A terceira maior cidade da Espanha não pode ficar de fora do seu roteiro. Moderna, cheia de histórias, vibrante, com muita cultura e deliciosa gastronomia! As influências dos romanos e árabes são visíveis na sua arquitetura e toda sua história.

Fundada em 137 A.C, ficou mundialmente conhecida por seus grandes centros comerciais, principalmente por comercializar bens exóticos, como: seda, papel, cerâmica e curtume. Há muito o que se ver, e aqui vai um roteiro rápido que fiz de um dia pela cidade!

Centro histórico

A Catedral de Valência, que fica na Plaza de la Reina, construída no mesmo local onde existira um templo romano, de estilo predominantemente gótico que se mistura com demais estilos, como a Porta de Ferro (barroca e bastante detalhada), Porta do Palácio de la Almoina (românica) e a Porta dos Apóstolos (gótica). Aproveite para identificar ali os estilos variados.

Há uma lenda que diz que o Santo Graal se encontra neste local, vale a pena conferir! Além disso, o Museu de Arte Sacra é interessante, seu interior é simples, na maior parte de pedra, e o altar é a parte mais detalhada com mais elementos e cores. Muito se perdeu durante as guerras. Gosto sempre de alugar o audioguia nestes passeios, aprendemos mais sobre o local e no nosso ritmo. Para finalizar suba na Torre!

A torre de Miguelete é o campanário da igreja – torre onde fica o sino. Vale a subida dos 207 degraus chegando a 50 metros de altura para ter a vista de 360 graus da cidade. Quando estava lá em cima o sino começou a badalar, o corpo todo vibra junto à cada badalo, é incrível a sensação!

O Centro Arqueológico de l’Almoina, localizado ao lado da catedral é um museu subterrâneo, onde estão os restos da cidade romana, visigótica e árabe. Foram descobertos em 1985 e desde então são preservados. As passarelas que percorremos são de vidro, assim podemos ver toda a arqueologia. Além disso, conta com desenhos em cada estação, assim podemos imaginar melhor como foi um dia este espaço.

A Basílica de la Virgen de los Desamparados é uma daquelas igrejas que não estão como ponto turístico nos guias e nem chamam a atenção por fora, porém eu sempre gosto de entrar, muitas são verdadeiras surpresas, como esta!

Depois desta caminhada matinal já pode provar a famosa horchata, uma bebida não alcoólica feita com água, açúcar e os tubérculos de uma planta chamada Chufa. É quase como um milk-shake mais leve. Ela é consumida o ano todo, porém são nos dias mais quentes em que acaba sendo mais procurada. Há várias espalhadas pela cidade, eu provei na Plaza de la Reina e aproveitei para comer um farton junto, que é um tipo de pão de ló.

La Lonja de la Seda é considerado patrimônio da humanidade pela Unesco em 1996. O mercado da seda é uma obra exemplar da arte gótica civil, construído entre 1482 e 1533, mostra a riqueza e o poder dos mercadores valencianos da época. Hoje é um centro cultural e de eventos.

O Mercado Central de Valência não é apenas um mercado para o turismo, ele é realmente onde os valencianos fazem compras. É um mercado muito bonito, no estilo modernista, eu amo e sempre recomendo incluir nos passeios. Ali encontramos diversas delícias locais e podemos também descobrir, sentir mais a cultura. Como o dia era corrido, aproveitei as delícias do mercado e almocei por ali mesmo.

Vamos agora para o outro lado da cidade, totalmente o seu oposto!

Ciudad de las Artes y las Ciencias

Um choque entre o centro histórico e o futurismo do complexo Ciudad de las Artes y las Ciencias é o cartão postal da Valência moderna. O complexo de cultura e lazer foi construído no antigo leito do rio Túria. São sete espaços que se integram: o Oceanogràfic, o Hemisfèric, o Museo de las Ciencias Príncipe Felipe, o Palacio de las Artes Reina Sofía, o Umbracle, a ponte Assut de L’Or e o Ágora. Aqui com certeza vale passar um dia inteiro com calma, como eu não tinha um dia inteiro, passeei por alguns dos espaços.

Paella + Sangria

E para fechar o dia pela cidade com chave de ouro, tem que provar a autêntica paella acompanhada de uma deliciosa sangria! A paella é uma das comidas mais tradicionais da Espanha e é originária de Valência. Nas ruas da cidade ela está por todas as partes. Nós estamos acostumados à paella de frutos do mar, mas a original não é assim!

Originalmente, servia de alimento para trabalhadores do campo, uma refeição simples feita com os ingredientes disponíveis, feita à base de arroz, e então adicionada carne de coelho, frango ou até pato, com diferentes tipos de feijão, tomate, alho, azeite, água e sal.

Com o tempo foi-se incluindo ingredientes mais sofisticados devido à sua popularidade e internacionalização, como açafrão e frutos do mar. Nos cardápios dos restaurantes vão estar especificados os diversos tipos. E para acompanhar o prato, sangria, uma bebida alcoólica muito consumida na Espanha. Não existe uma definição clara de qual é a sua origem, mas há relatos de seu consumo desde os primeiros anos do século 19.

Receita da Sangria

Ingredientes
1 garrafa de 750 ml de vinho tinto (sugestões: Cabernet Sauvignon, Merlot, Tempranillo, Shiraz ou Zinfandel)
1 limão cortado em fatias
1 laranja cortada em fatias
2 colheres de sopa de açúcar
1 dose de brandy (pode ser substituído por cachaça de boa qualidade)
2 copos de club soda (pode ser substituído por água tônica)

Modo de Preparo
Em uma jarra, despeje o vinho. Retire as sementes das frutas, e esprema as fatias do limão e laranja junto ao vinho. Adicione o açúcar e o brandy. Para intensificar os sabores, deixe a mistura descansar por algumas horas na geladeira, na hora de servir acrescente o club soda com muitos cubos de gelo.