Sou bem impaciente. Então quando tenho que esperar por qualquer coisa, fico sempre tentando me distrair com coisas escritas ou imagens. Dias destes ao esperar o elevador no prédio onde moro, me deparei com o seguinte aviso, que já estava ali desde que ele foi instalado, mas não havia parado para contemplar. Ei-lo: AVISO AOS PASSAGEIROS: ANTES DE ENTRAR NO ELEVADOR VERIFIQUE SE O MESMO ENCONTRA-SE PARADO NESTE ANDAR.
Comum e corriqueiro, no entanto importante, para que a gente não caia no fosso do elevador por estar desatento. Esse tipo de atenção me fez refletir sobre outras atenções necessárias quando somos protagonistas de passagens de nossa vida, que, mesmo que não estejam relacionadas “diretamente” com nossa segurança física, sem dúvida comprometem nossas outras seguranças: emocionais, psicológicas, afetivas… e por aí vai! Então me surgiram outras instruções para nós, passageiros da vida terrena.
- Observe, ao entrar em um relacionamento com outra pessoa, se o mesmo encontra-se parado na sua.
- Perceba os sinais de andamento, se há barulhos estranhos, suspeitos, não revelados.
- Crie coragem para forçar seu “peso”, vendo assim se o outro aguenta suas probabilidades de paixão.
- Não se arrisque, inutilmente, a ficar trancada em uma relação, seja porque a luz foi embora ou porque o mesmo está com algum defeito.
- No entanto, se ele parar, por algum motivo, não se aflija de imediato, mantenha a calma e a postura. Alguém virá salvá-la!
- Certifique-se que ao ser consertado, o amor, não retorne com danos irreparáveis e que volta-e-meia apresentará defeitos.
- Quando entrar no amor, entre para ser você mesma, não criando uma personagem fictícia que nunca existiu em você, somente para agradar o outro. Isso é queda certa!
- Se caso cair, a fossa pode ser profunda, negra, quase morfífera.
- No entanto, se você tomou as devidas precauções, o dano será curável. Pois mulher é víscera e pele. Mulher é encantamento e esperança. Mulher é forte, mesmo que, em sua fragilidade do sensível, possa inundar os mecanismos de passagem e demorar um certo tempo, para atrever-se a ser novamente, passageira do amor.
Sílvia Teske – artista, professora…