Em 2024, o Campeonato Catarinense continua com as boas impressões que vêm se consolidando ao longo dos anos. É um dos estaduais mais equilibrados do Brasil, com quase metade dos clubes presentes nas três principais divisões do Brasileirão. Não são as maiores camisas do país, mas estão sempre “incomodando”. E neste meio do estadual há sempre equipes que podem surpreender todos os anos, de Atlético de Ibirama a Hercílio Luz, de Camboriú a Marcílio Dias, de Barra a Concórdia.
Mas há também as más impressões: é um campeonato deficitário, sem premiações relevantes, sem grandes movimentações de público nos estádios. Estádios precários nos mais diversos aspectos. Não acompanham exigências que, por vezes, são surreais para as realidades dos clubes. Há os bons, os regulares, os ruins e os quase impraticáveis, como o Estádio das Nações, que faz o Augusto Bauer parecer um charmoso e pequeno estádio inglês. Coisas de estaduais. Ainda assim, o Campeonato Catarinense sobrevive.
O principal favorito ao título é o Criciúma. O atual campeão conquistou o acesso à Série A do Brasileiro e venceu o Marcílio Dias na Recopa Catarinense sem problemas. Apesar da perda de alguns jogadores importantes, como Arilson, manteve nomes a exemplo de Gustavo, Rodrigo, Marcelo Hermes, Fellipe Mateus e Eder, além do técnico Cláudio Tencati. O Tigre vem muito forte na disputa.
Há um trio que, considerando os times no papel e os históricos recentes, devem brigar pelo título: Brusque, Chapecoense e Avaí. O quadricolor manteve a base do time vice-campeão da Série C do Campeonato Brasileiro, fez contratações pontuais e tem ótimo retrospecto: disputou três finais nas últimas quatro edições; quando não foi finalista, foi terceiro colocado. Contudo, não terá o estádio Augusto Bauer à disposição
A Chape faz uma grande reformulação após a manutenção sofrida na Série B do Catarinense, mantendo o técnico Claudinei Oliveira. O Avaí também continua com o técnico Eduardo Barroca, mas mexe na casa para voltar a brigar por título.
Outros dois grandes clubes do estado tentam voltar a dias melhores. O Figueirense segue em sua crise prolongada, mas agora novos nomes na diretoria e várias mudanças no elenco dão alguma esperança de alívio ao torcedor. Também em dificuldades severas, o Joinville investiu mais pesado do que em anos anteriores, buscou alguns medalhões e está desesperado por voltar à Série D do Brasileiro. Outro clube com o plano do JEC é o Marcílio Dias. Bicampeão consecutivo da Copa SC, o Marinheiro precisa fazer muito melhor do que em 2023, quando se salvou do rebaixamento na última rodada.
Há o trio que disputa a Série D em 2024: Hercílio Luz, Barra e Concórdia. O Leão do Sul vem de dois anos fazendo boas campanhas, mas que terminam com grandes frustrações no Catarinense, no Brasileiro e na Copa SC. Cansado de “morrer na praia”, o clube dispensou o ótimo trabalho do técnico Raul Cabral e aposta em Felipe Moreira. O Pescador, com toda sua estrutura, tenta se consolidar no cenário estadual e manter o crescimento. No Oeste, o Concórdia não vai nada bem financeiramente, e não passar grandes sustos poderá ser bom negócio. Vários jogadores das boas campanhas em 2022 e 2023 continuam no Galo.
Da Série B estadual, chegam o tradicional Inter de Lages e o novato Nação. O Leão Baio não disputava a elite desde 2018. O auriazul agora é de Araquari, no Norte do estado, mas ainda jogará na Arena Joinville em 2024. Ambos chegam com elencos modestos, e qualquer conquista além da permanência na Série A poderá ser considerada uma grata surpresa.
Este é o cenário da 99ª edição do Campeonato Catarinense. Em 1933 o torneio não foi concluído, e em 1946 não foi disputado. Em 2024, a competição e a Federação Catarinense de Futebol completam 100 anos. Apesar de todos os problemas, das más impressões, ainda há espaço para grandes jogos, ótimas histórias e 80 partidas para movimentar o fã do futebol e as apaixonadas torcidas de Santa Catarina.
Fórmula de disputa
A primeira fase do Catarinense 2024 terá 11 rodadas, com os 12 times se enfrentando em turno único. Os oito melhores se classificam para o mata-mata, que vai ter jogos de ida e volta até a grande decisão. Nas quartas de final, o primeiro enfrenta o oitavo, o segundo pega o sétimo, e assim por diante.
Campeão e vice se garantem na Copa do Brasil de 2025. Os três melhores times que não disputarem as três principais divisões do Campeonato Brasileiro em 2024 garantem vaga na Série D do ano seguinte. Os dois últimos são rebaixados.
Primeira rodada
Sábado, 20/01
16h30 – Criciúma x Figueirense – Heriberto Hülse
18h30 – Joinville x Marcílio Dias – Arena Joinville
19h30 – Chapecoense x Hercílio Luz – Arena Condá
Domingo, 21/01
16h – Inter de Lages x Concórdia – Tio Vida
18h – Barra x Brusque – Dr. Hercílio Luz
19h – Avaí x Nação – Ressacada
Veja como chega cada equipe para o Catarinão:
– Brusque
– Avaí
– Barra
– Chapecoense
– Concórdia
– Criciúma
– Figueirense
– Hercílio Luz
– Inter de Lages
– Joinville
– Marcílio Dias
– Nação
Campeões
18 títulos
Avaí (1924, 1926, 1927, 1928, 1930, 1942, 1943, 1944, 1945, 1973, 1975, 1988, 1997, 2009, 2010, 2012, 2019 e 2021)
Figueirense (1932, 1935, 1936, 1937, 1939, 1941, 1972, 1974, 1994, 1999, 2002, 2003, 2004, 2006, 2008, 2014, 2015 e 2018)
12 títulos
Joinville (1976, 1978, 1979, 1980, 1981, 1982, 1983, 1984, 1985, 1987, 2000 e 2001)
11 títulos
Criciúma (1968, 1986, 1989, 1990, 1991, 1993, 1995, 1998, 2005, 2013 e 2023)
7 títulos
Chapecoense (1977, 1996, 2007, 2011, 2016, 2017 e 2020)
5 títulos
América (1947, 1948, 1951, 1952 e 1971)
Metropol (1960, 1961, 1962, 1967 e 1969)
3 títulos
Caxias (1929, 1954 e 1955)
2 títulos
Brusque (1992 e 2022)
Carlos Renaux (1950 e 1953)
Hercílio Luz (1957 e 1958)
Olímpico (1949 e 1964)
1 título
Atlético Catarinense (1934)
CIP (1938)
Ferroviário (1970)
Inter de Lages (1965)
Lauro Müller (1931)
Marcílio Dias (1963)
Operário (1956)
Paula Ramos (1959)
Perdigão (1963)
Ypiranga (1940)
Em negrito: clubes no Catarinense Série A 2024
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