas, para errarmos menos e otimizarmos os poucos recursos que temos”, completa.
Outra questão destacada por Valdir foi a necessidade de capacitar os atendentes da Fenarreco. Trata-se de treinamentos sobre atendimento ao público e vendas.
“Um bom atendimento ao público é fundamental no turismo. Todos precisam entender que um dos fatores para a boa entrega de um produto é a comunicação que o vendedor tem que ter”, explica.
Apesar de falar da festa, o novo secretário visa disponibilizar as capacitações para além do evento, ou seja, para trabalhadores do comércio e indústria. Neste sentido, a pasta aponta que um convênio com Senac de Brusque deve ofertar 1,2 mil vagas em vários tipos de cursos gratuitos.
“Podemos evoluir muito na venda e pós-venda. O que é importante para Brusque? Qual demanda temos hoje? Precisamos visualizar como um todo, procurar dar oportunidade dentro das demandas da cidade. Os cursos serão para as pessoas interessadas e Brusque precisa disso”, reforça.
Valdir esteve na organização das 11 primeiras edições da Fenarreco, entre os anos 1980 e 1990. Ao comparar as edições daquela época com as atuais, o secretário recorda da comissão de turismo. Ela era composta por diferentes profissionais da sociedade civil, como engenheiro elétrico, além da Polícia Militar e da própria administração pública.
“Tínhamos pessoas pensando o ano todo na Fenarreco. Cada profissional tinha a sua atribuição e eu acredito que isso faz falta. Uma pessoa cuidando de um assunto é importante, pois eu não posso cuidar de tudo, não tem como. Então, se você setorizar e ter uma divisão de atribuições, com certeza temos um trabalho melhor”, avalia.
Portanto, ele afirma que a criação de uma comissão está sendo discutida. “Os tempos são diferentes, naquela época as pessoas gostavam mais de fazer mais o trabalho voluntário. Hoje, não é fácil. Nós nos reuníamos todas as quintas-feiras, durante todo o ano”, salienta.
O secretário explica que, inicialmente, o município tinha uma Secretaria de Turismo e muitas ações começaram por meio desta comissão, como a Feira da Indústria, no antigo pavilhão da Fideb, onde hoje é a praça da cidadania. “Foi onde nasceu a pronta-entrega, que depois se deslocou para a rua Azambuja e hoje está na FIP”, completa.
Conforme o secretário, o maior desafio da pasta é trazer turistas a Brusque. “Não somente na Fenarreco, mas durante o ano inteiro. Naturalmente, tem que se dar uma ênfase maior na festa, pois ela faz parte de um trabalho que o estado faz há muito tempo, que é o circuito das festas de outubro de Santa Catarina. É o único estado do Brasil que tem isso. Então, nós temos que nos inserir dentro deste processo, de uma forma mais atuante”, detalha.
Ele aponta que a Oktoberfest de Blumenau é o carro-chefe deste movimento. “Nós temos que aproveitar a oportunidade. Estamos próximos do Litoral e temos que aproveitar todo esse potencial”, continua.
Entretanto, apenas a boa localização não é o suficiente. Valdir destaca a necessidade de aperfeiçoar a comunicação do turismo. “O mundo mudou e os turistas também mudaram. Temos que estar neste contexto e procurar fazer com que a gente chegue onde o turista está”, diz.
Valdir relembra que a 11ª edição da Fenarreco, por exemplo, teve um público de 250 mil pessoas. “Os tempos são outros. Naquela época, predominava o turismo rodoviário, depois passou a ser turismo mais aéreo. Hoje, pelos altos valores das passagens aéreas, está voltando o turismo rodoviário”, observa.
“Precisamos olhar para esse aspecto, buscar conhecer empresas, agentes de viagem e operadoras de turismo, que trabalhem com Santa Catarina e festas de outubro. Precisamos buscar parcerias para que venham a Brusque também. Não adianta achar que vão para a Oktober e aí vão vir a Brusque, não é assim. Precisamos fazer um trabalho focado nestas empresas, para colocarem Brusque no roteiro delas. Isso, também, no turismo anual”, explica.
Ao falar da promoção do turismo na cidade, Valdir reforça a boa localização, com rodovia duplicada até a BR-101 em direção ao litoral, próximo a um aeroporto. Também, o município é próximo de Nova Trento, com o turismo religioso, e de Botuverá, que tem as cavernas.
“É um ambiente que tem um visual ecológico muito grande. Tudo isso são fatores que precisamos agregar na nossa promoção. A gente tem que comunicar”, diz.
Outro potencial é a própria comunicação com o público. Neste sentido, ele fala na promoção de Brusque em outras cidades, como é feita pela realeza da Fenarreco em outros eventos. “A comunicação nas cidades precisa ser mais abrangente, em uma série de meios de comunicação”, afirma.
A culinária e o turismo de compras são outros pontos destacados por Valdir, pois atraem turistas durante todo o ano. Segundo ele, o preço continua competitivo nas compras a pronta entrega.
“Temos que voltar a trabalhar essa conexão de Brusque com compras e têxtil, a indústria mais importante para a construção do PIB da cidade. Hoje, somos a região com o maior potencial têxtil do Brasil. Isso nos dá condições de fazer a promoção da cidade em cima deste fator. Temos produto, qualidade, preço, concorremos com todas as empresas têxteis do Brasil”, completa.
Após vir a Brusque para trabalhar em bar, paranaense abre dois restaurantes na cidade: