Fundação Cultural fará orçamento para restauração da chaminé da Renaux
Profissional de Minas Gerais ofereceu os serviços; estrutura corre o risco de cair, segundo laudo da Defesa Civil
Profissional de Minas Gerais ofereceu os serviços; estrutura corre o risco de cair, segundo laudo da Defesa Civil
Um restaurador de Minas Gerais entrou em contato com o Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan) oferecendo os serviços para restauração da chaminé da Fábrica de Tecidos Carlos Renaux. A estrutura centenária sofre com a ação do tempo e, segundo laudo da Defesa Civil de Brusque, divulgado no ano passado, corre o risco de cair.
Mauro Ribeiro da Silva chegou até a chaminé brusquense depois de fazer pesquisas na internet. Ele trabalha há muitos anos no ramo e aprendeu o ofício com o pai. Ao saber sobre a situação da estrutura símbolo da Fábrica Renaux, ele procurou o órgão brusquense, mas ainda não teve nenhum retorno.
A proposta do restaurador foi levada ao conhecimento do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico, que nos próximos dias deve encaminhar ofício à Fundação Cultural solicitando um orçamento para a restauração da chaminé.
A presidente do conselho, Alexssandra da Silva Fidelis, afirma que a chaminé é um componente importante do complexo da Fábrica Renaux e, por isso, precisa de uma atenção maior, já que vem apresentando problemas em sua estrutura. “Fiz uma solicitação verbal à Fundação Cultural para verificar a possibilidade de orçar a restauração da chaminé, fazer um levantamento de custos, orçar dois ou três profissionais. Agora, depende de formalizar esse pedido e ver como vai se encaminhar”, diz.
Segundo ela, a umidade tem expandido os tijolos da chaminé, por isso, a estrutura precisaria de uma cinta de amarração para fortalecer e continuar com as suas características. “A chaminé é uma das seis edificações de interesse mais acentuado de tombamento no complexo da Renaux, pela sua imponência, pela sua característica de marcar território, por isso, vamos começar a focar mais nesta questão dentro do conselho para tentar buscar uma solução”.
Indefinição
Como a fábrica está em processo de falência e há também um pedido de tombamento – reconhecimento de patrimônio histórico – de parte dos imóveis, há uma indefinição sobre de quem é a responsabilidade dos custos de uma possível restauração da chaminé.
O coordenador da Fundação Cultural de Brusque, Marcos Fumagalli, afirma que ainda não há um parecer sobre o assunto, entretanto, acredita que a responsabilidade é da massa falida. “O mais provável é que a responsabilidade seja da massa falida, mas eles já alegaram que não têm condições de arcar com isso agora”, diz.
Fumagalli afirma que, por enquanto, o máximo que a Fundação Cultural pode fazer são os orçamentos da restauração. “A vontade da fundação é restaurar, mas precisamos saber de quem é a obrigação. O que podemos fazer é entrar em contato com o restaurador, ver quanto vai custar, mas apenas isso”.
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Em julho de 2013, o Conselho do Patrimônio de Brusque enviou notificação para a massa falida comunicando o interesse no tombamento – reconhecimento de patrimônio histórico – de alguns imóveis da Fábrica Renaux.
A massa falida – que é a responsável por administrar as dívidas e o que restou da empresa após a declaração de falência – contestou a notificação enviada pelo conselho em agosto de 2013. A prefeitura, então, não concordou com a justificativa e reenviou o documento afirmando que daria continuidade ao processo. Entretanto, ele parou por aí.
Além da massa falida, na época, o Sindicato dos Trabalhadores Têxteis (Sintrafite), que representa os ex-trabalhadores da fábrica, também se manifestou contrário ao tombamento dos imóveis, com a justificativa de que complicaria o processo de pagamento das dívidas trabalhistas.
Para que o processo de transformação dos imóveis em patrimônio histórico prossiga, é preciso que seja feita uma avaliação técnica por um arquiteto, o que quase quatro anos depois do pedido ainda não aconteceu.
O historiador da Fundação Cultural de Brusque, Álisson Castro, ressalta que o órgão enviou um memorando ao gabinete do prefeito Jonas Paegle solicitando a continuidade do processo.
O projeto prevê o tombamento da chaminé, das duas construções fabris – primeiros espaços onde funcionaram os setores de tecelagem e expedição -, a Villa Ida – residência de Otto Renaux, que posteriormente virou o ambulatório da fábrica -, a Associação Atlética Renaux, e também a mansão do fundador da indústria, Cônsul Carlos Renaux, a Villa Renaux.
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