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Jornal O Município se destaca na formação e crescimento de jornalistas da região

Faculdades valorizam oportunidades dadas pelo jornal para profissionais recém-formados

Jornal O Município se destaca na formação e crescimento de jornalistas da região

Faculdades valorizam oportunidades dadas pelo jornal para profissionais recém-formados

O grupo O Município é um espaço para formação profissional de jornalistas da região. Estudantes dos principais cursos de Jornalismo têm o jornal como  referência e porta de entrada no mercado de trabalho. Da mesma forma, as universidades entendem o valor da experiência da redação para os alunos e valorizam a prática do jornalismo local como essencial para o desenvolvimento da comunidade.

Professora do curso de Jornalismo da Univali, Vera Sommer destaca que a experiência dos estudantes em uma redação é fundamental para a formação. Atualmente, o grupo O Município tem diversos alunos atuando como assistentes de conteúdo e estagiários nas três praças, em Brusque, Blumenau e Joinville.

“A gente tenta simular na academia o trabalho de redação, mas só trabalhando efetivamente no local que o futuro jornalista terá noção do que realmente é. Hoje, o estágio é obrigatório para que o aluno seja forjado em uma redação”, detalha.

Coordenador do curso de jornalismo da Furb, Sandro Galarça aponta a parceria das faculdades com veículos de comunicação como essencial para que os jornalistas recém-formados consigam entrar no mercado de trabalho.

“As parcerias com O Município e outros veículos são essenciais para que os alunos expandam seu conhecimento e se coloquem no mercado. Por um lado, eles conseguem experimentar o que vê teoricamente e, por outro, essa experiência abre portas. Se cumprir bem suas funções, conseguem uma posição mais facilmente”

Essa conexão do jornal com as faculdades de jornalismo da região, porém, não é uma prática tão recente.

Atual editor-chefe do jornal O Município Blumenau, Cristóvão Vieira, que morava em Porto Belo na época, se formou na Univali em 2014 e, em 2024, completou dez anos trabalhando no grupo.

Praticamente sem nenhuma experiência, iniciou sua trajetória profissional como repórter em Brusque aos 21 anos, após passar pelo processo seletivo do jornal O Município quando estava no último semestre do curso. “Quando você entra no mercado, em toda profissão, as coisas são diferentes, mas me sentia preparado. Tive muitos professores qualificados e uma estrutura que não está atrás de nenhuma do estado”, resume.

Cristóvão em entrevista com técnico Mauro Ovelha em 2016 | Foto: Arquivo pessoal

Ele começou seu trabalho na editoria de geral e depois passou por esportes, onde foi muito reconhecido por coberturas do Carlos Renaux, Paysandú, Jogos Comunitários, entre outras. “Fazíamos um trabalho que não se vê muito, a gente ia cobrir in loco muitos eventos”, lembra.

Oportunidade de crescimento

Um tempo depois, Cristóvão passou a se dividir entre as editorias de geral e esportes, o que foi essencial para que ele fosse, em 2019, fosse convidado para ser editor-chefe de O Município Blumenau.

Ele lembra que, quando recebeu o convite, ficou apreensivo porque não tinha experiência em posições de coordenação, mas que a confiança que recebeu foi essencial para que aceitasse o cargo.

Cristóvão trabalha no grupo há dez anos | Foto: Tiago Schumacher/Arquivo O Município

O objetivo inicial parecia ousado: se tornar líder de audiência em Blumenau. Com muito empenho e foco, porém, O Município Blumenau, atualmente, é o veículo mais acessado da cidade e, para além disso, é referência de jornalismo.

“Conseguimos isso com muito trabalho, organização e método. Muita coisa é planejamento. Algumas coberturas também marcaram e fizeram a gente se destacar, como a pandemia, greve dos caminhoneiros, enchentes, atentado à creche. Mostramos nosso profissionalismo e nos diferenciamos. Fincamos nossa bandeira como referência local”, destaca.

Informação de qualidade

Coordenador do curso de Jornalismo da Furb, de Blumenau, Sandro Galarça ressalta a importância de veículos como os três jornais do grupo O Município para a comunidade. Ele destaca que, atualmente, a imprensa vive um momento desafiador de competição com as notícias falsas e as redes sociais, e que veículos locais acabam tendo um papel decisivo para que a população se informe com qualidade.

“Quanto mais veículos sérios como o jornal O Município surgirem no Brasil, mais informações de qualidade vão circular, diminuindo o espaço de notícias falsas. Acho fundamental que um jornal como O Município ocupe esses espaços”, ressalta.

Vera Sommer, professora de Jornalismo da Univali, também enfatiza a importância do jornalismo local para o fortalecimento dos valores e desenvolvimento das comunidades.

“É preciso que haja informação sobre as coisas da sua cidade. O jornalismo local aborda o que nos preocupa e nos representa, as fontes ouvidas são locais, faz com que as pessoas se identifiquem. É um valor social enorme e é essencial para nossa vida cotidiana”.

Confiança no potencial

Após três anos formada, Brenda Pereira, na época com 23 anos, em 2021, assumiu o cargo de editora-chefe do jornal O Município Joinville. A jornalista, natural de Guabiruba, trabalhou como estagiária em Brusque em 2018, foi contratada como repórter no ano seguinte e recebeu a confiança da diretoria para assumir um desafio importante na praça mais jovem do grupo.

Brenda cursou Jornalismo na Furb e realizou seu estágio obrigatório no jornal O Município em 2018, com foco em jornalismo de dados. Enquanto produzia reportagens, ela também desenvolveu o seu trabalho de conclusão de curso, analisando como o veículo utilizava estatísticas e dados em sua rotina.

Brenda e o pai, Vitor, estamparam matéria do jornal em 2006, bem antes de ela pensar em ser jornalista | Foto: Arquivo pessoal

Ela destaca que essa experiência foi enriquecedora para que ela pudesse aplicar diretamente o que aprendeu em sala de aula na prática do jornalismo.

“Fazia levantamentos e entrevistas, e foi uma experiência muito legal porque consegui aplicar aquilo que aprendi na disciplina de Jornalismo Digital. Consegui fazer tudo para o meu TCC e utilizei matérias que eu publiquei como objeto de estudo”.

Pouco depois de encerrar o estágio e encerrar a sua graduação, no início de 2019, Brenda foi convidada para voltar ao jornal O Município, agora como repórter. “Pensei em aprofundar inclusive a minha pesquisa, mas acabei mudando de ideia porque fui convidada para trabalhar no jornal. Eu tinha uma outra entrevista marcada quando fui chamada, mas acabei cancelando e aceitei”.

Após pouco mais de um ano trabalhando como repórter, Brenda foi convidada pela primeira vez para ser editora-chefe em Joinville, mas acreditava que a responsabilidade ainda era muito grande para ela naquele momento. O jornal, porém, acreditava no potencial dela e, nos meses seguintes, ela recebeu mais responsabilidades em Brusque, recebendo pautas mais complexas e desenvolvendo atividades relacionadas à edição. “Todos os meses de preparo foram importantes para lidar com situações do dia a dia”.

Desde a faculdade, porém, ela já demonstrava seu potencial para assumir esse papel de editora. Coordenador do curso de Jornalismo da Furb, Sandro Galarça lembra que, durante a formação, Brenda já mostrava vocação para desenvolver o trabalho como chefe de uma redação. “Temos um jornal laboratório, que é uma conexão da academia com o jornal impresso. Ela foi a editora e teve uma bela presença como coordenadora de equipe, se destacou”.

No ano seguinte ao primeiro convite, Brenda foi sondada novamente para a vaga e, desta vez, aceitou. “Ainda achava que era rápido demais, mas, como confiaram em mim, eu fui”, lembra.

Ela ocupa o cargo há três anos e, atualmente, entende que isso é realmente o que ela gosta de fazer. “Hoje, prefiro fazer o trabalho de editora, de gerenciar, analisar rotina, pensar em soluções, pautar, do que fazer reportagens. Acho que combina com o meu perfil”.

Brenda foi promovida à editora-chefe aos 23 anos | Foto: Lívia Isabel Meinert/Arquivo O Município

O jornal O Município Joinville, que surgiu em 2020, já é um dos mais acessados da cidade e reconhecido por seu trabalho abrangente e de qualidade. Brenda ressalta que os princípios que aprendeu na academia são essenciais para que ela, mesmo ainda no início de sua trajetória como jornalista, conseguisse desenvolver o trabalho como editora-chefe. “Acho que muito em relação ao que aprendi de ética jornalística e critérios de noticiabilidade me deparo muito na nossa rotina. Acredito que isso diferencia um profissional formado”.

A editora-chefe acrescenta que a confiança que o jornal depositou em seu potencial é crucial para o sucesso do trabalho desenvolvido.

“O jornal é o primeiro emprego que eu tive de carteira assinada, eu vejo que foi muito rápido, tenho até um pouco de dificuldade de processar tudo que eu já vivi, mas fico muito feliz”, ressalta. “É muito legal trabalhar em um lugar onde eu consiga aplicar o que aprendi e exercer a profissão de forma muito tranquila. O jornal nos desenvolve e dá oportunidades. Eu não imaginava que eu seria editora tão rápido quando eu entrei em contato com o jornal pela primeira vez em 2018, mas eu já almejava. A empresa percebe o potencial das pessoas”, acrescenta.

Ciclo virtuoso

O desenvolvimento de profissionais formados na região é considerado essencial para as faculdades locais. Vera Sommer, professora de Jornalismo da Univali, classifica essa relação como um ciclo virtuoso.

“A universidade tem essa função de impactar a região e incentivar a transformação. É uma parceria de muito tempo. As pessoas vão mudando, mas o jornal permanece, é uma satisfação. Eles são o fruto do nosso trabalho e de toda a universidade. A faculdade ganha e o jornal também. É um orgulho para a gente, isso causa um impacto positivo na vida desses antigos alunos e que hoje são profissionais e também na região. Os profissionais permanecem aqui e causam um impacto, que é também o papel da universidade”.

Sandro Galarça, coordenador do Jornalismo da Furb, acrescenta que as oportunidades de crescimento dadas aos jornalistas dentro do veículo é também um incentivo para os futuros profissionais que ainda estão na academia.

“A gente, quando pode, convida egressos para semanas acadêmicas e bate-papos com os alunos para que os estudantes tenham a expectativa e um parâmetro. Pessoas tão jovens tendo um cargo de destaque é estimulante para eles.”

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