Implantação de sistema online nas escolas de Brusque encontra resistência
Há relatos de falta de computadores para os professores, mas secretaria diz que programa é um avanço
Há relatos de falta de computadores para os professores, mas secretaria diz que programa é um avanço
Realidade em escolas particulares, o diário eletrônico começou a ser implantado em toda a rede municipal no último bimestre letivo deste ano. O sistema digital é visto como um avanço pela Secretaria de Educação, porém, enfrenta problemas de infraestrutura, conforme professores.
O professor online é um programa que reúne todas as informações relacionadas aos alunos. Nele, os professores inserem as notas e outras informações pedagógicas.
A coordenadora de Ensino Fundamental, Sheila Marcelino Izabel, afirma que, no início do ano, apenas uma escola foi usada como piloto. No segundo bimestre, foram duas. E neste último, o programa foi expandido para todas as 24 escolas de Educação Fundamental e 52 de Educação Infantil.
O secretário de Educação, José Zancanaro, diz que o programa está sendo bem aceito pela maior parte dos professores. No entanto, ele admite que ainda há resistência, e também ajustes na infraestrutura que precisam ser feitos até 2018.
O Município recebeu o relato de um professor que se mostra indignado com a falta de computadores, notebooks, celulares ou tablets na escola onde trabalha. Segundo ele, quando a Secretaria de Educação foi perguntada, respondeu que os profissionais devem usar os próprios aparelhos.
Situações como esta chegaram informalmente ao Sindicato dos Servidores Públicos Municipais (Sinseb). A vice-presidente Tânia Pompermeyer diz que se, de fato, faltam computadores para os professores, é um problema.
Os professores têm, por lei, direito à hora-atividade. É um tempo reservado para que preparem as aulas, avaliem provas e deem notas. Isso deve ser feito na escola, não em casa.
Para a sindicalista, se a Secretaria de Educação sugere que os professores usem o seu computador, há um conflito com essa hora-atividade. Em tese, alguém que só tem computador de mesa, não teria como usar o professor online na hora-atividade e teria de levar o serviço para casa, o que é ilegal.
“A administração tem que oferecer suporte aos professores”, diz Tânia. Ela diz que os professores foram capacitados, porém, os relatos extraoficiais dão conta que falta infraestrutura.
Resistência
O secretário de Educação diz que a modernização da Educação estava parada desde 2004. Agora, está sendo retomada aos poucos, mas com resistências.
“Toda mudança sofre resistência. O professor online é uma inovação que vai acabar com o diário de classe”, afirma Zancanaro. Segundo ele, de modo geral o sistema tem sido bem aceito.
Neste ano, existem ainda o diário de papel e o online. Mas o objetivo da Secretaria de Educação é que tudo passe para o digital a partir do ano que vem.
Zancanaro afirma que uma licitação para a compra de computadores já está em curso. Contudo, ele diz que é impossível prover um computador para cada um dos mais 2 mil da rede municipal.
O secretário diz que a prefeitura trabalha para melhorar a infraestrutura, dentro das possibilidades financeiras. “É difícil ter um professor que não tem um computador para lançar as notas. Ele vai usar para lançar nessa plataforma. Ele pode estar permitindo-se usar o seu particular”.
O motivo para a implantação deste sistema vai além do trabalho do professor. “Com ele, temos todo o controle pedagógico de todas as unidades sem precisar ir lá”, diz o secretário.
Sheila diz que, de fato, existe resistência à mudança. Contudo, ela nega problemas de infraestrutura.
De acordo com ela, à exceção de uma, todas as escolas municipais têm pelo menos um computador na sala dos professores e outro na secretaria. Os profissionais podem usá-los na hora-atividade para inserir os dados na plataforma online.