Filipe Gouveia valoriza elenco do Brusque e quer mais: “ainda temos que melhorar muito”

Treinador fala também sobre esquema tático, uso da base, tempo de trabalho e ausência de Paulinho

Filipe Gouveia valoriza elenco do Brusque e quer mais: “ainda temos que melhorar muito”

Treinador fala também sobre esquema tático, uso da base, tempo de trabalho e ausência de Paulinho

O técnico Filipe Gouveia conquistou, nesta quarta-feira, 29, sua primeira vitória à frente do Brusque: 1 a 0 sobre o Caravaggio, no Augusto Bauer, pela quinta rodada do Catarinense. Para o treinador, o triunfo vale muito pela atuação da equipe e pela tranquilidade que pode dar ao time na sequência da competição, mas não apaga a necessidade de melhoria em diversos aspectos, principalmente o ofensivo.

“Tivemos várias oportunidades para fazer o segundo gol, mas não tivemos tranquilidade. Porque a equipe já não ganhava há algum tempo, porque os jogadores, perante sua torcida, ficam um pouco mais nervosos. Tivemos oportunidades mais que suficientes para fazer o segundo e o terceiro [gols]. Melhoramos em muitas coisas, mas ainda temos que melhorar muito, especialmente num aspecto ofensivo”, comenta.

É necessária, para o treinador, uma evolução não apenas de ritmo de jogo, mas também de tática, de percepção do jogo. Para ele, alguns jogadores têm muita dificuldade de ler a partida.

“Ainda temos que melhorar muito. Como eu digo, [estou] satisfeito com aquilo que eles estão a fazer, e com a disposição que eles têm no treino, mas eu quero mais. Quero mais, todos os dias trabalhamos para mais. E no sábado queremos um jogo ainda melhor do que este, se possível com mais uma vitória”, complementa.

O português parabeniza os jogadores e também pede uma presença maior da torcida no Augusto Bauer, na tentativa de formar um ambiente mais difícil para o adversário. O quadricolor volta ao Gigantinho às 18h deste sábado, 1º, contra o Barra.

“Parabéns aos meus jogadores. Parabéns ao grupo de trabalho. Tenho um grupo fantástico. A vitória é deles, sem dúvida. Mas temos outro jogo importante já no sábado, e amanhã é dia de trabalho. Temos que continuar neste ritmo e tentar ganhar também o próximo jogo, oferecer os três pontos à torcida. Espero que no sábado estejam estas pessoas e que venham mais ainda, e que acreditem no no grupo de trabalho, porque este grupo vai fazer coisas boas.”

Tempo de trabalho

Filipe Gouveia volta a destacar a necessidade de melhora da equipe, mas lembrando do pouco tempo de trabalho no Catarinense.

“É preciso ter treino, é preciso ter tempo de treino para trabalhar, e não temos. Porque o Catarinense é quarta/fim de semana/quarta. Bocês sabem melhor que eu, eu estou a chegar numa realidade completamente diferente daquela que estava habituado.”

“Mas eu não me estou a queixar, eu estou só a dizer que poderia, quem sabe, ter chegado mais cedo. Se a gente tivesse chegado 30 dias mais cedo, talvez estivesse tudo muito melhor. (…) E eu no primeiro dia, prometi trabalho, e não vou fugir daquilo que é a minha linha. É o trabalho, é o querer, é atitude.”

Três zagueiros

O Brusque venceu a partida atuando em uma formação com três zagueiros: Dionatan, Éverton Alemão e Jhan Torres. Filipe Gouveia entende que o elenco joga mais à vontade nesta formação e, mesmo a contragosto, deverá trabalhar em esquemas como este quando necessário, com defesas em linha de cinco.

Perguntado sobre as funções táticas de Jhanpol Torres, o treinador afirma que o vê muito mais como um lateral, que tem dificuldades em atuar numa linha com quatro jogadores.

“Eu, neste momento, vejo mais como lateral que como zagueiro, mas nesta linha de cinco, ele cumpre bem, como cumpriu a semana passada e como cumpriu esta semana. E a nossa equipe se sente mais confortável por jogar numa linha de cinco.”

“Eu não gosto de jogar numa linha de cinco. Eu não gosto. Ah, não gosto, e acho que a equipe perde alguma dinâmica da maneira que eu vejo o jogo, OK? Mas eu não sou dono da razão. E eu olho para a minha equipe, olho para os meus jogadores, e acho que eles se sentem mais confortáveis com uma linha de cinco.”

Ausência de Paulinho

A ausência notada entre os relacionados foi a do volante Paulinho, que teve oportunidades como titular em rodadas anteriores. Filipe Gouveia revela que foi uma determinação de instâncias superiores do clube, sem informar quais e sem especificar os motivos.

“O Paulinho, foi uma informação que eu tive de alguém que está acima de mim, que o Paulinho não poderia ir para o jogo. E eu, simplesmente, acato a decisão. E eu trabalho para o Brusque. Eu trabalho para este símbolo. Não trabalho para ninguém de SAF, para presidente, para ninguém. Não, eu trabalho para o para o Brusque. E vou sempre trabalhar para o Brusque.”

Base resolvendo

Os dois últimos gols do Brusque foram marcados por jogadores revelados na base do clube. Contra o Joinville, no sábado, 25, foi Robson Luiz quem balançou as redes para deixar o placar em 1 a 1. Nesta quarta-feira, 29, o zagueiro Dionatan marcou seu primeiro gol como profissional.

Com muitas saídas e poucas chegadas entre 2024 e 2025, diversos garotos da base integram o time principal. Filipe Gouveia já falou repetidas vezes que não tem medo de dar oportunidades àqueles que têm se destacado nos treinos.

Perguntado sobre o uso da base e a contribuição destes jovens, Gouveia responde, de forma bem-humorada: “É bonito quando dá certo. Quando dá certo é bonito. Se o Dionatan tivesse feito um pênalti contra nós, talvez você estaria aqui fazendo outra pergunta. Mas ainda bem que que ele foi feliz, ainda bem.”

“E ainda bem que temos moleques da base que podem crescer. Muitas das vezes, eles não acreditam, eles não acreditam. O importante no futebol, e mais importante para o jogador, é que muitas das vezes eles não acreditam no potencial que têm. E o Dionatan tem potencial. Como o Robinho [Robson Luiz], tem potencial. Agora, depende deles crescer, né?

“O treinador também avisa que são jogadores sujeitos a falhas, como todos os outros, e que isto é ainda mais normal no processo de desenvolvimento de um jovem em seus primeiros jogos como profissional.

“As pessoas têm que perceber que esta molecada vai falhar, porque é o processo normal do jogador. (…) Felizmente, eles têm entrado e [as coisas] tem corrido bem. Mas uma ou outra vez podem falhar, e faz parte do processo. Porque o Dionatan tem 20 anos, o Bahia [como o técnico chama Robson Luiz] tem 20 anos. E por vezes, nós temos que ter cuidado da maneira que lançamos o jogador. Eu, se lancei o jogador, é porque tenho confiança nele. O grupo tem confiança nele.”

Confiança no elenco

Com Diego Mathias suspenso para o próximo jogo, Filipe Gouveia afirma que tem “10 opções” para substitui-lo e manifesta confiança no elenco.

“Não tem problema. O DG [Diego Mathias] está suspenso, a gente tem outros, vão entrar outros. Garanto que a gente vai jogar com 11. Não tem problema o DG estar suspenso. Hoje, na minha opinião, até nem fez um grande jogo. Tá suspenso, descansa, que ele estava precisando descansar também. (…) Por exemplo, o Ianson não jogou hoje [como titular], porque descansou. Descansou, vinha de uma sequência de quatro jogos seguidos e descansou.”

“Esta equipe não tem titulares. E vocês vão ver, se eu continuar aqui por algum ou muito tempo, que este time não tem titulares para mim. Aqui não há titulares. Há um 11, melhor 11 para cada jogo. Para cada jogo eu vejo as melhores situações, eu e a minha comissão técnica, e é dentro disso que trabalhamos.

Paulinho Moccelin, titular em jogos anteriores, atuou por poucos minutos contra o Caravaggio, mas recebeu os parabéns do treinador pelo que mostrou em campo.

“E confiança máxima nos jogadores. Hoje também dar os meus parabéns ao [Paulinho] Moccelin pela maneira que ele entrou. Entrou muito bem no jogo, e é este espírito que nós temos que ter, sejam cinco minutos, seja um minuto, temos que entrar no máximo.”


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