Juíza que teria induzido vítima de estupro a desistir de aborto em SC será transferida para Brusque
Segundo Tribunal de Justiça, ela irá atuar na Vara Comercial da comarca
Segundo Tribunal de Justiça, ela irá atuar na Vara Comercial da comarca
A juíza titular da Comarca de Tijucas e que teria induzido uma vítima de estupro a desistir de fazer o aborto legal será transferida para Brusque. Segundo o site do Tribunal de Justiça, a juíza já está em trânsito para o município e deve atuar na Vara Comercial.
Conforme a reportagem, feita com base em gravações de audiência, a vítima tinha 10 anos na época do crime, mas descobriu a gravidez dois dias antes de completar 11 anos.
Após descobrir a gravidez, que se configura como estupro de vulnerável devido à idade da vítima, a mãe da criança buscou auxiliou jurídico e médico para a realização do aborto legal previsto para casos de violência sexual.
Apesar de juridicamente não existir data limite para o procedimento nestes casos, o Hospital Universitário (HU) de Florianópolis pediu por uma autorização da justiça, pois a gestação passava da 20ª semana.
Conforme nota do HU ao The Intercept, a instituição realiza inúmeros encaminhamentos ao poder judiciário que, normalmente, defere o pedido com agilidade. “No entanto, há situações pontuais cuja conduta do poder judiciário não corresponde à expectativa da equipe”, afirmou em nota.
Com acesso a uma audiência em vídeo do caso, que segue em sigilo, o site reportou a postura da promotora e da juíza do caso. Após o pedido feito pelo HU, a criança foi enviada para um abrigo com o objetivo de proteger a criança do agressor, mas, conforme as informações divulgadas pelo The Intercept, o motivo atual é “o risco é que a mãe efetue algum procedimento para operar a morte do bebê”.
Durante a audiência, a juíza questiona se a vítima “suportaria ficar mais um pouquinho” com a gestação. A conduta da promotora também é questionada ao falar: “Em vez de deixar ele morrer – porque já é um bebê, já é uma criança –, em vez de a gente tirar da tua barriga e ver ele morrendo e agonizando…”.
Após a repercussão do caso a nível nacional, a Corregedoria-Geral da Justiça de Santa Catarina comunicou que “já instaurou pedido de providências na esfera administrativa para a devida apuração dos fatos”.
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