Gestão pela Celesc e estudos japoneses: as novidades sobre o futuro da barragem de Botuverá

Governador Jorginho Mello se compromete com execução da obra, ainda sem data para começar

Gestão pela Celesc e estudos japoneses: as novidades sobre o futuro da barragem de Botuverá

Governador Jorginho Mello se compromete com execução da obra, ainda sem data para começar

Os intensos eventos climáticos que atingiram Santa Catarina, principalmente o Vale do Itajaí, em outubro fizeram novamente com que os olhos voltassem às barragens. Uma delas, projeto antigo que nunca saiu do papel, é a barragem de Botuverá. Novidades sobre o futuro da estrutura voltaram a circular.

A Associação Empresarial de Brusque (Acibr) quer levar técnicos à sede do governo do estado, em Florianópolis, para que seja apresentado ao governador Jorginho Mello (PL) a importância da obra para contenção de cheias, por meio dos estudos elaborados pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), há mais de uma década.

“O que pedimos ao governador não foi para discutirmos sobre a barragem, mas que fosse aberto um espaço para levarmos técnicos que participaram do projeto Jica para que seja mostrada a necessidade da barragem. É algo fundamentado”, afirma o presidente da Acibr, Marlon Sassi.

A obra está a cargo da Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan). Durante vinda a Brusque no sábado, 11, para inauguração de leitos de UTI do Hospital Azambuja, o governador demonstrou o interesse de que a gestão da obra fosse repassada para a Celesc.

A medida de mudar a gestão da barragem também é defendida pela Acibr. Marlon comenta que a entidade tem o entendimento de que a Celesc possui maior expertise na construção de barragens e que, com a empresa pública, seria possível ampliar a geração de energia.

“O governador anterior colocou [a gestão da barragem] para a Casan, tendo em vista a necessidade de água no litoral. No entanto, não entendemos que isto é o que a barragem pode nos dar de melhor. Não acreditamos também que a Casan esteja preparada para a construção e administração”, avalia o presidente da Acibr.

Compromisso com construção

Ainda na visita a Brusque, Jorginho se comprometeu com a execução da obra, mas ainda não há data para início dos trabalhos. Um ofício foi entregue pela Acibr ao governador, formalizando a solicitação de uma audiência com os técnicos e com todos que, diz Marlon, “há tanto tempo lutam pela barragem”.

“A barragem de Botuverá está pronta para ser construída. Já foi para edital. As coisas mais difíceis, licenças e projetos, já temos todas prontas. Acredito que, com R$ 150 milhões, é possível construir. A previsão é de 24 meses. O governador conseguiria realizar o projeto dentro do mandato”, comenta.

Momento da entrega do ofício ao governador Jorginho Mello (esq.). Foto: Acibr/Divulgação

A intenção é que a barragem de Botuverá possua diversas finalidades, além de conter as cheias do rio Itajaí-Mirim. Trata-se de uma “barragem para uso múltiplo”. A ideia é que a estrutura gere energia hidrelétrica e abasteça municípios da região.

As águas da barragem devem abastecer, inclusive, cidades do litoral, como Balneário Camboriú, que registra problemas no abastecimento durante o verão. Como a estrutura será instalada em uma área elevada, a água seria transportada por gravidade aos municípios.

Estudos dos japoneses

Há mais de uma década, representantes da Jica vieram a Santa Catarina e elaboraram estudos para contenção de cheias dos rios catarinenses. A parceria entre o estado e os japoneses levou, inclusive, governadores ao Japão em busca de soluções para os estragos após eventos climáticos.

Brusque não ficou de fora do roteiro da Jica por Santa Catarina. O projeto da barragem de Botuverá se originou de estudos elaborados pela agência japonesa. Além da barragem, uma série de outras medidas para mitigar os efeitos dos desastres climáticos foram apresentadas.

Debate sobre os estudos da Jica em Brusque, em 2011. Foto: Márcio Costódio

Carlos Alberto Rockenbach, especialista em recursos hídricos que teve envolvimento na atuação da Jica na bacia hidrográfica do rio Itajaí em 2009 e 2010, avalia que os estudos são adequados, não perderam a lógica com o passar dos tempos e retirá-los do papel é uma medida importante a ser adotada pelo governo catarinense.

“Os estudos da Jica foram muito consistentes e bem embasados. Eles não deixaram de ter seu valor. Não precisam ser reavaliados, precisam ser implementados. Os japoneses fizeram uma série de recomendações: construção de barragem, comportas, canais e outros”.

De acordo com o especialista, a Jica propôs a construção de nove barragens. Entre elas, a estrutura mais avançada em termos de estudo, contrato, licenças e projetos é a barragem de Botuverá. A intensidade dos eventos climáticos e a frequência de ocorrências, para Carlos, reforçam a necessidade de tirar os estudos dos japoneses do papel.

“Na hora que iniciar este processo, será muito importante para todo o estado. É necessário iniciar por algum lugar e eu acredito que o melhor lugar para iniciar é pela barragem de Botuverá”, reforça o especialista.

Sem informação

O coordenador regional de Infraestrutura, José Luiz Colombi, o Nene, afirma que não há informações sobre o andamento da implementação dos estudos referentes à barragem de Botuverá.

“No momento, não tenho nenhuma informação. A nossa barragem de Botuverá está toda pronta, não há atrito nenhum, mas até agora não temos informações [sobre a obra]”, comenta.

Nene avalia que, para a execução da obra, devem ser colocados em prática os estudos da agência japonesa. O coordenador diz não acreditar na elaboração de um novo projeto, mas sim que será seguido aquilo que já está à disposição.


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