Grupo de pesquisa do IFC de Brusque desenvolve cerveja funcional
Produto ajuda a diminuir colesterol, glicose no sangue e melhora a mobilidade intestinal
Produto ajuda a diminuir colesterol, glicose no sangue e melhora a mobilidade intestinal
Um grupo de pesquisa no Instituto Federal Catarinense (IFC) de Brusque desenvolve, neste momento, um produto que tem tudo para fazer sucesso: uma cerveja funcional. É a chance de tomar aquela gelada sem culpa.
A professora Tatiene Sueli Coutinho, bióloga com mestrado e doutorado na área de microbiologia, é a coordenadora do grupo “Gestão e tecnologia de alimentos e bebidas”, que também conta com outros professores, além de alunos do Ensino Médio e da Licenciatura em Química.
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A ideia de criar uma cerveja funcional surgiu junto com a professora Tati. “Trabalhei com microbiologia no mestrado e doutorado. Quando vim para cá, a gente tentou atrelar esse conhecimento prévio que eu já tinha com o que era dado aqui no instituto”, comenta.
Os probióticos são famosos. Eles estão, por exemplo, nos leites fermentados. A professora explica que fazem bem para diminuição do colesterol, da glicose no sangue e melhoram a mobilidade intestinal, entre outros benefícios.
“Colocar a cerveja probiótica vai ser ótimo porque existem muitos benefícios. Então, vamos tomar uma cerveja e pensar: ‘essa cerveja vai me fazer bem’”, diz Tati.
O professor Walmir Ruis Salinas Junior, engenheiro químico, afirma que o trabalho é meticuloso. “A grande dificuldade é que os probióticos não se dão bem com o ambiente que é a cerveja”, explica.
Walmir explica que existem vários mecanismos que eliminam a possibilidade de contaminação durante o processo de produção da cerveja. Os probióticos seriam uma contaminação, se a sua inclusão não fosse objetivo.
Desenvolvimento
As bactérias probióticas usadas pelo grupo de pesquisa foram conseguidas com a Universidade de São Paulo (USP). A professora Tati fez o seu mestrado e doutorado na USP e seu antigo orientador viabilizou a doação do material para ela usar no IFC.
Originalmente, as bactérias foram compradas de um banco genético internacional, do Estados Unidos. No IFC, elas foram modificadas para aguentar as condições diferenciadas dentro da cerveja.
“A cerveja e álcool têm muitas características que não permitem o desenvolvimento dessas bactérias”, explica a professora e doutora. O próximo passo do trabalho é a inserção dos probióticos na cerveja.
A Kiezen Ruw é parceira do IFC nesse projeto, chamado “Desenvolvimento de cerveja funcional com adição de bactérias probióticas”. No caso, a empresa doará a cerveja já pronta para que o grupo de pesquisa possa trabalhar.
Como durante o processo de produção existem muitos mecanismos para evitar que bactérias sobrevivam, o professor Walmir explica que é melhor colocar os probióticos já na bebida pronta.
As bactérias serão colocadas na cerveja e monitoradas. “Vamos avaliar se estão sobrevivendo e se as bactérias não estão alterando as propriedades organolépticas da cerveja, como cor e acidez”, esclarece Tati.
Educação diferenciada
O grupo de pesquisa é apenas um dos que existem dentro do IFC de Brusque. O instituto oferece pesquisa e extensão. Os dois estudantes que estão no grupo são bolsistas.
Para Amanda de Campos, aluna do terceiro ano em Química, o IFC oferece uma oportunidade ímpar com esse tipo de projeto. Ela mora em São João Batista e diz que vale a pena ir e voltar diariamente para ter essa vivência.
“Não pretendo seguir a Química em si, mas a vertente da Química com a microbiologia é uma área interessante que gostaria de seguir. Então, quando a Tati falou para fazer uma cerveja funcional eu falei: eba!”, diz a aluna que quer cursar Medicina.
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Ritieri Gonçalves, estudante de Licenciatura em Química, também tem aproveitado o ensino na prática. “Quero continuar em Química, mas acho interessante para adquirir conhecimento na Biologia também”.
Os dois destacam que ao final do projeto será elaborado um artigo científico, que será apresentado em um evento acadêmico dos institutos federais.
Além deles, o grupo também é formado por: Vinicius Verwiebe, aluno do terceiro ano em Química. São colaboradoras as professoras Adriana Neves Dias e Leda Gabriela Ardiles e o mestre cervejeiro Márcio Alexandre Ferreira.